Em busca da felicidade

Pirata informático

Peter e eu entramos e descemos até à cave. Zack abriu-nos uma porta que rangiu, assustando-me.

O chão era coberto de soalho velho e as paredes de uma branco sujo e húmido. Na parede lateral esquerda havia uma placa em que era possível ler-se "A Caverna" em letras maiúsculas, trabalhadas à mão e pintadas num azul oceano. Havia computadores por todo o lado. Documentos abertos viam-se em muitos dos ecrãs e televisores que lá existiam e quatro teclados em volta de uma grande secretária estavam milimetricamente expostos de modo a controlar todos os ecrãs. A parede principal estava ocupada com documentos, cortados e colados, assim como fotografias e mapas de todo o país.

Zack aproximou-se de um armário que chegava ao teto e abriu três das vinte gavetas existentes. Retirou de lá papelada que me pareceu ser importante. Colocou as pastas dos papéis sobre uma mesa redonda, no centro da sala, e olhou para Peter.

-Sophy, o Zack é um amigo que conheci nas aulas de informática. Na verdade, ele é o melhor pirata informático da cidade e vai ajudar-nos a descobrir a verdade àcerca da Jordyn ou Josephina, ou lá quem ela é!

Fiquei calada. Ainda estava encantada com tudo aquilo. Parecia que tinha entrado numa série policial, as quais adoro ver na televisão.

-Peter, não te quero assustar, mas já tinha investigado este caso antes de me teres falado. Descobri-o há uns meses atrás, quando investigava uma empresa canadiana. Comecei por investigar o passado desta mulher e descobri isto.

O rapaz alto e bem constituído pousou cinco fotografias na mesa. Lado a lado estavam um homem e uma mulher de apelido Rosa. Por baixo encontravam-se três fotos de dois rapazes e Josephina.

-Estes são a família Rosa. São mexicanos e conhecidos por desviar grandes quantidades de dinheiro do estado. Os pais, Juan Carlos e Gabriela de la Rosa, foram presos em 2008 e morreram na prisão do México, dois anos depois, envenenados. A polícia acha que foi suicídio mas o caso nunca chegou a ser fechado. Os dois filhos mais velhos, Diego e Alejandro, foram condenados a pagar 3 milhões de euros ao estado e a 5 anos e 8 meses de prisão domiciliária. E sobra, por fim, a filha mais nova, Josephina desaparecida há vários anos.

Peter olhou para mim e eu retribuí o olhar preocupado.

-Ou seja, ela é muito mais perigosa do que achávamos. -disse assustada.

-Sim, mas ainda não vos mostrei tudo!

-Ainda há mais? -disse Peter, escandalizado com o que ouvia.

-Disseste-me que, se a tua madrasta fosse realmente a Josephina, ela tinha mudado a aparência certo? Então, eu investiguei mais pormenorizadamente e descobri estas quatro mulheres.

Estendeu sobre a mesa mais quatro fotos de mulheres diferentes mas com a mesma expressão facial.

-Esta é a vossa conhecida Jordyn Rose! E esta a Josephina de la Rosa do México! Agora observem esta! Tem o cabelo preto liso e curto, os olhos castanhos escuros e chama-se Josepha Rosalina e foi avistada no Canadá, onde foi acusada de outro roubo astronómico de dinheiro a um empresário. Mas ainda há mais uma! Chama-se Josie Roses, tem o cabelo preto comprido e encaracolado e uns olhos azuis fortes! Vivia em Nashville antes de ser acusada de roubo por uma advogada conhecida. Todas elas têm nomes parecidos e os mesmos traços faciais! Já para não falar que todas elas roubaram grandes quantidades de dinheiro ao estado ou a pessoas com possibilidades.