Capítulo 65

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- NÃO!!! - eu gritei fortemente ao perceber que o duto que todas as crianças estavam explodiu.

Eu caí de joelhos no chão e comecei a chorar.

- Como você pôde fazer isso? Você matou diversas crianças apertando esse maldito botão. - eu disse com raiva.

- Aí que você se engana, senhorita Lanfort. Quem os matou não fui eu, foi você. Você poderia ter evitado tudo isso, não planejando uma fuga em massa, mas você o fez, então a culpa é toda sua. Como eu disse, toda ação tem sua reação.

- Você é um monstro! - eu gritei.

- Guardas! Levem-na para a sala de experimentos. Está na hora de a fatiar inteirinha. Não me importo se isso vai ou não a matar. Precisamos dessa cura para agora!

Mais guardas me seguraram. Tentei lutar para sair de lá, mas não adiantava. Havia milhares de guardas para só uma adolescente briguenta para lutar.

Eu não acredito no que acabou de acontecer. Todas aquelas crianças morreram. Eu sei que não foi diretamente minha culpa, mas tecnicamente foi sim. Eu sempre tento fazer o melhor para os demais, mas acabo piorando a situação. Se eu não tivesse os liberto e deixasse eles presos, eles estariam vivos. Mas eu não podia os deixar aqui sozinhos sofrendo torturas quando tinha uma pequena chance de fugir. Eu fui inconsequente e isso trouxe consequências piores do que eu imaginei. Mais sangue derramado em minhas mãos.

Enquanto me arrastavam, escutamos uma nova explosão.

- Por que explodir de novo os dutos? Você já os matou uma vez, quer matar novamente? - eu gritei ao dono.

- Eu não fiz nada...

Escutamos mais um barulho e apareceu alguém descendo do duto explodido a partir de uma corda. Olhei para cima e disse esperançosa:

- Jake!

Ele tirou as cordas e foi lutando guarda a guarda até chegar a mim. Apesar de haver mais de 50 guardas contra Jake, ele conseguia acabar com todos eles. Escolheram um péssimo inimigo como Jake. Ele é definitivamente o melhor em luta. Eu tive a sorte de ter um professor tão bom assim.

Olhei pra o dono e percebi a sua cara de desespero. Só notei agora em como todo esse tempo eu nunca soube o seu nome.

Eu me livrei dos guardas que estavam me segurando e os dei uma rasteira. Todos caíram no chão e fui ver Jake.

Ele veio em minha direção me abraçar. Ele colocou sua mão em meu rosto.

- Você está viva. - ele disse com seu sorriso torto que eu adoro.

- O que foi tudo isso? - eu perguntei.

- Plano B.

Eu o abracei novamente. Aposto que essa não era a imagem que ele queria ter visto de mim. Devo estar mais feia que um troll.

- Vamos sair daqui. - ele disse preparando a corda para subir novamente.

Eu tinha que fazer uma coisa que fazer antes de ir embora. Eu me virei para o dono da instituição que estava no chão. Eu coloquei meu pé em sua garganta, ameaçando-0 de o sufocar.

- Você não vai me matar, não é, Francesca? Ficamos tão íntimos nesses tempos.

Dessa vez quem riu ironicamente fui eu. Íntimos? Nunca nos tornaríamos íntimos depois de toda a tortura que ele me fez. Ele realmente é louco.

Percebi Jake mandando Diego para cima em segurança. Comecei a apertar com mais força a garganta do velho.

- Não faça isso. Eu sou seu padrinho. - ele disse tentando respirar.

Eu ri novamente.

- Meu padrinho está morto. Salva seu discurso para alguém que vai acreditar em você.

Eu apertei com mais força.

- Espera, espera. Eu sou Jefferson. O melhor amigo de seu pai.

Por um momento eu hesitei. Como ele sabia o nome do melhor amigo do meu pai? Então eu percebi que estou em uma instituição que sabe tudo, cada mísero detalhe de seus pacientes, então isso é uma informação básica.

- Eu fui para a faculdade com ele. Eu conheço na palma de minha mão.

- Você poderia estar inventando tudo isso só para salvar sua pele.

- É a verdade.

- Ah é a verdade? Então se você é tão íntimo de meu pai, por que você mandaria prender minha mãe?

- Porque apesar de seu pai e eu sermos melhores amigos, eu sempre fui apaixonada por sua mãe secretamente. Éramos tão próximos que eles até me tornaram seu padrinho. Assim que seu pai notou que eu era apaixonado por sua mãe, ele me mandou ir para longe. E eu fiz isso. Nunca mais a vi , muito menos a minha afilhada.

- Você não respondeu minha pergunta! - eu disse gritando.

- Eu a raptei para que pudéssemos resolver as coisas. Teríamos uma chance de viver juntos sem seu pai.

- Você realmente acha que minha mãe escolheria você em vez de meu pai? Você é louco.

- Eu a amo! - ele gritou.

- Se eu sou sua afilhada porque você me torturou?

- Francesca, Eu nunca quis te machucar realmente. Só estava muito convicto de achar a cura.

- E me matar é a solução para isso?

- Você desde pequena sempre foi muito especial. Algo em mim sempre me dizia que você era a chave para tudo isso. Pelo jeito eu estava certo.

- Isso ainda não justifica as coisas terríveis que você fez comigo.

- Francesca, eu nunca te machuquei a ponto de colocar sua vida em risco.

- Não? Você retirou meu rim!

- Você tem dois. Não é um órgão tão vital assim.

- Você fez isso sem anestesia alguma.

- E não existiam anestesia na época medieval e mesmo assim diversas cirurgias foram feitas. Eu só não fiz com anestesia porque não tínhamos.

- Quer enganar à quem? Uma instituição nesse porte não teria uma anestesia? Você está dizendo bobagem só para se salvar.

- É a verdade, Francesca.

- Você acha que eu vou acreditar em você? Quão ingênua você acha que eu sou? Você me torturou e sentiu prazer em assistir minha dor. Meu padrinho nunca faria isso. Você é um grande mentiroso.

- Não me mate, Francesca. Eu nunca quis te machucar.

- Outra mentira! Diga adeus a sua vida.

- Francesca! Temos que ir embora agora. - interviu Jake. - Colocamos bombas nessa instituição é ela vai explodir em 1 minuto.

Eu tirei meu pé da garganta de Jefferson.

- Pelo jeito não terei o prazer de te ver sofrer, mas só sabendo que o dono desse lugar vai ser explodido por o que ele mesmo criou, já me dá um alívio. Como é aquele ditado? O capitão deve afundar com seu barco? - eu disse sadicamente com um sorriso.

Jake me puxou e me envolveu com a corda. Depois de presos, ele gritou para nós puxarem. Subimos e eu observei a cara de desespero de Jefferson em o deixar morrer explodido.

Assim que chegamos ao topo, percebi que todas as crianças estavam lá. Joana veio me abraçar. Fiquei tão feliz em saber que todos estavam vivos.

- Como isso é possível? - eu disse.

- Digamos que eu posso ser bem rápida quando eu quiser. - disse Meredith.

Lorena veio me abraçar ficando muito feliz em me ver novamente.

- Vamos. Temos que correr antes que tudo isso exploda.

Concordamos e eu senti uma coisa segurando minha perna. Jefferson conseguiu subir pela corda e me puxou pelo tornozelo.

- Se eu for morrer. Você morre comigo.

Ele me puxou para dentro do buraco e tudo ficou preto.

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora