O final de semana passou e como de costume, eu e Gwen saímos para boates e bares. Sem sinal de Carter. Fiquei aliviada por não ver ele em nenhum canto que eu estava. Devia estar morto, ou voltado pro buraco que ele estava se escondendo esse tempo todo. Até hoje não consigo entender como alguém some do mapa da forma que ele sumiu. As más línguas diziam que ele estava foragido, mas não acho que isso seja verdade, Steven carrega o peso de ser um Carter, seu pai, por mais distante que seja não deixaria o nome da família cair a desgraça.
Trombamos com Zach e um amigo em um barzinho, ele sorriu quando nos viu, quando viu Gwen, não sei. Ele fica me analisando de uma forma estranha, até mesmo fora do consultório. Me sinto intimidada. Ele se levantou nos cumprimentou normalmente, achei que ele ia ficar com ela, como um casal mas não. Minha amiga deve ter ficado frustrada, ela se empolgou toda quando o viu.
Achei bem invasivo e antiprofissional Zach querer conversar comigo sobre as consultas fora do expediente e na frente de todos. Acho que ele não entendeu quando meu pai falou que nossa relação seria restritamente entre paciente e médico, no consultório. Se não fosse por essa regrinha básica de ética, eu já teria o agarrado como Gwen fez. Agora nem isso eu posso mais. Devido o meu desconforto com a enxurrada curiosa de Zach, a loira se atirou pra cima dele, sem nem dar tempo de ele recuar. Ela sabia do meu bloqueio em relação a minha vida.
Como minha amiga estava ocupada de mais saciando sua vontade bizarra de um estagiário eu entretive-me com Diego, que, ao longo da conversa revelou ser primo de Zach. Não houve segundas intenções mas seria ótimo eu me divertir com um Montes, pelo menos, me saciar. Diego é um espanhol bem saboroso - sem segundas intenções - e ótimo de papo, diferentemente de seu parente que parece querer ler cada célula do meu corpo como um sociopata. Estava ficando bem desconfortável com alguns olhares que Zach lançava para mim e Diego ao decorrer da noite. Cada segundo que passa eu me arrependo de ter cedido ao convite deles de nos juntarmos a mesa. Preferia passar a noite com minha amiga recebendo bilhetinhos de guardanapo dos gatinhos do bar. Há noites, que até drinks ganhamos de admiradores secretos.
— Eu ofereceria pra levar vocês em casa, mas estou de moto. - gentilmente Zach disse gesticulando sua cabeça até uma moto Honda CTX 700N que esta estacionada na calçada.
— Posso levar vocês, se quiserem. - o primo ofereceu. Gwen sorriu maliciosamente para mim e eu neguei, disfarçadamente, com a cabeça. Sem clima pra transa casual hoje.
— Muita gentileza sua, Diego mas eu vim dirigindo, posso voltar com meu carro - sorrio gentilmente — Mas caso queira levar a Gwen pra casa, fique a vontade Dr. Montes. - ouso debochar no final. Zach se remexe na cadeira desconfortável, certeza que minha amiga está saltitante por dentro. A empurrei direto no colo dele, de bandeja.
— Você bebeu, não pode ir sozinha. - protesta. Francamente, o que esse cara pensa que é?! Jesus Cristo? Que manda e desmanda em tudo. — Diego te leva. - arqueio minhas sobrancelhas. É sério isso?!
— Obrigada por se preocupar, papai, mas acho que sou bem grandinha pra tomar minhas próprias decisões, - viro uma dose de tequila que havia pedido — fique tranquilo, meu santo é forte, não morro tão cedo. Te garanto. - ele fecha a cara. Gwen aperta o topo do nariz. Ela odeia que eu faça piada do meu acidente/quase morte.
Zach mantém seu olhar está fixo nos meus. Sua feição carrancuda se desfaz quando o desafio com o olhar, arqueando as sobrancelhas. Eu, realmente, não entendo esse achismo dele de achar que tem algum poder sobre mim, nem mesmo meu pai age de tal forma. Preparo minhas coisas pra ir embora, atingi o nível máximo da minha paciência. Não aceito passar mais nenhum segundo perto desse cara. Me despeço de todos com um grande e exausto sorriso e saio.
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O Despertar
RomanceVocê já escutou aquela frase que diz: "Nem todo mundo é quem diz ser"? Pois bem, assim é Jade Cooper, uma jovem adulta que se diz tão forte, extrovertida, cercada de amigos e feliz consigo mesma, e que na verdade é tão frágil e traumatizada. Ela bu...