Até o fim do mundo

Capítulo 8

Fomos para um ringue diferenciado para a prova prática. Nos vestiram com roupas especiais flexíveis para combate.

- Espero que tenham dormido bem. Terão que enfrentar diversas fases na prova prática. Primeiro testaremos sua mira. Os dividiremos em 2 grupos, um que atirará por arco e flecha e outro por uma pistola.- disse Mcangel.

  Fui primeiramente para o arco e flecha. Nunca tinha segurado um, imagina ter atirado. Era mais difícil do que eu achava. Tínhamos 3 vezes. Nas primeiras duas vezes atirei longe do alvo, só que na terceira acertei no alvo que valia menos pontos. Fiquei feliz. Até escutar diversos aplausos.

Fui olhar outra seção de arco e flecha e os aplausos eram para Lorena que tinha acertado as três vezes no alvo principal. Fiquei surpresa, não sabia que ela atirava tão bem assim.

  Voltei para atirar com a pistola. Me ensinaram a carregá-la, a ajustar e atirar. Essa pequena aula de 5 minutos não adiantou muito porque novamente errei todos os alvos. Já estava conformada que não era boa de mira.

- O próximo setor será de luta. Os primeiros são Francesca Lanfort e Meredith Donel.

  Notei que minha concorrente era a menina ruiva que no dia anterior se achava por ter um pai riquinho. Novamente ela se gabava que acabaria comigo porque teve aulas de boxing.

  Começou a batalha, estava em posição de defesa. Ela tentou me acertar no rosto mas desviei. Depois a acertei no estômago, ela fez um encenação de que havia doido sendo sarcástica. Me acertou no queixo de baixo para cima. Não aguentei e cai no chão. Escutei a Grace torcendo por mim para eu levantar, mas não aguentei. Fiquei imobilizada no chão.

- Ninguém é melhor que eu. Nem me esforcei que ela já desistiu. É fraca demais.

Meredith começou a rir. Alguns homens me levaram para a enfermaria.

  A mesma enfermeira que aplicou o teste estava me cuidando.

- Sempre é difícil os primeiros dias, mas você se acostuma. - falou enquanto limpava o machucado e colocava gelo.

- Eu não quero me acostumar. Quero ir embora daqui e voltar a meu país.

- Você verá como as coisas mudarão em alguns dias. Você só deve ter paciência.

- Isso é algo que eu tenho falta.

- As vezes só precisa olhar por outro ponto de vista que encontrará a solução para os seus problemas.

- O que isso significa?

- Você está novinha em folha. Já pode voltar a terminar suas provas. Boa sorte.

  Saí da enfermaria. Meus dias nessa instituição estão contados. Não tenho talento para nada. Não fui bem em nenhuma prova até agora. Nem sei porque tenho que fazer essas provas. Só quero voltar para minha casa no Brasil. Queria muito poder voltar e ver como minha mãe está. Será que chegou esse vírus no meu país? Acho que só uma ligação dela me dizendo que está bem me acalmaria. Ela sempre foi minha melhor conselheira e sempre me cuidou. Como é médica, certificava que eu estava bem a todo momento.

- Vou te levar para a próxima prova.- disse Gregg.

- Gregg, tem como eu fazer uma chamada para outro país? Confiscaram meu celular e queria saber como minha mãe está.

- Desculpe, mas não tenho a autorização de te devolver seu celular ou de te deixar fazer chamadas estrangeiras. Vou te levar para a próxima prova.

  Cheguei atrasada na explicação de Mcangel sobre a próxima tarefa e fiquei meio perdida.

- Concluindo, vocês terão uma noite para sobreviver na floresta. Fiquem atentos. -disse Mcangel.

- Floresta? O que está acontecendo?

- Não se preocupe, tenho certeza que você irá bem. - disse Grace.

- Mas eu não sei o que devo fazer. Peguei a explicação pela metade.

  Ela já havia ido, assim como o professor e os seguranças. Gregg me chamou.

- Não sei sobre sua situação, mas indico que você vá bem nessa prova. Essa que vale mais.

- Sobre o que é a prova? Perdi a explicação.

- Você deve sobreviver uma noite na floresta. Te darão a opção de uma arma. O resto você terá que fazer tudo sozinha. 

- Só isso? Tem mais alguma coisa?

- Nem deveria ter te explicado isso. Você deveria ter escutado seu professor. Agora entre na sala por favor.