CAPITULO 34

17 4 0
                                    

Por mais arriscado que fosse, eu não podia evitar minha necessidade irreprimível de estar com Zach. Seja lá o tempo que for. Daqui dois meses seu estagio acabaria e, de certa forma, isso me incomoda já que não sei o destino dele desse tempo em diante. Eu havia caprichado em suas avaliações das ultimas vezes, porém não sei se minhas considerações são suficientes. Ele também se formaria daqui algum tempo. Já conversamos sobre isso, sabemos que tem muita coisa em jogo e não arriscaríamos perder tudo.

A luz invade o quarto através da cortina branca atingindo meus olhos. Meu rosto se vira, numa tentativa de fugir do clarão. Me deparo com um par de olhos, sereno, me olhar, piscando delicadamente, como se seus cílios acariciassem os fios inferiores. Sorrio e, da maneira mais bonita e angelical, Zach retribui. Ao fundo pode se escutar os vizinhos saindo com seus carros para o trabalho, cachorros latindo e pássaros cantarolando um para os outros. O cheiro é tão harmônico quanto os sons. Ficaria aqui dias, sem me enjoar. Desde que eu pudesse olhar sempre que acordasse o par de olhos que me encantara sempre eu os vejo.

Resmungo preguiçosa e o braço musculado me laça, me puxando mais perto de seu corpo. Ficamos centímetros de distancia um do outro, nossas respirações misturam se tornando uma só. Tão perto que posso ouvir seu coração saltear contra seu peito. Seu corpo se amansar e sua pele se enrijecer ao meu toque. Uma de minhas mãos sobem em direção ao seu rosto e o toco, acariciando cada milimetro, cada curva. Seus pelos se arrepiam e eu sorrio de canto. Zach parece querer absorver aquele momento ao fechar os olhos. Seguro um dos lados de seu rosto e deposito um beijo em seus lábios secos que se umedecem. Seus braços me puxam, conectando, como um quebra cabeça, nossos corpos. Lentamente ele abre os olhos e retribuindo o beijo. Se eu pudesse, viveria só esse momento. Surreal.

— Bom dia, Cooper. - diz por fim, ainda com seu corpo aninhado ao meu.

Não há qualquer tipo de desconforto, pode parecer clichê mas parece que fomos feitos um para o outro. Sob medida. Pois nossos corpos se encaixam, perfeitamente, um ao outro.

— Bom dia, Montes. - contraio os lábios e sorrio.

Ele parece se deliciar com o que vê. Zach, desde que me vira pela primeira vez, mantém o mesmo olhar fulminante e intenso, com as pupilas dilatadas e um ar de quem acabara de ver um pássaro verde. Se eu conhecesse de olhares e expressões eu diria que o mesmo me olha com "esperança". Sei lá. — O que foi? - pergunto intrigada, na intenção de que ele confirme o que eu pensara sobre sua expressão.

— Eu daria tudo pra acordar todos os dias e te ver assim - diz. Um frio na barriga me atinge inesperadamente. Tento conte-lo mas falho miseravelmente.

Assim? - pergunto indutiva. Ele se afasta um pouco, me fazendo ter uma visão perfeita de sua face.

— Tão serena, - sua mão dedilha minha perna nua — linda, - arrepio com seu toque e ele sorri — radiante. - conclui, um rubor surge em meu rosto. Ele volta a se colar em mim e espalha vários beijos em meu rosto.

— Pois é, benefícios de se fazer terapia. - digo sem ar. Ele cessa os beijos e me encara com um sorriso maroto. — Todos deveriam aderir. - dou de ombros.

— Terapia né, Srta. Cooper?! - seu tom é desafiador, sorrio e assinto. Zach debruça seu corpo sobre o meu, agora seu olhar assume um tom travesso e luxuria. — Vou lhe mostrar os benefícios da terapia. - sorrio sapeca e mordo o lábio. Oh céus, estou apaixonada.

•••

Pareço estar pisando nas nuvens. O clima daqui de cima é fresco, tem cheiro de flores. Tudo ao meu redor parece estar mais colorido e radiante. Talvez isso seja o tão famoso "amor" que as pessoas dizem e eu não quis acreditar. Agora é tudo real. Como se eu tivesse sido arrancada de um buraco frio e escuro, tudo tem um ar diferente. Melhor.

O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora