— O nome do Sr. Carter e seus negócios estão sendo manchados por causa do filho. Imagina você ter um filho viciado em drogas e ter manchetes em todos os lugares dizendo que você é um péssimo pai, ou algo do tipo. E sabemos que o pai do Steven não o ama e não daria nenhum tipo de assistência a ele. Acredito que, possivelmente, ele tenha colocado pessoas atrás dele pra por fim, de vez, em seu maior problema. - eu mal conseguia raciocinar, estou paralisada.
Como se alguém tivesse me dado um murro na cara. Dói ouvir isso porém não faz sentido.
— Ele não tem ninguém - o doce som da voz de Cheryl ecoa pelo ambiente me tirando do transe mais horrendo em que já estive — só você. - concluiu, apontando para Vincent que assentiu calmamente com a cabeça.
— Como você chegou a essa conclusão? - pergunto receosa.
— É só uma suposição. - ele da de ombros. — Carter recebeu uma ligação do pai e nela o mesmo alegava que não deixaria mais seu nome ir para o ralo como a "vida medíocre" do filho. - meus ombros caíram sobre meu corpo, me aliviando por um momento.
— E você levou em consideração a ideia mirabolante de estarem "caçando" o Steven só por causa dessa ligação. - caminhei até a porta, um tanto quanto desacreditada no que acabara de ouvir — Tolice. Vamos embora Cheryl. - a chamo, me virando para porta para sair de lá.
— Talvez seja pela sua arrogância que ele quis se esconder de você. - as palavras saem duras da boca de Vince.
Isso foi a coisa mais inesperada que pude ouvir em toda minha vida, ainda mais vinda por tal.
— É por isso que ele está aqui, Vincent! - uma ruga de curiosidade surge em seu rosto, rio nervosamente. — Você não vê o quanto é submisso as vontades dele. Não estou sendo arrogante, estou sendo racional. Abra os olhos e veja, o Carter não tem mais a quem recorrer, deve estar fodido em tantas dívidas, e nem preciso mencionar quais tipos. Deve ser por isso que o pai lavou suas mãos, viu que banca-lo era como dar um tiro no próprio pé. - jogo as verdades na mesa.
A feição dele é inexpressiva, sua boca está, aparentemente seca, ele mal consegue olhar em meus olhos. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa os braços da ruiva me puxaram contra ela, me tirando de lá.
Após sair de lá liguei imediatamente para Enrico, sei que ele trataria de esclarecer as coisas entre o Sr. Carter e tirar como prova o que eu acabara de jogar na cara de Vincent. A verdade. Sei que o pai do Steven é amargurado com a vida e com a esposa, mas ele não ordenaria pessoas para que "arrancassem a cabeça" do filho. Por mais triste que seja a realidade, o Steven nunca fez por onde para mostrar gratidão e, qualquer tipo de valorização aos "auxílios" que o pai o fornecia. Até porque isso afundaria mais o sobrenome da família, o acusariam mesmo não tendo provas concretas. "Um homem rico que deixa o filho a Deus dará" não é lá um título legal para os jornais do país e do mundo.•••
Cheguei uma hora mais cedo na clinica na intenção de encontrar meu pai para que pudéssemos finalizar esse assunto de vez. Uma vez que o próprio pai de Carter lavasse suas mãos em relação ao mesmo, eu faria igual. Só preciso saber dos fatos. Felicia nem se poupou de me impedir de entrar na sala de Enrico. Sem bater, entro e me deparo com a cópia fiel de Steven sentado a frente do meu pai, ambos super concentrados. Peço licença e adentro, fechando a porta atrás de mim. Os homens param a conversa e me olham, sua feição de satisfação e alivio me deixa intrigada. Meu pai gesticula para que eu sente ao seu lado, em passos furtivos vou até eles, cumprimento com um aperto de mãos o Sr. Carter que da um sorriso fraco. Me ponho ao lado de meu pai, ele levanta o olhar para mim e assente, me passando conforto.
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O Despertar
RomanceVocê já escutou aquela frase que diz: "Nem todo mundo é quem diz ser"? Pois bem, assim é Jade Cooper, uma jovem adulta que se diz tão forte, extrovertida, cercada de amigos e feliz consigo mesma, e que na verdade é tão frágil e traumatizada. Ela bu...