O Despertar

CAPITULO 25

Perdi o ar quando me deparei com Gwen na porta da casa de Zach. Obviamente ela não esperava ver a melhor amiga na casa de seu, ficante?! Zach não estava em casa quando ela chegou, até então, eu não ia nem abrir a porta mas ela sabia que eu estava ali. Meu carro está parado na porta e suspeita que mais alguém – Theodore – tenha me dedurado. Creio não ter infringindo nenhuma regra de amigas de dormir na casa do cara que ela está saindo pois, dada as circunstâncias eu não tinha pra onde ir; a casa dos Rivera seria um lugar muito óbvio e meus pais, logicamente, me procurariam lá antes de qualquer outro lugar no mundo. E Zach é meu psicólogo acima de tudo, eu precisava de alguém mais centrado pra me acolher e me dizer o que fazer diante essa situação. Por mais que eu não tenha falado muito sobre para algo ser resolvido. Mas era o melhor que eu podia ter feito.

— Seus pais estão mega preocupados, você não aparece em casa faz dois dias. 

— Nem pretendo voltar.

Eu pensei em ir embora, não pra casa dos meus pais mas, sei lá, pra algum lugar que não fosse exigir de alguém o trabalho de me ter por perto. Não tenho muitas possibilidades. Talvez eu devesse viver na rua. Uau, Jade.

— Eu vim pra cá pois sabia que o primeiro lugar que meus pais me procurariam seria na sua casa. Só fugi. - dei de ombros.

Ela assentiu com a cabeça, concordando com a minha desculpa esfarrapada que, consequentemente, fez sentido. Gwen se levantou e foi até o andar de cima ficando por lá. Espero que ela não repare na cama bagunçada. Eu e Zach não dormimos juntos, não dessa vez. Ele preparou um cantinho no chão, bem confortável até e dormiu lá. Insisti para que eu dormisse no chão mas, obviamente, ele não deixou.
Escuto barulho de chaves na porta, meu coração dispara, borboletas despertam em meu estômago. Zach surge ao abrir da porta, seu sorriso se abre ao me ver, instintivamente, sorrio de volta. Escuto um barulho vindo lá de cima e, por um segundo, me esqueço de quem está aqui. Ele me olha estranho, com as sobrancelhas franzidas. Fecho os olhos com força, pressionando a boca, antes que eu possa explicar, um gritinho estérico se auto anuncia.
Ela da pulinhos até estar completamente dependurada nele. Me levanto do sofá, nitidamente, incomodada com aquela cena, e subo.

Escuto eles conversando lá embaixo, recolho minhas roupas e entro pra dentro do banheiro. Tomo um banho rápido, visto minhas roupas sujas e saio. Antes eu tivesse ficado dentro do banheiro. Escuto uns gemidinhos abafados de Gwen, me estremeço inteira de nojo. Sério, como conseguem? Eles nem gostam um do outro. E eu estou aqui! Será que eles não teem um pingo de consideração? Por Deus. Ok, sei que ela é uma cachorra num cio eterno, já a ouvi gemer, já a vi transar com diversos caras, mas essa situação é diferente mas e ele?? Zach deveria pensar. Isso também pesa no meu processo Tampando os olhos, eu desço. Os gemidos abafados de Gwen ficam mais altos. Preferia ser cega e surda.

— Podem continuar. Não estou vendo. - murmuro, o barulho cessa. Permaneço de olhos tampados, não quero ver essa cena. — Vou passar em casa pra pegar algumas roupas e vou pra sua casa, Gwen. - paro na porta, de costas pra eles. — Obrigada pela estadia, Zach. -  e sem mais delongas, abro a porta e saio.

Lutando contra minha própria mente, tento focar no que eu iria fazer, aonde eu iria agora. Uma pontada de angústia me atinge. O que eu queria esquecer acaba sumindo de minha mente trazendo meu pesadelo a tona.
Decidi traçar outro caminho, não fui pra casa. Se é assim que eu posso chamar aquele lugar. Peguei meu carro e vou pro lugar onde disse que eu prometi nunca pisar na vida. A casa de Carter. Bom, o lugar onde ele vive. Uma vez Vincent me disse onde ele estava ficando, então segui suas informações.
Uma pontada de pena atinge meu peito ao ver o lugar caótico que ele vive. Seu trailer está aos pedaços, enferrujado e vidros imundos. Como nos filmes de apocalipse zumbi. Caminho em torno do local e me assusto ao escutar passos atrás de mim. Agora é tarde demais pra fugir.