Capítulo 45

133 15 2
                                    

Minha mãe me acordou com um beijo na bochecha.

- Levante-se. Você vai se atrasar para a escola.

- Escola? Mãe, nós temos que nos preparar para o ataque. Não posso ir para a escola.

- Você vai sim! É seu último semestre.

- Mãe, acho que você não entendeu que daqui alguns dias escola, emprego, vida social não existirão mais. Todos se preocuparão somente com sua sobrevivência contra os pivalies.

- Eu não quero saber. Você precisa terminar o seu ano escolar.

- Sua mãe está certa. - disse meu pai.

- Pai, o apocalipse pode chegar aqui a qualquer momento.

- Assim como ele pode nunca chegar ao Brasil. Esperemos que nunca chegue e continuemos vivendo nossa vida, mas também temos que estar preparados para o pior. - meu pai se aproximou de mim e cochichou.- Vai para a escola e consegue mais recrutas.

- Por quê? O que pretende fazer?

- Te explico mais tarde. Gregg.- meu pai chamou o ex segurança. -Enquanto eu e minha esposa vamos trabalhar, as meninas vão para a escola e Lorena para a faculdade, você estará encarregado de cuidar da casa.

- Me sinto honrado, senhor.

Meu pai voltou a cochichar.

- Mantenha todos em treinamento enquanto estamos fora. Traremos novos recrutas.

- Então você fará o quintal de sua casa uma instituição?

- Por agora sim. Até eu arranjar um plano melhor em como fugir do apocalipse que está por perto.

- Por que o senhor não fica e me ajuda a treiná-los?

- Minha esposa quer que seguimos com nossa vida como se nada tivesse acontecido. Tenho que respeitar a decisão dela. Acabamos de a recuperar, não quero brigar com ela. Já combinei com as meninas de que todas tentarão novos recrutas, então indiretamente, todos estarão ajudando. Por favor, explique a situação para os outros.

Gregg aceitou. Eu fui meio que obrigada a voltar a escola. Como posso pensar nas Leis de Faraday quando tem um apocalipse se aproximando? Impossível. Mas tenho que seguir as ordens de minha mãe.

Vai ser muito difícil para mim voltar a minha vida como ela era. Me esqueci de como era ir para a escola para verdadeiramente aprender e não me tornar uma máquina assassina de pivalies. 

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora