47. É uma ocupação bonita. E é útil, porque é bonita.

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As quase duas horas que Cosima desfrutara da companhia de Ira Hendrix haviam sido produtivas. Entre o almoço que pedira a contragosto, mas que comera por não se importar e os minutos que seguiram a refeição, a morena conseguira conversar o que havia estabelecido naquela manhã, mas principalmente conseguira desabafar as inquietações geradas por Delphine Cormier e suas atitudes impulsivas.

E como era de costume acontecer naqueles encontros que semanalmente faziam, fosse no almoço, fosse em alguma happy hour após o trabalho, Cosima também havia escutado os problemas do amigo, que resumiam-se a um único assunto especificamente Felix Dawnkins, o namorado de Ira que parecia estar vivendo em uma bolha de mau humor que nunca estourava, e que nunca era superado, mas que o ator lidava por saber os dois lados da história.

Após sair do Orphan Chickens, Cosima deixou Ira no teatro onde teria o ensaio daquela tarde, e seguiu para o escritório, em um trajeto, onde o trânsito fluiu, alegrando pelo menos naquele inicio a tarde que estava por vir. E talvez por não ter conseguido esclarecer nada com o cunhado que não dera sinal algum de vida, ou apenas por continuar ignorando por orgulho a mulher que não saia de seus pensamento, algo dizia a morena que aquela tarde, seria um porre.

A tarefa de entrar no escritório e caminhar até a sala que ocupava foi mais natural do que ela esperava, e enquanto olhava as mensagens que havia recebido das irmãs e empurrava a porta da própria sala, tudo deixou de ser especulado por ela ao ver a figura masculina de cabelos médios revoltos que girava sobre a cadeira e falava ao celular animadamente como se a pequena sala com decoração geek lhe pertencesse.

Cosima sabia que aquela conversa não seria adiada, e de alguma forma sentiu-se aliviada por finalmente encontrar com Cal para descobrir o que tanto ele queria.

- Cos acabou de chegar, nos falamos depois macaquinha! Diga a sua mãe que a amo! Sim, eu vou dizer – declarou Cal afastando celular e desligando a chamada. – Boa tarde, Cosima. – cumprimentou o homem levantando-se e deixando a cadeira livre para que a jovem sentasse.

- Boa tarde! – Cosima limitou-se a responder, analisando as expressões de Cal tornarem-se preocupadas. Aquilo deixou ainda mais visível para a morena a seriedade que aquela conversa exigiria, e deixando a bolsa na poltrona ao lado da porta ela deu a volta na mesa ocupando o lugar em frente ao computador. Foi impossível para ela, não notar os papeis que Cal espalhara sobre a mesa. Os papeis que eram os que ela havia impresso do e-mail, antes de sair para o almoço.

Cosima não costumava falar sobre o trabalho que desenvolvia na M&M Tecnologias, nem com os amigos, muito menos com outras pessoas. Não porque não gostasse do trabalho que desenvolvia na empresa, mas por que a contra espionagem, como o próprio nome já dizia, referia-se a espionagem, assuntos que deveriam ser sigilosos, ainda mais assuntos que poderiam comprometer grandes empresas e que tinham muito valor para quem tinha a informação.

Por vezes Niehaus sentia-se mais a vontade para conversar sobre o blog Galaxy of Women que mantinha ativo, na sociedade com Felix Dawkins, do que sobre os softwares e projetos que desenvolvia juntamente com Cal.

- Não me olhe assim, por que eu não estou atrasada. Eu estava no meu horário de almoço! – justificou Cosima, enquanto via Cal sentar na cadeira em frente a sua mesa encarando-a com seriedade.

- Relaxa Cosima, eu acabei de chegar aqui, e antes que eu me esqueça, Kira te mandou um abraço. – lembrou Cal - E, eu só estou te olhando assim por que quero entender o que está acontecendo com a Cosima preocupada com o trabalho Niehaus , que eu conheço, você não respondeu meu e-mail, não prolongou minhas mensagens. Aconteceu alguma coisa?

Defy ThemOnde histórias criam vida. Descubra agora