"Vamos leva-la para sala de emergência"
"Jade! Fique com o papai"
"Ela está dando um ataque cardíaco"
"Preciso que vocês esperem aqui"
"Injetando..."
Duas semanas depois...
— Jade? Como se sente?
Minha visão está embaçada, vejo as luzes acima do homem que me dirige a pergunta. Tentei me mexer mas meu corpo está tão mole e fraco que acabo desistindo. Fecho e abro meus olhos e a visão, aos poucos vai ficando límpida.
— Bem, eu acho. Onde estou? - pergunto receosa.
— No hospital. - Ah merda! — Seus pais estão la fora. Devo manda-los entrar?
— Não. - digo ríspida. Ultima coisa que quero agora é olhar pra cara dos meus país, eles devem estar morrendo de desgosto. — O que aconteceu?
Abaixo meu olhar e vejo agulhas e tubos presos por esparadrapos em minha mão; em cima há um saco com liquido branco e outro vermelho, que suponho ser meu sangue. Ai merda! Isso justifica minha fraqueza, eles devem ter feito algum tipo de lavagem no meu estomago, sinto meu umbigo nas costas.
— Você ingeriu uma dose alta de drogas e seu organismo não suportou. Achamos que não conseguiríamos te reanimar já que você chegou aqui desacordada e logo depois sofreu um ataque cardíaco. Passou duas semanas em coma induzido, você acordava e tinha surtos e crises de ansiedade, então medicamos você. - o médico com toda sua profissionalidade diz, calmo. Já eu estou atordoada.
— Mas agora ta tudo bem? - pergunto receosa. Sei que não ta nada bem, se não eu não estaria aqui.
— Parcialmente, sim. - sua voz toma um tom mais firme e ao mesmo tempo brando, como se tivesse medo de continuar.
— Porque? - o olho intrigada.
Os meus batimentos começam a aumentar e o panico toma meu corpo. Quando caio, por fim, na realidade me lembro. Não não! O que eu fiz?! Sou tão inconsequente.
— Jade, quando você chegou, pensamos que fosse apenas uma overdose. Não sabíamos que você estava gravida, notamos um sangramento incomum e depois de fazermos uma ultrassom tivemos o diagnostico - ensurdeci naquele momento. Meus olhos encheram de lagrimas, meu nariz ardia e o quarto ficou minusculo. Meu bebê! — Jade, infelizmente você perdeu seu bebê - foi a ultima coisa que eu escutei antes de apagar novamente.
Depois que acordei, ainda atordoada e cercada de enfermeiras para me auxiliar, o médico me disse que devido as drogas, os meus níveis hormonais ficaram alterados, por isso meus folículos ficaram comprometidos e com isso veio meu aborto. Isso nem foi a pior noticia, bom, foi uma das, o médico disse que pelos altos níveis de droga que ingeri que, futuramente, uma gravidez seria quase impossível. Em outras palavras, eu me tornei uma infértil, incapaz de reproduzir.
— Existem outros métodos de você ter filhos - ignorei completamente seus conselhos, me virei para o lado e dei um longo e dramático suspiro.
— Não conte aos meus pais. - disse ríspida. — Espero que você e sua equipe mantenham o sigilo de paciente e médico.
— Não se preocupe. Agora descanse.
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O Despertar
RomanceVocê já escutou aquela frase que diz: "Nem todo mundo é quem diz ser"? Pois bem, assim é Jade Cooper, uma jovem adulta que se diz tão forte, extrovertida, cercada de amigos e feliz consigo mesma, e que na verdade é tão frágil e traumatizada. Ela bu...