Depressiva

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Ela brinca com seu sorriso mais sincero e o faz falso
Transforma seus sonhos em remendos e os joga
Cria laços e os desata
Corre para longe e volta
Verdadeiramente hipócrita.

Ela guarda os segredos e os sufocam
Guarda lembranças e remorso
Finge felicidade e vira atriz
Canta no banho e chora
Indispensável solidão.

Ela deita e não dorme
Mastiga e não engole
Garganta entalada e soluços incontroláveis
Cortes profundos na alma e dor interior
Maldosa nostalgia.

Ela sente e não diz
Sofre e não desabafa
Mudança e continua
Grita e não ouve
Sangra e não morre
Doce angústia.

Ela vê o precipício e não se joga
Cai no abismo e não chega ao chão
Toca o céu e não voa
Iluminada escuridão.

Ela fecha os olhos e destrói o vento
Se equilibra e não se mantém de pé
Se expressa e não revela a dor
Se joga nos espinhos e é uma flor
Iludida decepção.

Ela levanta e vai até o terraço
Vê a altura e reprime o medo
Retoma o caminho para a covardia que muitos dizem ter
Cruel realidade.

Ela chora, grita e ninguém quer ajudá-la, porque não sabe como ajudar ou porque não quer se responsabilizar.

Ela olha para o mundo
Renega as pessoas
E enfim vai embora
Final obscuro.

Certa Vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora