Até o fim do mundo

Capítulo 2

  Ao chegarmos em Orlando, havia vários repórteres rodeando meu pai perguntando como foi que ele deteve a um terrorista. Meu pai ficou meio sem graça, então Lorena pegou os microfones, com o inglês fluente, explicou como meu pai era militar e como aquele cara não era páreo para ele. Provavelmente aparecemos em vários programas de tv estadunidense. Não era assim que imaginava que seria a viagem, só estava feliz por ninguém ter se machucado.

Depois dos paparazzi terem nos deixado, fomos para nosso hotel. Ele era enorme com decorações extravagantes com desenhos de antigos personagens originais da Disney. Maravilhada eu acabei me perdendo da família, sem nem perceber. Acabei trombando com um menino extremamente lindo. Ele era alto, loiro com topete, de olhos azuis. Eu comecei a pedir desculpas em inglês, e ele notou meu nervosismo. Ele foi tão educado que me ajudou a voltar a recepção. Me senti uma garota sortuda.

Lorena ficou preocupada comigo e quando me achou, abraçou-me fortemente.

- Onde é que você estava?

- Comecei a explorar o hotel e me perdi. Espero não ter causado nenhum transtorno.

Fomos para o nosso quarto nos preparar para o próximo dia de parque. Iniciamos no Hollywood Studios, um dos meus parques favoritos. Decidimos que todos nós iríamos em todas as montanhas-russas, sem exceção. Fomos para a Aerosmith, uma no escuro que tem looping. Nunca me senti tão feliz na vida. Exceto a Alice que não gostou porque ficou com medo e ficou chorando. Vimos diversas paradas e outros brinquedos que eu simplesmente adorei.

Já estava me acostumando com a vida de parque, para mim era tão divertido que parecia que o tempo não passava.

- A gente bem que poderia ficar mais tempo! Queria morar aqui. Viver com as princesas no castelo da Cinderela. Ter jantares com o Mickey e Minnie. - disse Alice.

- Verdade. Papai, por que você não muda seu trabalho para aqui? Tenho certeza que a mamãe não se incomodaria de vir para cá também. -disse Lorena.

- Vocês devem estar loucas em querer morar neste lugar. Se já estamos no 5 dia e vocês já estão tão cansadas que não aguentam em pé, imagina morar aqui. - disse meu pai.

Todos nós rimos e voltamos para o hotel para nos arrumar para um jantar especial no restaurante Rainforest Cafe. Passamos algum tempo nos arrumando e Lorena ficou encarregada da maquiagem, eu de arrumar as tranças no cabelo de todas.

Depois de todas estarem com vestidos e bem arrumadas, estávamos indo para o carro, quando percebi que esqueci meu casaco no quarto.

- Eu não vou demorar nada. É só um segundinho. Vocês sabem como sou friorenta e não quero estragar a viagem ficando doente. Já volto.

Corri pro elevador e ao entrar encontrei aquele menino que me ajudou quando me perdi.

- Você está bonita nesse vestido vermelho.

- Obrigada. - eu respondi vermelha.

- Cadê sua família? Ou será que você se perdeu deles de novo?

Eu ri um pouco e respondi:

- Na verdade eu esqueci meu casaco no quarto e voltei para buscar. Você fala da minha família mas eu nunca vi você com a sua.

A porta do elevador se abriu no andar dele, ele saiu sem responder. Quando ela ia fechar, ele a segurou e disse:

- Cuidado com os parques, mas especificamente com as pessoas. Você não tem ideia como as pessoas podem mudar facilmente.

- O que você quer dizer com isso?

Ele deixou a porta do elevador se fechar e gritei:

- Você não me disse seu nome! - estava tarde demais. Ele já havia ido embora.

Voltei para o carro e de novo Lorena começou com o interrogatório.

- Por que você demorou tanto? Se perdeu de novo?

- Não. Só não achava o casaco certo.

- Mentira! Ela devia estar conversando com aquele menino do outro dia quando ela se perdeu.- disse Alice.

- Como você sabe disso? - perguntei

- Que menino?- meu pai disse ciumento.

- Não tem menino algum. Vamos logo para o jantar que já tá tarde.

Depois do maravilhoso jantar com uma sobremesa no formato de um vulcão, voltamos todos para o hotel cansados e cheios.