Capítulo 9

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  Entrei na sala. Me impressionei porque estava dentro de uma floresta. Será que estava em uma sala ou eu tinha saído da torre. Queria perguntar e voltar, mas não havia porta. Não encontrava a porta na qual eu saí.

Segui em frente. Havia uma faca e uma mochila com um cobertor, uma garrafa e cordas. Lembrei que escolheram a arma por mim porque assinalei na prova que minha arma era uma faca. Ainda estava no começo da tarde, então pensaria mais tarde em como iria arrumar uma maneira de dormir. Estava com fome e sede. Sabendo o mínimo de sobrevivência, fui procurar uma cachoeira ou um lago, a partir do som.

  Depois de horas de caminhada, achei uma cachoeira. Bebi o máximo o possível e enchi minha garrafa. Precisava comer. Havia diversas frutas em uma árvore. Meu primeiro impulso foi ir correndo e comer o máximo o possível, mas então notei que havia mais frutas do que deveriam e nenhum resto delas no chão. Lembro ter aprendido na escola que geralmente quando as frutas não são venenosas, há diversos restos dela no chão porque animais comem e as deixam ali. Como naquela árvore não havia nenhum animal ou resto no chão, sabia que não deveria ingerir essa fruta.

Segui em diante e vi diversos pássaros ingerindo uma fruta. Esperei um pouco para ver se morreriam envenenados, mas tudo parecia bem. Fui e comi varias e guardei um pouco para mais tarde.

  Caminhei mais um pouco a procura de um lugar para montar uma fogueira e uma tenda. Peguei alguns gravetos para a fogueira e outros para montar a barraca. Fazer fogo é mais difícil do que parece, demorou muito tempo até conseguir produzir uma faísca, mas depois de muitas tentativas consegui. Tentei montar uma barraca simples e fácil. Logo me acomodei e dormi.

  Acordei com um barulho estranho, como se houvesse um animal por perto. Notei que havia um homem mexendo em minha mochila a procura de comida.

- Essa mochila é minha, vai pegar a sua!- eu gritei. Foi a pior decisão que poderia ter feito.

Assim que ele virou, percebi que não era um homem qualquer, era um infectado. Ele largou a mochila e veio correndo em minha direção como se eu fosse comida. Gritei. Sai da tenda e tentei correr, só que ele me puxou pelas pernas e eu cai no chão. Ele tentou me morder pelas pernas, sabia que se ele conseguisse, ficaria infectada também. Então dei um chute nele que o fez cair para trás.

Corri em direção a mochila e a usei como escudo. Ele tentou me morder e comecei a correr. Lembrei que havia a faca dentro da mochila. A peguei e comecei a atirar nele de longe.

Conseguia só acertar o braço e a perna, nunca um órgão vital. Teria que me aproximar dele para jogar em seu coração. Com a última faca, pulei e o apunhalei no coração. O afetou um pouco, só que com dor, tirou de seu peito, jogou no chão e correu em minha direção. Fiquei surpresa que não havia conseguido o matar. Devia não ter furado tão fundo a ponto de o matar. Havia acabado minhas facas.
Comecei a correr, mas ele era rápido como eu e quase me alcançava.

Resolvi voltar a tenda e pegar uma das facas que não consegui o atingir. Peguei do chão, mas ele chegava cada vez mais perto então joguei a faca com a minha maior força e o atingi exatamente na cabeça. Cerca de segundos estava no chão morto.

Aliviada, me joguei no chão e comecei a chorar. Era a primeira vez que havia matado alguém. Mesmo sabendo que ele queria me matar e comer, fiquei desapontada comigo mesma por ter o matado. Talvez ele poderia ser curado, só que acabei com todas as suas chances com um único golpe.

  Estava escuro e não podia ficar naquele lugar, poderia aparecer mais um. Então resolvi pegar a mochila e desmontar a tenda. A única maneira de um deles não me verem era pelas árvores. Teria que dormir nelas. Subi na árvore mais alta que pude achar e para ter certeza que não cairia ao adormecer, me prendi com as cordas a árvore.

Estava com fome por ter corrido tanto e minha adrenalina havia aumentado muito. Faz poucos momentos que eu poderia ter morrido, mas foi ele no meu lugar. Eu o matei por defesa, o que não justifica ter acabado com a vida de um doente. Teria que viver com essa culpa. Estava tão exausta que dormi.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora