Capítulo 48

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Assim que entrei na sala da diretoria, percebi que meus pais estavam já conversando com a diretora Andrea.

Entrei e sentei na cadeira.

- Esse tipo de comportamento é inadmissível. Não aceitamos bullying, nem brigas em nossa escola. - disse a diretora.

- Sabemos disso perfeitamente e realmente não entendemos o porquê nossa filha fez isso. Gostaria de dizer alguma coisa, mocinha?- disse minha mãe. Meu pai permanecia calado.

- Para ser honesta, eu nunca fiz bullying na Gabrielle, ela que sempre fez comigo, me caçoando por ser certinha demais..

Minha mãe me interrompeu.

- Então você se vingou batendo nela? Eu não esperava esse tipo de atitude de você.

- Não, mãe. Ela começou a me caçoar sobre estar tentando fazer amigos desde que voltei da viagem então decidimos fazer uma aposta. Quem ganhasse a luta ganharia um prêmio.

- Qual era o seu prêmio?- perguntou a diretora.

- Que ela deixasse de me caçoar sobre querer formar novos amigos.

O que eu acabei de falar é parcialmente verdade, se eu ganhasse, Gabrielle estaria tão humilhada que nunca voltaria a me caçoar. Eu não menti, só não contei a verdade por completo.

- E se ela ganhasse? - perguntou a diretora.

- Eu teria que tirar minha blusa no meio da sala.

- Como que você aceitou uma aposta dessas? Parecem meninas de 12 anos brigando por motivos fúteis e apostando coisas altas. Se você tivesse perdido teria sido expulsa certamente. - Disse a diretora.

- Mas eu não perdi.

- Não temos certeza se você está mentindo ou ela, porque de acordo com a versão de Gabrielle, você a atacou do nada e começou a bater por inveja.

- Isso não faz sentido nenhum, diretora. Meredith só não queria admitir que tinha perdido a aposta e se fez de vítima.

- Meredith?

- Quero dizer, Gabrielle. Estou sendo honesta, se quiser me punir, acho justo, mas não acho justo ela sair imune disso.

- De acordo com seu ponto de vista, não é algo tão grave assim, exceto pela parte da briga. Como você voltou agora de uma viagem longa e exaustiva e é seu primeiro dia de volta, você sairá só com uma advertência.

- Muito obrigada, Andrea. Pode deixar que nós a castigaremos quando chegar em casa. - disse minha mãe.

Assim que saímos da sala, minha mãe me disse:

- No que você estava pensando Francesca?

- Estava cansada de ser humilhada. Desculpa mãe, não deveria ter levado a violência.

Ela foi tirar o carro. Meu pai se aproximou e cochichou.

- Me diga o real motivo pela briga.

- Se eu ganhasse, ela teria que conseguir recrutas para nosso grupo.

- Você ganhou?

- Sim. Ou você acha que esse mês e meio foram inúteis para mim?

- Essa é minha menina. Não conte nada para sua mãe.

Voltei para a aula e depois fui me encontrar com Gabrielle.

- Não acredito que você não foi expulsa.- ela disse.

- Não acredito que alguém tão falsa como você ainda está nessa escola. - eu respondi e ela bufou. -Agora você deve cumprir com sua parte da aposta.

- Não aceito ter perdido. Quero revanche.

- Isso não estava na aposta. Ou você cumpre o acordo ou sabe aqueles golpes que te dei? Eu irei te achar fora da escola e vou te bater ainda mais que vai deixar uma cicatriz para o resto da vida.

- Isso é uma ameaça? Quem você pensa que é, queridinha?

- Sou seu karma por ter humilhado tantas pessoas. Quem está no comando agora sou eu, ou você me obedece ou você se arrepende.

Eu disse isso e saí da escola.
Nunca tinha ameaçado ninguém em minha vida. A sensação é maravilhosa, principalmente por acabar com uma das minhas inimigas. Antes eu estava na palmas de suas mãos, agora o jogo virou. Eu que imponho as regras e se elas não as cumprir, sei onde ela mora e eu mesmo vou lá e a bater.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora