Capítulo 53

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Acordei e fui tomar café da manhã.

Grace estava sentada no balanço que Alice adorava brincar quando era pequena, decidi ir falar com ela.

- Grace, eu queria me desculpar pelo que eu disse ontem.

- Tudo bem, não tem problema.

- Tem sim, não posso afastar grandes amizades como a sua. Você foi uma das minhas únicas amigas da instituição dos EUA, e sempre me apoiou em minhas decisões, não foi justo de minha parte brigar com você daquela maneira. Me desculpe.

- Tudo bem, Fran. Eu entendo o que você tem passado. Não deve ser nada fácil treinar 50 pessoas que não sabem nada de luta e ainda por cima tentar esquecer o que aconteceu com Jake.

- Por que tudo tem que voltar a Jake? Você e a Lorena ficam dizendo que eu não superei Jake. Eu superei sim. Estou bem pelo fato de ele ter morrido tentando me salvar, ou morrido comido por aqueles milhares de pivalies, quando eu só o humilhei e o usei nos momentos anterior à sua morte.

Eu não tinha percebido, mas recordar de Jake me fez começar a chorar. Esses últimos dias tentava com todas minhas forças retirar a imagem de Jake sendo mordido pelo pivalie e morrendo, só que não consigo. Onde quer que eu vou, essas imagens me assombram.

Grace se aproximou e começou a me abraçar.

- Está tudo bem, Francesca. Pode chorar.

Eu comecei a chorar de soluçar. Não tinha me dado conta em como aquela imagem me doía tanto em recordar.

- Tá bom, agora já chega. Tenho que ir para a aula e você tem que treinar aqui para o ataque. Valeu pelo apoio, Grace.

- Sempre estarei aqui pelo que precisar. - ela sorriu e me despedi dela.

Entrei no carro e percebi como Emily não estava nem um pouco entusiasmada em ir para a escola, já Alice estava toda feliz com sua tiara de unicórnio. Às vezes eu acho que elas são muito parecidas e outras vezes são opostas.

- Odeio ter que voltar para a escola. Tudo que eu vejo lá, eu já vi na instituição. É tudo fácil de mais, queria algo mais intrigante para me querer fazer estudar, só que não. Sou obrigada a estudar de novo a maldita fórmula de Bhaskara.

Eu comecei a rir pelos problemas fúteis de minha irmã menor.

- Calma Emily, engula a fórmula de Bhaskara só mais alguns dias. Daqui a pouco o vírus vai chegar e aposto que você não vai ficar entediada.

- Eu estou adorando a escola. Sou a melhor na minha turma em Geografia, graças aquelas aulas que você me deu, Fran. Todos me amam por ser a melhor. - disse Alice.

Elas realmente são opostas.

Assim que chegamos na escola, tive varias aulas chatas como sempre e encontrei Gabrielle.

- Consegui os outros 50 para hoje. Já está mais do que suficiente. - ela disse.

- Eu te garanto que não. Quanto mais pessoas você conseguir trazer, mais chances que eu poderei as salvar do ataque que está por acontecer. Tenta ser por favor um pouco menos egoísta e deixar de olhar no seu umbigo para ajudar o próximo.

- Tá bom, Francesca. Vejo se consigo mais pessoas. Odeio essa sua versão nova mais do que a anterior, é mais irritante e mais mandona.

Depois da aula, havia mais ou menos 150 pessoas no total. Lorena conseguia mais recrutas, assim como Alice, Emily, meu pai e até minha mãe. Éramos um grupo enorme que não cabia mais no quintal de casa. Nos reunimos para discutir em como resolver com tantas pessoas.

- Vou ter que alugar mais ônibus pelo jeito para conseguir transportar toda essa gente no dia do ataque. - disse meu pai.

- O que vamos fazer no dia do ataque? Não podemos manter todos aqui em nosso refujo, não temos recursos suficientes para todo mundo. - disse Lorena.

- Estamos tentando arranjar alguma forma de transportar todo mundo para um lugar mais seguro quando o vírus chegar. Só que eu só consegui 3 ônibus, não é o suficiente para todo mundo. - disse meu pai.

- A gente consegue, papai. O pessoal deve ter seu próprio carro também. Quem tiver, vai com seu carro. - disse Emily.

- Para onde nós vamos? Dápara eu levar meu unicórnio de pelúcia? - disse Alice.

- Para um lugar seguro, meu amor. Seu pai e eu estamos cuidando disso. - disse minha mãe.

Voltamos a começar a treinar. Agora meu trabalho só piorou. Tem a turma de ontem que sabe o mínimo, só que a turma que chegou ontem está perdida. Vou ter que pedir ajuda para todos os que vieram conosco dos EUA para nos ajudar a treiná-los. E pensar que ainda tenho que me arrumar para o baile hoje à noite.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora