Ao chegar em casa, vi um grupo ainda maior lutando e praticando no nosso quintal. Pelo jeito as meninas e meu pai conseguiram mais recrutas. Eu não consegui nenhum hoje, mas se Gabrielle não cumprir a promessa dela, ela vai se arrepender.
Vi Lorena treinando com Ryan.
- Vocês dois treinando? Jurava que vocês se odiavam.- eu disse.
- E eu o odeio, só que o papai quer que eu lute com pessoas da minha idade. Gregg pediu para eu lutar especificamente com Ryan porque ele é tão ruim que só uma ótima professora iria conseguir o ajudar.- disse Lorena.
- Ei, não sou tão ruim assim.- ele disse.
- Você é sim. - eu e Lorena dissemos ao mesmo tempo.- Vou deixar vocês treinando. Vou ver Emily.
Entrei em casa e fui para seu quarto. Eu tenho noção de como ela deve estar incomodada com várias pessoas dormindo no quarto dela e mexendo em suas fórmulas e pôsteres do Ryan.
Assim que eu entrei, ela estava fazendo experimentos químicos com um líquido azul em um béquer.
- Tudo certo aqui, Em? - eu perguntei.
- Sim. Estava tentando terminar o que fazia na instituição. Achar a cura. Só que é impossível desvincular a mistura racêmica.
- Nada é impossível. Se quiser eu te ajudo.
- Não, você é uma das melhores lutadoras e deveria estar dando aulas para os meus amigos de sala.
- Por que você não os ensina?
- Sou péssima lutadora. Eu sou mais cérebro do que músculo. - ela disse rindo.
- Está na hora de melhorar seu músculo então. Você também deve lutar. Eu sei que na instituição você também aprendeu a como combater contra pivalies e ter aulas de sobrevivência, só que você sempre preferiu ficar no laboratório. Eu sei que é importante ter uma gênia no nosso time, mas também se acontecer o ataque aqui, não quero que você esteja despreparada fisicamente.
- Tá bom, tá bom, você venceu. Só vou terminar aqui e já vou aprender a lutar.
Eu sorri e enquanto saía de seu quarto, lembrei de lhe perguntar uma coisa.
- Mais uma coisa, Em.
- O quê?
- Quanto tempo falta para chegar o vírus aqui?
- Não sei ao certo. Não é nem 100% de certeza que ele sequer chegue aqui. Se ele chegar, de acordo com meus cálculos, em mais ou menos 5 dias. Como hoje já praticamente acabou, temos só mais 4 dias.
- Obrigada Em. Quero te ver lá no quintal daqui a pouco.
Fui ao quintal e encontrei meu pai. Ele pelo jeito chegou mais cedo do trabalho.
- Como vão as coisas, pai? Está tudo certo no trabalho?
- Sim. Só estou bem atrasado em relação a tudo. Tenho que recompensar meu 1 mês e meio sem ir ao trabalho. Está bem difícil.
- Mas se o vírus chegar, seu trabalho não vai mais importar.
- Mas se ele não chegar, eu tenho que continuar trabalhando muito. Vamos esquecer disso. Conseguiu aqueles recrutas? Devo admitir que sua estratégia de entrar em uma luta e ganhar a aposta me surpreendeu.
- Obrigada, pai. Ninguém veio hoje. Eu avisei Gabrielle o que aconteceria se ela não cumprisse o acordo. Acho que até amanhã teremos mais recrutas.
- É isso que queria ouvir. Nesse meio tempo, você deve treinar com Gregg.
- Com Gregg? Mas ele luta muito melhor que eu.- Exatamente por isso. Eu quero que você melhore seus golpes. Sei que você é uma das melhores para sua idade, mas sempre tem como melhorar.
Eu acabei aceitando e fui combater com Gregg. Notei que havia um pequeno público nos observando.
Grace se aproximou.
- Como foi seu primeiro dia em solo brasileiro? - eu perguntei.
- Eu adorei. Principalmente a comida. É tão bom não ter que ficar comendo junk food o tempo todo. Sua mãe cozinha muito bem.
- Ela é a melhor cozinheira do mundo. Que bom que você gostou. Como foi o dia de treinamento?
- Tive aulas com o Gregg durante a manhã e à tarde ele nos juntou em pares para lutar. Fiquei sabendo que vocês vão lutar agora. Boa sorte.
- Obrigada, mas considerando que eu acabei com a raça do Jake, Meredith e Gabrielle, acho que consigo lidar com Gregg.
- Se é o que você diz. Ele não é nem um pouco fácil. Mas eu acredito em você.
Eu fui ao ringue e encontrei Gregg. Iríamos começar a luta. Eu comecei dando meu bom e velho soco no estômago, mas para ele é como se não tivesse sentido nada. Ele pegou meu braço o torceu. Me virou com o braço que ele segurava e o colocou em minhas costas, ele me deu uma joelhada de costas e eu caí no chão.
- Regra número 1. Nunca ache que você é melhor que seu oponente. Ele sempre pode te surpreender.
Eu me levantei do chão e tentei lhe dar um chute, só que ele pegou minha perna e a virou. Fiquei novamente de costas. Dessa vez com seu braço, ele envolveu em meu pescoço, me incapacitando de me mover.
- Regra número 2. Nunca abaixe a guarda.
Eu o dei um cotovelada e ele me soltou. Eu tentei lhe socar no rosto e ele desviou.
- Regra número 3. Aprenda os movimentos do seu oponente. Assim você pode até prever o que ele irá fazer.
Ele pegou meu braço antes mesmo de eu poder tentar dar o próximo soco e me segurou por ele, me levantou no ar e me jogou no chão novamente. Dessa vez cai de cara no chão. Não perderia tão fácil assim.
- Regra número 4. Nunca subestime o poder do próximo. Ele pode parecer frágil, quando na verdade pode ser uma máquina assassina.
Eu aproveitei enquanto ele falava, me levantei, dei um chute nele e enquanto ele reagia com a mão, eu a usei para escalar sobre ele. Consegui ficar em cima dele. Eu prendi minhas pernas fortemente em sua cabeça, a fim de o sufocar. Só que ele facilmente fez um mortal para a frente e eu caí e ele caiu em pé como se nenhum dos meus truques especiais o tivessem minimamente o machucado.
-Regra número 5. Nunca ache que você sempre vai ganhar todas as lutas em sua vida, porque eu te garanto que sempre há mais a aprender. Por hoje terminamos.
Eu fiquei impressionada em como ele é tão bom lutador. Para mim, ele só era um segurança que me levava para os lugares onde eu fazia meus testes especiais e servia para proteger minha família. Nunca imaginava que ele era tão bom quanto os meus professores, como o Mcangel.
Gregg ofereceu sua mão para me ajudar a levantar. Eu aceitei.
- Sempre há mais para aprender, Francesca. É impossível ser a melhor na luta com só um mês e pouco de treinamento. Pode querer se mostrar a forte e durona para todos aqui, mas você não me engana. Eu sei que você usa essa máscara de intocável, quando na verdade você ainda está sofrendo pela morte de Jake.
Eu sabia que ele estava dizendo a verdade, só que não aguentava a ouvir mais. Eu levantei e saí sem o responder.
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Até o fim do mundo
JugendliteraturFrancesca e sua família vão para a Disney e a viagem não ocorre na maneira que esperavam. Um tipo de vírus se espalha e contamina a população. Será que há uma cura? Como sobreviverão ao fim do mundo? História COMPLETA!! Iniciada: 15/06/2018 Finaliza...