Chris(topher)

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Era um rapaz alto, magro e pálido. O cabelo castanho, cor de amêndoa, cobria-lhe parte da testa até aos seus olhos verdes, intensos e brilhantes. Estava bem vestido. Tinha um ar descontraído, mas um ar de pessoa tímida. Estava sentando numa cadeira velha, com uma bebida na mão e escrevinhando algo no telemóvel. Tinha ar de quem não se estava a divertir e não parecia ter muitos amigos por ali.

Eu também não estava a divertir-me. Zoe tinha-me abandonado mal chegámos e Adam decidiu não aparecer. Todos os outros estavam com os respetivos namorados ou estavam em grupo a beber. Uma grande vontade de ir para casa invadiu-me o pensamento. Fui buscar uma bebida na tentativa de me deixar ficar mais um pouco. Afinal, investi muito naquela festa!

Passaram-se 10 minutos. 10 longos minutos que me pareceram uma hora. Olhei para o copo. A minha bebida tinha acabado. Fui buscar outra ao bar.

-Por favor! Queria uma coca-cola. -pedi ao rapaz por detrás do balcão.

-Não preferes uma bebida alcoólica? Um gim ou uma vodka?

-Não, eu não bebo!

-Aqui tens.

-Olá! Era uma coca-cola.

Virei a cara com a intenção de ver de onde vinha aquela voz. Era o rapaz, bem apresentado, que estava sentado a poucos metros de mim. Perdi o controlo e fiquei a olhar para ele durante muito tempo.

-Não, eu também não bebo! -o rapaz inclinou-se para pegar na bebida e voltar para a cadeira. -Ah, sou o Chris já agora! -disse para mim.

-Sophia! -sorri. -Prefiro Sophy.

-Gostei de te conhecer, "Prefiro Sophy"!

-Eu também, Chris, "Já agora"! -respondi sorrindo.

Chris virou-se devagar e caminhou em direção à cadeira que estava agora ocupada por um par de namorados que se abraçavam estranhamente.

Uma grande vontade de correr atrás dele correu-me pelas veias e, no segundo seguinte, o meu corpo estava a caminhar a grande velocidade em direção a Chris.

Toquei-lhe nas costas. Chris virou-se rapidamente, entornando sem intenção a sua coca-cola por cima de mim.

-Oh meu Deus! Peço imensa desculpa! Assustei-me quando me tocaste. Pensava que era outra vez uma rapariga esquisita que me tem seguido a semana toda.

-Não faz mal! Não foi culpa tua. Eu não te devia ter tocado.

-Mas, querias alguma coisa? Está tudo bem?

-Eu ahm... Vi-te ali sozinho e pensei que, tal como eu, não estavas a gostar de festa e ahm... -parei para respirar e dei conta que estava a falar bastante depressa. -Queria saber se querias falar comigo ou sair daqui mas obviamente essa não é a tua intenção e, por isso, vou indo para casa porque estou toda molhada.

Respirei fundo. Torci o vestido e encharquei o chão de coca-cola.

-Fui eu quem te molhou. Deixa-me, no mínimo, levar-te a casa. Onde moras?

-Moro a três quarteirões daqui. Perto do centro da cidade.

-Isso é bastante longe! Eu moro perto. Vamos a minha casa, para te secares e depois eu levo-te a casa.

-Não é preciso, a sério! Eu vou indo e, afinal, o vestido está apenas húmido.

-Depois a menina "Prefiro Sophy" fica constipada e eu sinto-me ainda mais culpado. Deixa-me ajudar, por favor!

Sorri. -Está bem, acho que não deve haver problema.

-Deixa-me só fazer um telefonema e em menos de 5 minutos estamos em minha casa.

Em busca da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora