16. Mas tu quiseste que eu te cativasse.

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- Ela não é para mim?! – Delphine deu uma gargalhada afetada - Ela é uma mulher muito agradável e gostei do bom humor. Só isso! Não fale como se eu estivesse interessada em Cosima. - seu sorriso largo transmitia naturalidade nas palavras recém pronunciadas, mas na verdade Delphine não queria que Felix entendesse o que se escondia por trás de suas palavras, não queria que ele desvendasse as intenções por trás daquelas declarações, muito menos queria ele visse seu interesse por Cosima como algo amoroso, e esperava estar sendo convincente o bastante. Nem mesmo ela sabia qual era o interesse dela para com aquela mulher.

- E não está!? – Felix mais afirmava do que indagava. Os olhos dele mais uma vez fixavam-se em Delphine. Em seus gestos contidos. Ela não mexia as mãos empolgadas como costumava fazer e sua aparência estava um tanto quanto forçada. Dawkins sabia que a prima estava escondendo alguma coisa. - Não é de hoje que eu te conheço, baby. E Cosima. Bem... – Felix analisou bem as palavras que iria usar antes de finalizar. - Ela só tem aquela cara de mosca morta.

- Fee, nem tudo nessa vida se trata de romantismo. – declarou Delphine buscando sua própria defesa para as acusações sobre seu interesse em Cosima, ela queria as palavras adequadas para finalizar aquela afirmativa. - Ou de atração sexual!

Finalizou com sua mente longe, não havia sido feliz na afirmação e Felix a encarava segurando o riso. Iria zombar dela com certeza.

- Atração sexual? Oi? – Felix perguntou em meio a uma risada um tanto quanto escandalosa. – Desde quando você usa atração sexual como definição para alguma coisa? Eu ainda estava na parte do bom humor.

- Não fui muito feliz em minhas palavras. Okay? Eu queria dizer bom humor! – corrigiu-se enquanto Felix ainda ria da cara dela. Delphine ignorou-o tentando focar-se em algo que não fosse Felix.

Aquela conversa trágica fez com que ela corresse os olhos pelo ambiente, no qual há muito tempo procurava uma pessoa em particular, e que resumia-se a uma busca sem sucesso até então. Não queria que a ausência de Cosima afetasse seu pouco humor, mas sentia certo desconforto por querê-la e nem sequer saber por onde começar. Se perguntasse a Felix seria motivo de piada, de novo. Nem ela sabia o que queria com aquilo, não sabia o que diria a ela, e muito menos o que faria quando a visse. Para Delphine a presença da morena era o que bastava, queria a beleza dela fazendo bem para o seu humor, queria aquela conversa que fluía fácil, queria ouvir a voz dela, queria sentir o toque firme dela contra sua pele, contra seus lábios.

As lembranças do beijo que haviam partilhado foram automáticas naquela linha de raciocínio que traçava. A boca quente, seu interior com aquele calor mais latente ainda, que lhe inquietava, que lhe desafiava a querer mais. Delphine queria mais daquela sensação tão boa e tão nova que experimentara, mas tentava não ater-se àquilo. Sabia que não era só daquilo que se tratava a atração louca que Cosima lhe despertava.

- Bom humor com atração sexual que bela confusão – Felix voltou a zombar, mas interrompeu-se ao ver que o pedido solicitado lhe era servido.

Um jovem que parecia jovem demais para trabalhar num bar, depositava a cerveja em frente a Delphine e servia a água em um copo límpido a sua frente.

- Temos outra confusão aqui! - ele informou com bom humor – Nada de álcool para essa mocinha! – informou pegando a garrafa com a cerveja e depositando o copo já servido com água em frente à Delphine. A medida da garrafa de água era exatamente o tamanho do copo. O jovem garçom sorriu com a confusão pouco previsível, desculpando-se e levando a garrafa vazia. Felix encarou o jovem se afastando querendo entender o porquê da confusão, e dele ser a pessoa careta ali.

Defy ThemOnde histórias criam vida. Descubra agora