Capítulo 18

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- Vocês devem estar se perguntando o que fazem novamente nesta mesma sala de seu primeiro dia. - disse Mcangel.

- Provavelmente vão aplicar outra prova surpresa, o que não a torna tão surpresa assim depois desse anúncio enorme. - disse Grace.

- Você está errada, Grace. A pedido de um de vocês -Mcangel olhou para mim- vão receber uma aula sobre a situação que vivemos atualmente.

- Qual? O apocalipse? Minha crise de falta de secador para secar meus cabelos ruivos lindos? Ou talvez não haver qualquer sistema para eu mostrar minhas habilidades extraordinárias de canto e dança porque estamos ocupados demais sendo treinados?

- Basta Meredith Donel. Não quero ouvir mais suas reclamações. Se tiver mais alguma, por favor vá direto ao conselho. Não sou ninguém para fazer o que você pede, ainda mais um pedido tão tolo como o seu.

  Meredith se sentiu ofendida e o ignorou.

- Continuando meu raciocínio, hoje estarão dispensados de seus treinos. No caso serão substituídos por uma aula teórica. Quero lhes apresentar o Sr Tynam, cientista formado em Harvard, pós graduação em Stanford, mestrado em Oxford e doutorado em Cambridge.

- Bom dia alunos.- disse esse cientista que deveria ter mais de 60 anos. Cabelos grisalhos, aparência de quem estudou tanto que se cansou de seu trabalho.

- Hoje vou lhes ensinar tudo o que precisam saber sobre o vírus que está se espalhando pela população.

  Agora entendi porque Mcangel me olhou naquele momento. Pelo jeito o que falei par ao Sr Grotel foi ouvido e tomou medidas como disse que faria. Estava intrigada. Finalmente saberia sobre o que estava acontecendo no mundo afora.

- Para começar, esse vírus é como um jamais visto antes. Ele é mais forte que o HIV e incrivelmente desenvolvido. Primeiramente explicarei como ocorreu o início da contaminação. Simples, uma picada de um mosquito. Como muitos de vocês sabem, muitas doenças transmitidas por hematófagos podem matar, como a Malária, Zika, Dengue e a lista aumenta a cada dia.

- Como iniciou a contaminação no mosquito? - perguntou Jasmin, uma menina do meu grupo.

- Não temos dados concretos, mas creio que foi algo evolutivamente adquirido. Digamos que aqueles que tinham esse vírus, eram mais propensos a sobreviver. A conhecida lei de Darwin de que os mais aptos sobrevivem.

- Por que só agora esse vírus começou a se espalhar? - perguntou outro aluno.

- Ele sempre existiu, só que em uma escala bem menor. Como as doenças já citadas anteriormente, depende muito das condições climáticas e saneamento básico para favorecer a proliferação destes artrópodes. Agora vou mostrar seus efeitos no corpo humano. Com a picada, a fêmea ao colocar a substância anticoagulante para sugar o sangue, o vírus também sai com a substância. O incrível do Paloyem investilis se parece muito com o HIV. É possível passar por todo sistema imunológico sem ser percebido e quando percebem sua presença, ele mata o linfócito T Auxiliar, o qual...

- Produz o linfócito T matador e linfócito B, o qual produz anticorpos. Sem esses linfócitos, nosso corpo está facilmente aberto a contaminações que podem causar a morte. - eu disse sem nem perceber.

- Muito bem colocado, senhorita Lanfort. O que realmente acontece com o vírus é que ele consegue chegar até a região do encéfalo e se posiciona numa região muito específica.

- Por que?

- Experimentamos diversas vezes e não encontramos o principal motivo. Talvez seja por uma afinidade a amígdala e ao Lobo frontal. Essas partes constituem o Sistema Límbico e Lógico. Caso o vírus chegue a essas partes, o contaminado será uma pessoa completamente diferenciada. Não terá os mesmos sentimentos que uma vez teve e não terá a capacidade de pensar racionalmente. Basicamente viverá por seus instintos.

- Se ele afeta o encéfalo, como a pessoa consegue viver? - perguntou Grace.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora