Capítulo 59

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Eu acordei acorrentada a uma cadeira. Parecia uma cadeira de dentista. Tentei, com minha força, quebrar as correntes. Não serviu de nada. Estavam muito bem prendidas. Tentei pegar minha faca que escondo no tornozelo, só que não a alcançava.
- Nem adianta tentar pegar a faca que está em seu tornozelo, senhorita Lanfort. Já retiramos todo tipo de arma que você poderia ter. - disse um homem de jaleco branco vindo em minha direção. Ele deveria estar nos seus 55 anos. Já era um pouco careca e seus cabelos pretos se mesclavam com os brancos. Ele usava óculos e aparentava como um cientista maluco.

- Como você sabe meu sobrenome?

- Sabemos tudo sobre você, Francesca Lanfort. Graças a nossa instituição amiga ao lado, a instituição dos EUA, nos deram algumas dicas sobre como lidar com você.

Eu fiquei pasma. A instituição americana entrou em contato com a brasileira.

- Sabemos que você foi de pior aluna para melhor, que programou uma fuga em massa da instituição dos EUA. É uma lástima que você colocou todo esse esforço para sair de uma instituição, só para acabar em outra. - ele começou a rir sarcasticamente.

- Me tiram daqui! Agora!

- Não mesmo. O Sr Grotel nos informou que você foi a responsável por criar a cura nos EUA, então você também irá criar para nós.

- Sem problemas. Se eu os ajudar, vocês me deixam ir?

- Coitadinha. - ele disse segurando meu rosto.
- Ela acha que está em posição de negociar. Não sei se você notou mas quem está no comando aqui sou eu. Se depender de mim, você vai nos servir com tudo que puder, até apodrecer e morrer.

- Você acha que vai conseguir sair dessa? Meus amigos já provavelmente estão me procurando agora mesmo.

- Aí, que medo dos seus amiguinhos. - disse ele sarcasticamente novamente. - Eles nunca vão te encontrar.

- Vão sim. Também escolheram um péssimo lugar. Todos já sabem que a instituição fica no metro.

- Quem disse que ela fica no metro? O metrô só é um meio de transporte para as milhares pessoas que vivem em São Paulo. Não seríamos tão despreparados a ponto de deixar a instituição logo abaixo dos pivalies que podem entrar a qualquer momento.

Eu comecei a gritar e tentar tirar as correntes.

- Guardas! - gritou o homem. - Prendam-na melhor. Coloquem uma coisa na boca dela também, não quero escutar gritos.

Os guardas apareceram com um tecido e colocaram em minha boca. Eu tentei os lutar, mas não servia de nada.

- Peguem uma amostra do sangue dela. Acho que o sangue dela é a cura. Podemos drenar o seu sangue inteiro para conseguir cura o bastante.

Eu tentei gritar dizendo que a cura não estava no meu sangue, mas sim no meu cérebro. Só que não adiantava de nada. Eu estava acorrentada e não havia maneira de falar.

- Podem começar o processo de tortura.

Nenhuma tortura irá acabar comigo. Treinei muito. Se eu não morri comida naquela lata de lixo que Meredith me jogou na Disney, não é agora que vou morrer.

Eles iniciaram colocando um líquido quente em meu pescoço que doía muito. Um deles levou uma máquina que parecia uma furadeira e enfiou em meu pescoço. Sentia aquilo penetrar até minha artéria mais grossa do pescoço. Sugava muito do meu sangue e eu urrava de dor.

Depois de coletarem uma quantia boa, eu já estava zonza de tanto perder sangue. Trouxeram uma arma que parecia ser uma arma de choque. Quem me dera se fosse isso. Em vez de me eletrocutar, essa arma fez alguma coisa em meu corpo que eu sentia que minha pele era arrancada do meu corpo. Sentia que estava em carne viva.
Olhei para baixo e percebi que minha pele ainda estava lá. A máquina não fez nada com minha pele, só me deu a sensação de ter a arrancado.
Ligaram-na de novo e senti que meu rosto se queimava. Eu sentia que meu corpo todo estava sendo queimado vivo.
Eu urrava de dor. O homem de jaleco disse para os homens pararem.

- Já chega por agora. Continuaremos depois do jantar. Levem-na até sua cela.

Tiraram- me da cadeira. Aquele seria o momento perfeito para eu dar um golpe e acabar com todos os guardas que estavam lá e usar aquela máquina maligna nesse homem chato. Só que eu não podia. Não tinha forças. Eu já estava zonza pela falta de sangue, estava mais ainda por terem me torturado.

Eu só deixei eles me tirarem de lá arrastando pela sala até minha cela. Eu desmaiei no meio do caminho.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora