CAPITULO BÔNUS

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Dia do sequestro...

Enrico ficou preso dentro do minúsculo banheiro do posto de gasolina; amarrado e amordaçado, ele sangrava devido a coronhada que ele levara do bandido. Uma mulher chegou as pressas ao notar a trilha de sangue deixada ao longo do posto e o achou desacordado encostado na parede suja.
Rapidamente a mulher da lojinha de conveniência ligou para a ambulância, ela já havia ligado para polícia assim que notou um suposto sequestro do lado de fora da loja, a mesma notou o olhar de desespero e súplica da garota que estava sendo coagida a fazer o que mandavam.

Os policiais chegaram, assim como o primeiro socorros; fizeram todos os devidos cuidados com Enrico e em seguida coletaram o depoimento do mesmo. A mulher colaborou com a polícia e descreveu toda a cena, já que a mesma assistira tudo de dentro da loja perfeitamente.
Uma informação crucial foi dada aos policiais, Enrico os avisou que seu carro, aonde Jade foi levada, há rastreador e que eles poderiam ver aonde os sequestradores a levaram.
Não havia como ele avisar a ninguém sobre o ocorrido já que os homens roubaram tudo que ele tinha de valor.

Juntamente com a equipe especializada em sequestros, Enrico foi até a delegacia aonde conseguiu, por fim, comunicar a esposa do ocorrido. Julie ficou abalada do outro lado da ligação e teve que ser buscada por um dos agentes policiais em sua casa. O casal passou longos momentos no departamento de policia de Nova York aguardando o sinal do rastreador, mas era de se esperar que os bandidos seriam espertos e desconectassem o aparelho, dificultando a localização da filha.

•••

Última chamada para o vôo 143 com destino a Santiago de Compostela - Espanha...

Zach tentou, pela quinta fez ligar para Jade mas a mesma não atendeu. Com o coração apertado, ele suspirou alto, pegou sua mochila e atravessou o portão de embarque; olhou mais uma vez para trás e nem se quer viu um movimento diferente que indicasse que ela chegaria. Conferiu seu assento e sentiu uma imensa tristeza ao notar que viajaria sem uma pessoa ao seu lado. Ele se ajeitou em seu lugar e ficou, os longos minutos antes da decolagem, olhando para fora de sua janela, se perguntando o que acontecera dessa vez; Zach a conhecia o suficiente pra imaginar que ela teria desistido.
Ele já havia mudado a data de sua viagem por conta dela, deixado o primo ir sozinho para
Lugo – cidade natal – um dia antes para que Jade tivesse tempo de organizar com as passagens, os pais e os amigos. Tava tudo programado, sem margem de erro ou desistência mas mesmo assim ele entrara no avião sozinho.

Pela sexta vez ele tentou ligar para ela, só que diferentemente das outras vezes a ligação foi negada o que lhe causou estranheza. Zach então ligou para Enrico pois ele já estava ciente da viagem da filha e a levaria para o aeroporto; o telefone chamou até cair. Bom, talvez ela tenha impedido o pai de atender as minhas ligações. Ele pensou. Largando a ilusão de lado, Zach guardou o celular e se deixou levar pela ideia de que Jade, simplesmente desistiu da viagem e o deixou ir, sem dar a ele nenhuma explicação.

— Sou um idiota. - murmurou para si mesmo assim que o avião decolou.

Dia seguinte ao sequestro...

Depois que chegou em Santiago de Compostela Zach fez uma ligação rápida para Diego e pediu-lhe que o buscasse na cidade. São quase 72km de distância, o que da uma hora e quase vinte minutos – sem trânsito. Enquanto Zach esperava o primo, ele foi até a rua do Franco aonde fica uma taberna super aconchegante chamada O Boteco. Ele se sentou em um canto, pediu um bom vinho tinto e tortilha de batata; pegou seu celular e digitou rapidamente uma mensagem para Julie, sua última esperança.

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