PRÓLOGO

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MENSAGEM
(CARTER)

precisamos conversar »

« pode falar, boneca

pessoalmente »
é importante

« vc vai terminar comigo?

não, Carter »
o assunto é mais sério.

•••

1 ano atrás...

— Você me ama? - ele perguntou pela terceira vez.

A heroína já havia subido pro seu sistema nervoso e Carter estava, visivelmente, alienado num mundinho só dele.
Olho em minha volta e as pessoas estão dançando, Gwen está semi nua pulando no sofá com sua garrafa de Whisky na mão. Ela ri e grita o tempo todo. Bato palmas e ela me estende a mão.

— Eu te amo, Steven Carter. - dou lhe um beijo e me levanto pra dançar junto com a galera.

Vincent e Gwen me seguram e despejam uma boa quantidade do liquido caramelo em minha boca. O Whisky desce queimando em minha garganta, eles sacodem minha cabeça e sinto tudo girar. Merda! Tiro minha blusa ficando apenas de sutiâ e short. Sinto o álcool subir e tudo fica mais leve; Vince me passa seu beck e eu dou uma tragada, saindo totalmente de minha orbita. Eu e Gwen nos beijamos, ela puxa Vince pra um beijo triplo e antes que executemos o mesmo, sinto uma mão forte me puxar para baixo, quase me fazendo cair do sofá.

Epa - gargalho com meu quase tombo.

A música é alta e mal posso ouvir minha própria voz. Meus cabelos caem sobre meu rosto, me impedindo enxergar com clareza quem havia me arrancado de lá. Escuto um murmúrio alto, retiro os fios do meu campo de visão e vejo Carter quase se atracando com Vincent. Ah não, de novo não.
Devido as mudanças constates de humor de Steven e seu ciúmes possessivo, acabei de acostumando com as brigas e confusões armadas por ele. Mas nem todo mundo aceita o que eu aceito numa boa. Na verdade nem é questão de aceitar e sim acostumar, com o tempo eu aprendi a lidar com o namorado enfurecido e inseguro. E ta tudo bem, é só ter jeitinho.

— Steven, fica calmo, cara. - minha amiga tenta apartar a discussão dos dois. Dele, principalmente, já que Vince está todo mole, quase inconsciente devido o efeito de retardo que a maconha traz.

Antes de correr até meu namorado, rio da cara de sonso do meu amigo que está prestes a dormir com o sacolejar das mãos grotescas de Carter.

— Caralho, Jade - ela gargalha — Me ajuda aqui sua cretina bêbada.

Tento correr mas piso em falso e caio sobre as pernas de Steven que nem se quer olha pra mim. Me apoio em seu jeans preto surrado e o contenho, segurando pelas bochechas, como uma mãe que brinca com o rosto fofinho do filho.

— Sai daqui, sua vadiazinha. - suas palavras me atingem como um murro no estômago.

Meu olho mareja e lentamente minha mão cai sobre meu corpo. Instintivamente, pego minha blusa e minha jaqueta as vestindo, me abraço contra meu corpo e minha enorme jaqueta e saio de lá de dentro. Meus ouvidos se ensurdecem devido o baque das palavras proferidas por ele. A casa dos Reed é bem grande. Caminho até o jardim e me sento ao fundo de um canteiro. Abraço meus joelhos e minha visão se embaça devido as lagrimas, vejo um vulto ao longe se aproximar cada vez mais de mim.

O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora