CAPITULO 12

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Vincent Reed, mais conhecido como Vince, era um dos meninos do bondinho de Carter e meu amor platônico de infância/adolescência. Lembro que ficava babando nele durante as aulas no ensino fundamental, e logo no ensino médio antes de me envolver profundamente com Steven. Vince nunca me notava e isso me matava por dentro, imaginem, eu, uma criança de 13/14 anos "apaixonada" por um garotinho, o mais bonitinho da turma e não era correspondida, primeira decepção amorosa eu diria. 

Logo depois que eu comecei a ficar com Carter, Vincent começou a me notar, me chamava pra roda de conversa deles e vivia de papinho comigo, Carter chegou até a discutir com ele uma época pois ele estava muito "atiradinho" pra cima de mim, e então pra evitar mais confusão eu taquei Gwen pra cima dele, contra vontade dela pois naquela época ela estava apaixonada por um nerd gato e mais velho do terceiro ano. Vince e Gwen não tiveram nada pois a megera dizia não ter "tesão" por ele. Quando Steven não estava por perto, ele vinha conversar e as vezes até me pedir pra abrir o olho, mas eu não dei muita bola, achei que ele estava falando aquilo só por raiva do amigo, tola, acabei tomando no cu da pior forma possível.

Depois de toda confusão e do término do ensino médio não o vi mais, Cheryl me disse uma vez que ele tinha se mudado pra outra cidade junto de sua família, o que a maioria dos alunos do colégio havia feito.

— Não acredito que é você! - digo surpresa caminhando até ele. 

— Caralho, Jade, você continua linda. - ele me abraça. Agora que você nota né filho da puta. — Me desculpa, passo aqui todos os dias e não é normal uma bela moça atravessar meu caminho. - brinca. Coro e ele sorri. Santo Deus, por que não te escutei naquela época? Faríamos um casal tão bonitinho. Penso. — O que você faz por esses lados? Nunca te vi por aqui. 

— Só estou caminhando um pouco, espairecendo - sorrio dando de ombros.

— Imagino, vi que o Stev voltou, deve ta sendo bem complicado pra você. - sua voz assume um tom melancólico  — Que tal a gente ir lanchar e conversamos mais um pouco?! - sugere, dou um largo sorriso e aceito. 

•••

Ficamos conversando por horas, Vince me contou das gafes que Gwen dava na época em que eles estavam tentando algo e, pela primeira vez, eu me senti leve, como se tudo tivesse sumido por um tempo. Tomamos 3 cappuccinos com muito chocolate e chantilly, já estávamos elétricos de tanto açúcar e histórias engraçadas. Vincent em nenhum momento me perguntou sobre o pesadelo da formatura e sobre Carter, acho que ele meio que sabe de tudo um pouco, afinal, as notícias correm igual o tempo por aqui. Ele me contou também que a vida em Boston não deu muito certo então ele e a família Reed resolveu voltar a suas raízes Nova Iorquinas. Já era seis e quinze e a cidade estava ficando mais agitada. Hora de ir embora, caso contrario, irei encontrar o metrô lotado e barulhento demais. 

Depois de muita insistência pela parte de Vincent em me levar em casa, ele se deu por vencido e me deixou ir. Fiquei grata pela companhia inesperada, peguei seu número e prometemos um ao outro manter contato. Vincent continua perfeito, seus olhos castanhos, doces e misteriosos ao mesmo tempo, me fizeram sentir nostálgica. Senti falta do colégio e de quando pensei que seu amor não correspondido seria a dor mais intensa e profunda que eu sentiria na vida. Eu era tão ingênua. Deixando-o pra trás e toda nostalgia coloco meus fones novamente e sigo meu caminho de volta pra casa, espero que o metro não esteja lotado, não suporto tumulto e pessoas relando em mim. 

Ligação on

Eu: Pai?
Pai: Espero que você esteja chegando, Jade! Hoje acontece a reunião de avaliação dos estagiários, e você como está participando do projeto é obrigatório comparecer.
Eu: Ah não Pa...
Pai: Já falamos sobre isso, chegue, bote uma roupa adequada e me encontre no clube. Beijos, te amo.

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