Em busca da felicidade

Parabéns Sophy!

Era o dia do meu aniversário. Sinceramente esse dia não me diz muito. Apesar disso, tinha 16 anos!

-Sophy! -era Peter a chamar-me.

-Sim! -disse eu, abrindo os olhos.

-Decidimos, hoje, deixar-te dormir até mais tarde mas eu quero ser o primeiro a dar-te os parabéns! -fez uma pausa. -Parabéns Sophia Covery, és a melhor irmã do mundo, amo-te muito!

-Obrigada Peter, também te amo!

-Olha, chega-te para aí, deixa-me deitar-me ao teu lado.

Cheguei-me para o lado da parede e o meu irmão deitou-se. Adormeci nos seus braços. A campaínha tocou sem que nenhum de nós de apercebesse. Adam entrou no nosso quarto e viu-nos juntos. Deixou-me um bilhete e um presente na mesinha de cabeceira e foi-se embora sem nos acordar. Por volta das 10:30h, os meus irmãos mais novos entraram no nosso quarto e acordaram-nos para me darem os parabéns. O pai apareceu um pouco depois com Jordyn e trouxe-me o presente da família. Abri o embrulho e fiquei completamente chocada, no bom sentido, com o meu presente porque adorei e percebi o quanto a minha família gosta de mim e me conhece. Eu adoro cantar! Mas tenho vergonha. Canto apenas para os meus irmãos. Quando não conseguem dormir, quando estão doentinhos, quando eram pequenos, quando estamos todos sentados a falar. O microfone que a minha família me dera, era diferente. Gravava todas as canções que eu quisesse, para ouvir mais tarde. Trazia uma pen, caso eu quisesse guardá-las no computador.

-Obrigada a todos! Adorei! -disse abraçando a minha família.

-Vamos almoçar ao teu restaurante preferido! -disse Spencer, entusiasmado.

-Boa! Estava mesmo a apetecer-me!

-Mas antes, vamos passar em casa dos avós! O resto da família quer ver-te! -disse o pai.

-Veste-te, então! E o Peter também! -disse Jordyn.

Peter e eu começamos por nos levantarmos da minha cama, quentinha e confortável! Vestimo-nos num ápice e fomos tomar o pequeno-almoço. Saímos para a casa dos avós, pouco tempo depois. Eu queria muito levar Mr. Spike, mas o pai não deixou. Em casa da avó foi o habitual. Todos os meus familiares me cumprimentaram dando-me os parabéns. Lá, recebi um cD dos "The 1975 " e dois livros! Já eram 12:30h quando fomos para o restaurante. Foi uma manhã, em família, bem passada. Quando voltamos a casa, fui pousar os meus presentes no meu quarto e Peter veio comigo.

-Sophy, tenho mais um presente e uma surpresa para ti!

-Uau! A sério? Obrigada!

-Anda comigo! Mas vamos a pé e, como eu te quero vendar os olhos, vais ter de levar os teus óculos de sol, para disfarçar.

-Está bem!

Coloquei uma venda nos olhos e por cima os meus óculos de sol. Saímos de casa e Peter guiava-me pelo braço. A meio do caminho um senhor veio perguntar-nos se Peter queria boleia para levar a menina cega! Teve imensa piada ver Peter a tentar explicar que eu não era cega!

Quando chegamos, Peter decidiu tirar-me a venda dos olhos. Foi a melhor surpresa da minha vida! Abri os olhos e vi todos os nossos amigos na praia Covery&Dashner! Estavam todos lá! A minha turma, os meus amigos do clube de matemática, as gêmeas da biblioteca, Zoe e Adam. Peter fez um excelente trabalho! Estava orgulhosa dele!

Diverti-me tanto! Havia batidos, bolos deliciosos, balões e serpentinas por todo o lado. A meio da festa todos fizemos uma corrida para ver quem chegava primeiro ao mar, completamente vestidos. Foi muito engraçado! Depois jogamos às apanhadas com pistolas de água e no fim dois animadores vieram fazer um espetáculo de fogo! Foi incrível! Trouxeram um bolo enorme com o meu nome e a minha foto e cantamos os parabéns todos juntos!

Antes de irmos embora e enquanto arrumávamos tudo, Peter chamou-me em privado.

-Ainda me falta dar-te uma coisa! -disse Peter, entusiasmado.

Fiquei a olhar para ele. Peter tirou do bolso uma caixa preta. Abriu-a e de lá tirou um lindo anel com uma imitação perfeita de um diamante. Por dentro do anel dizia "Para Sophy, 21-08-2015, de Peter", em letras muito pequeninas. Peter tentando ser engraçadinho deixou cair a caixa e teve de se ajoelhar para a apanhar e aproveitou para me meter o anel no dedo como se fôssemos casados e eu comecei a rir. Amei aquele anel, desde o primeiro momento em que o vi. Mas Peter devia ter gastado imenso dinheiro para tudo aquilo!

-Obrigada! -disse-lhe e saltei-lhe para o colo. -Mas não precisavas de ter gasto tanto dinheiro comigo!

-Com quem haveria de gastar? -disse sorrindo.

Fomos a pé para casa. Eu, Peter, Zoe e Adam. Ainda não tinha aberto a prenda de Adam, mas tinha lido o bilhete que dizia "Parabéns, Sophy! Aqui está um presente que comprei para ti, espero que gostes! Não te quis acordar, nem ao Peter. Depois falamos.".
Quando chegamos a casa, fui buscar a prenda de Adam e fui ter com ele ao jardim para lhe agradecer.

-Ainda não abri o teu presente porque não tive tempo, e também porque gostava de estar contigo quando o fizesse. -expliquei-lhe.

-Vá, não faz mal, abre!

Abri o saco e espreitei para dentro.

-É linda!

Era uma pulseira fininha de ouro com o meu nome gravado!

-Obrigada! Ajudas-me a pô-la? -perguntei-lhe.

-Claro! -Adam pôs-me a pulseira e comentou. -Que lindo anel! Quem te deu?

-Foi o Peter, gostas?

-E tu, gostas dele? -perguntou-me.

-É claro, ele é meu irmão! -respondi-lhe.

-Não dessa maneira! Da maneira como eu gosto de ti!

Fiquei a olhar para Adam. Como é que era suposto eu reagir a tal insinuação?

-Não. Eu não posso gostar do meu irmão, não está certo! Não, eu não gosto de Peter dessa maneira! -disse-lhe.

-E ele gosta de ti dessa maneira?

-Não! Ele namorou até há pouco tempo e tu sabes disso!

-Sophy, eu vi-te a dormir com ele e também o vi a dar-te esse anel lindíssimo ajoelhado à tua frente. Não me vais explicar o que se passa entre vocês?

-Adam, tu não tens irmãos. Não percebes! Os meus irmãos são tudo o que eu tenho e eu tudo o que eles têm. Eu preocupo-me com eles, mais do que tudo.

-Tens razão. Eu não percebo.

Adam foi-se embora e deixou-me sozinha no jardim com a pulseira que me oferecera. Fiquei triste por não lhe poder explicar. Era óbvio que Peter era a pessoa mais importante da minha vida, mas eu não gostava dele daquela maneira. Naquele momento, senti que não conhecia Adam, como achava que conhecia!...

Fui para dentro e deitei-me na cama de Peter. A minha cama tinha roupa em cima e tive preguiça de a tirar. Acabei por adormecer na sua cama. Peter arrumou tudo e foi deitar-se na minha cama. Eu na dele e ele na minha. Como eu gostava de partilhar o quarto com ele!

Foi o meu melhor aniversário de sempre! Obrigada Peter! Tenho oficialmente 16 anos!