Capítulo 50

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Acordei e fui tomar café da manhã. Minha mãe fez ovos mexidos para todos. Era difícil sustentar tanta gente assim em  minha casa. Eu ainda estava meio abalada por ter perdido a luta. Grace se aproximou.

- Como você está? Ter perdido daquela forma não deve ter sido nada fácil.

- Obrigada por me lembrar, Grace. Isso me faz me sentir muito melhor.

- Desculpa, eu só estava brincando.

- Sabe, estou cansada das suas brincadeiras infantis. Se quiser alguém para continuar suas mentirinhas vai falar com a Alice que aposto que você se dará muito melhor.

- Nossa, que bicho te mordeu hoje?

- O bicho da verdade. Que tal?

Eu saí de lá e vi como Grace estava chocada com minha atitude. Agora se alguém me caçoar, ela não deve esperar que eu não faça nada.

Lorena foi falar comigo.

- O que aconteceu? Você nunca tratou Grace daquele jeito. Está tudo bem?

- Claro que sim. Só estou cansada de todos me zoarem 24 horas por dia. Será que isso é muito a pedir?

- Esse não é o real motivo de você estar brava. Quer conversar sobre isso?

- Conversar? Você é psicóloga agora, Lorena? Se formou e nem me contou? Já sei, se formou em namorologia.

- Eii, não fala isso. Isso não é justo.

- Não é justo? Fala isso para Emily que está super triste porque a irmã mais velha dela está namorando a sua celebridade favorita.

- Primeiro de tudo, eu não estou namorando ele. Segundo, a Emily não parece se incomodar, ela não disse nada.

- Justamente por ela não falar nada significa como ela está machucada. Não vem me dar sermões em como ser uma pessoa melhor quando na verdade você roubou o cara que nossa irmã menor sempre gostou.

Eu me levantei e saí. Estava cansada de todo aquele drama. Resolvi ir a pé até a escola. Tive diversas aulas chatas como sempre, até que foi a hora do intervalo. Fui falar com Gabrielle.

- Já falou com as pessoas?

- Calma aí, esquentadinha. Estou falando aos poucos, ou você quer que eu pegue um microfone e anuncie para a escola inteira?

- Não me importa como você fará isso. O que me importa é até hoje de tarde quero todos daqui em meu grupo, senão...

- Senão o que? Estou cansada de suas ameaças, Francesca. Está claro que você voltou dos EUA mais forte e boa lutadora, mas mudou tanto de personalidade a ponto de ir para presa para caçadora? Para mim, há algo de errado para você ter mudado tanto assim, e eu vou descobrir. Não se preocupe, você terá mais pessoas até hoje à tarde no seu grupinho.

- Quero encontrá-los em minha casa às 16. Te mando o endereço por mensagem.

No fim da tarde, já eram quase 17 e ninguém havia aparecido todavia. Teria que ir até a casa de Gabrielle e a bater para aprender a sua lição.

Quando eu estava saindo, percebi que ela apareceu com cerca de 50 pessoas. Estava impressionada.

- Desculpe pelo atraso. Estava arranjando mais pessoas. Até amanhã consigo mais 50. - disse Gabrielle.

Levei todos ao quintal.

- Vocês devem estar se perguntando o que estão fazendo aqui. Não posso dizer exatamente o que irá acontecer, mas posso lhes dizer o motivo de eu ter passado um mês e meio fora. Um vírus começou a se espalhar pela população e fiquei em uma instituição para aprender a lutar. Nessa instituição, eles procuravam a cura e uma forma de se proteger daqueles que foram contaminados.

- Conta outra. -alguém gritou.

- Isso não é um filme de Sci-Fi. - gritou outra pessoa.

- Se vocês não acreditam em mim, posso provar meus golpes pra vocês. Quem me conhecia antes da viagem, tem noção de como eu era fraca e era péssima em esportes. Só que agora, aposto que consigo vencer qualquer um de vocês aqui e agora. Algum voluntário?

- Eu. - disse uma voz familiar.

A multidão abriu um espaço para a pessoa passar. Ao perceber quem era, fiquei chocada. Era Nicholas.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora