Esquadra da polícia

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Por volta da meia-noite e meia, estávamos todos a apreciar o café, na nossa única pausa de cinco minutos nessa noite, Peter levantou-se e foi até ao quadro onde tínhamos anotado os aspetos mais importantes.

-Então, -começou ele. – O Spencer descobriu, de alguma maneira, que Jordyn não era quem dizia ser. Como descobriu ela que ele sabia? Que razões tinha ela para o raptar se não soubesse que ele sabia?

Foram de facto perguntas muito pertinentes e que, durante alguns minutos, nos contorceram e queimaram cada neurónio existente no nosso cérebro.

-Vamos começar por uma ponta. –acabei por dizer. –Spencer é um menino muito observador e inteligente. Jordyn podia ter baixado a guarda junto das crianças, não se sentindo ameaçada por elas, acabando por fazer com que o Spencer se apercebesse de que algo não estava bem.

-O sinal. –disse Zack. –Talvez ele a tenha visto esconder o sinal ou tenha lido a mesma noticia que vocês e tenha reconhecido o sinal.

Era de facto um passo na direcção certa. Era uma hipótese.

-Mais alguma teoria? –perguntei esperançosa.

-Talvez através do cão! Afinal, porque é que o Spike tem tanto medo da Jordyn? –perguntou Chris.

-Talvez porque foi ela quem o envenenou? –atirei com frieza.

-Pensem, o que é que os cães têm de muito apurado? Talvez ele andasse a cheirá-la detetando algo de estranho nela. –disse Zack.

-Mas Jordyn disse que era alérgica a cães, mesmo antes de Spike lhe ter chegado perto. –constatou Peter. –Ela tem de ter algo contra cães ou algum medo.

Zack virou-se de novo para os grandes ecrãs, procurando em todas as notícias e reportórios sobre o caso, algo que nos fosse útil.

-Vejam só. –disse-nos, minutos depois.

"Foram encontradas marcas invisíveis criadas através de um spray de GPS aquando das análises dos corpos de Juan Carlos e Gabriela Rosa ambos envenenados na prisão federal de Cidade do México, a capital do país. Para além dessas marcas, foram também encontradas substâncias tóxicas provenientes de pesticidas."

Zack voltou-se para escrevinhar noutra página, tentando obter informação sobre essas marcas de GPS.

-Aqui diz que estas marcas são detetáveis por aparelhos muito sofisticados e que são incolores, mas não totalmente inodoras. Por serem sprays, qualquer aparelho de deteção de cheiros ou até seres vivos com bom olfato os poderão detetar. Funcionam como GPS, pois todas as pessoas marcadas aparecem nos aparelhos, sendo possível um total conhecimento do seu paradeiro.

-E aqui temos o nosso motivo. –disse Chris. –Foi ela quem tentou envenenar o vosso cão. Mas porque haveria ela de ter uma marca dessas?

-Poderia ter sido a polícia a colocar-lhe. –disse Peter.

-Não, isso não faz qualquer sentido. A polícia tê-la-ia apanhado, sendo assim.

-A Sophy tem razão. –confirmou Zack. –Talvez estas marcas fossem comuns nos gangues ou na máfia do México. Talvez toda a família o tenha ou talvez seja como que um ritual de passagem para que, dentro do gangue, conseguissem localizar-se uns aos outros.

Eu estava farta de "talvez". Queria certezas. Queria desesperadamente algo que nos ajudasse.

-Por falar em família. –começou Chris. –Se os pais estão mortos, alguém deve tê-la ajudado. Uma mulher escapar por várias vezes à polícia, e planeá-lo sempre sozinha, é um bocado difícil de acreditar.

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