Multa

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Da cozinha Mrs. Mattew chamou todos os presentes para se reunirem à mesa anunciando que o almoço estava pronto a ser servido. Um por um, todos os familiares de Chris se sentaram nos seus lugares habituais deixando assim quatro lugares de vago para mim, Peter, o pai e Zack que havia chegado não fazia meia hora. Após estarmos todos sentados e a comida na mesa, de mãos dadas Mr. Mattew declamou uma oração à qual todos os presentes responderam vivamente.

O almoço estava mais animado do que o jantar na noite anterior. Chris aproveitou então aquele momento de descontração e harmonia para se declarar perante as nossas famílias.

-Mr. Covery... -começou. –Sei o momento difícil que está a ultrapassar mas, no meu entender, nunca é uma má altura para amar. Como já deu para perceber, eu estou interessado na sua filha Sophy e, segundo as minhas fontes, ela também parece estar interessada em mim. –soltou-se uma gargalhada geral. –Gostaria de lhe pedir a mão da Sophy. Gostaria que me desse a sua bênção, a sua autorização e prometo, em frente de ambas as famílias, amá-la e respeitá-la até ao fim. –corei.

-Nunca é uma má altura para amar, por isso, quem sou eu para impedir um amor que está a desabrochar, a florir, a reflorescer. Eu só quero ver a minha filha feliz, e se ela está feliz contigo, então têm a minha bênção. –o pai disse feliz. Um sorriso sincero. Pura felicidade, a mesma que se via estampada na cara de Chris. E na minha.

-Bem-vinda à família, minha querida. Desejamo-vos as maiores felicidades. –disse-me Mr. Mattew.

O almoço estava óptimo. Mrs. Mattew havia-se esmerado no arroz de gambas e a sobremesa, igualmente caseira, estava divinal. Ajudei Megan e Mrs. Mattew a levantar a mesa e a fazer cafés para todas aquelas pessoas que se encontravam agitadas com a situação atual. Os familiares de Chris comportavam-se como membros da família Covery e o sentimento de compaixão e dor perante o momento difícil que enfrentávamos era real e aconchegante. Todos os corações presentes naquela sala ansiavam por respostas ou por alguma pista que nos levasse de novo para junto das crianças. No entanto, estava previsto mais uma tarde incessante de espera. Não tínhamos nada por onde investigar e a sede de soluções era excruciante. Zack aproximou-se de mim e pediu-me que fosse com ele até ao átrio para falarmos sobre algo que este havia descoberto. Não hesitei, chamei Peter e Chris e, em vez do átrio, este encaminhou-nos para o escritório do pai onde podíamos falar mais acomodados.

-Eu acho que estivemos a ver esta situação de forma errada. – Começou por afirmar. – Continuo a achar que a antecipação do casamento não faz qualquer sentido. Pensem comigo. Vamos imaginar que eu estou há anos a planear casar-me com um homem, neste caso o vosso pai. Que sentido fazia se eu estivesse muito perto de concretizar o meu objetivo e deitasse tudo a perder alterando a data do casamento e atraindo desconfianças e atenções para mim? Para ela, não fazia qualquer diferença casar mais cedo ou mais tarde.

-Ele tem razão. Podemos ter acertado em algumas coisas mas a nossa teoria para a antecipação do casamento não faz grande sentido. – Comentei pensativa. – Ela é inteligente. Esteve sempre um passo à nossa frente. Antecipar o casamento seria estúpido, ainda mais para ela. Mas o que é que ela ganhava em antecipar o casamento?

-Pois, foi exactamente o que pensei, então fui pesquisar um bocado e lembrei-me de algo. Ela é mexicana, certo? O que significa que ela não tem nacionalidade americana. No entanto, se ela casar com um americano... -Zack foi interrompido.

-Mas a Jordyn já foi casada antes, lembram-se? – Perguntou Peter.

-Sim, é verdade, mas ela foi descoberta, o que significa que o casamento foi anulado quando o homem que ela enganou pediu o divórcio em tribunal.– Respondeu-lhe Zack.

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