Proteção de Menores

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Spencer acordou melhor mas ainda não podia ir a escola. De manhã ficou sozinho em casa e o telemóvel despertava às horas em que tinha de tomar o medicamento. Ao meio dia eu vim a casa fazer-lhe o almoço e almocei com ele.

-Spencer, passei na tua escola e a tua professora deu-me estas fichas para fazeres. Enquanto ficares em casa para não deixares a matéria para trás.

-Mas, ó mana, eu não quero...

-Não podes escolher. Tens que fazer. À tarde tenho aulas mas, quando voltar a casa, quero as três primeiras fichas feitas, está bem?

-Está bem eu faço -disse derrotado.

Entretanto a campainha tocou. Fui abrir.

-O senhor Covery está?

-Não, de momento não pode atender.

-Precisávamos de falar com ele. Podemos passar mais tarde, se preferir.

-Preferia se não se importasse.

-Está bem, obrigada!

-De nada.

Fechei a porta e liguei rapidamente ao Peter.

-O que se passa Sophy? Não me costumas ligar a esta hora!

-Boa tarde para ti também -gargalhei -Olha, estiveram aqui representantes da proteção de menores e queriam falar com o pai. Não disseram o que queriam mas pensei que fosse por causa da mãe e eu pedi que passassem mais tarde porque o pai não estava.

-Fizeste bem, à noite eu abro a porta e falo com eles. Tens a certeza que era da proteção de menores?

-Sim, nos casacos deles dizia em letras grandes 'proteção de menores de Mariposa'.

-Tenho de desligar. À tarde falamos melhor e não te preocupes com isso, vai correr tudo bem.

-Se tu o dizes.

-Não te atrases para a escola! Adeus Sophy!

-Adeus Peter!

Fui para as aulas, mas não consegui deixar de pensar naquilo o dia todo.

Cheguei a casa e mal consegui lanchar. Estudei até à hora de ir buscar a Corrine e depois saí. Quando voltei Peter já estava em casa a fazer o jantar, enquanto as crianças e o Mr. Spike viam televisão deitados no sofá!

-Spencer fizeste as fichas?

-Sim, mana!

-Depois quero ver está bem?

-Ok! -disse concentrado nos desenhos animados.

Ao jantar a campainha tocou. Peter foi abrir e eu fiquei com os pequenos na sala de jantar. Passou um quarto de hora e Peter ainda não tinha regressado. Pedi que arrumassem a louça e fui ter com ele.

-Peter, está tudo bem?

-Sophy, expliquei aos senhores da proteção de menores que o pai não estava aqui e eles querem levar-nos. Querem separar as crianças!

-Mas porquê? Nós temos-te a ti!

-Sophy eu só tenho 17 anos, sou menor!

-Oh, meu deus, não podem fazer isso! O que será de nós uns sem os outros?

-Menina Covery, vocês vivem sem um adulto, isso não podemos permitir!

-Nós somos capazes -respondi -O pai volta e nós não passamos dificuldades!

-Bom, fazemos assim, acompanham-nos até ao posto, e deixamos que saiam quando um adulto responsável vier falar connosco e assinar um papel onde pede que fiquem sozinhos, está bem?

-Temos de sair agora? -respondeu Peter.

-Sim, de preferência. A quantas horas de carro está o vosso pai daqui?

-Está bem, deixe só que as crianças acabem de arrumar e vistam um casaco! -disse eu.

-3 horas! -respondeu Peter.

-Antes de irmos podemos conhecer os restantes membros da família?

-Claro!

Os dois homens altos e esguios entraram em casa e eu comecei a apresentar as crianças!

-Esta é a Marian, tem 11 anos e é uma traquina! Este é o Spencer tem 9 anos e é um preguiçoso! Por fim esta é a Corrine tem 3 anos e é uma tagarela!

Os homens sorriram e deram-nos o número de telemóvel pessoal para alguma eventualidade e nós demos o do pai para que eles lhe explicassem o que se havia passado.

Pedimos aos pequenos que vestissem um casaco e saíssem para a grande carrinha estacionada em frente da nossa casa.

Foi um dia cansativo. Todos adormecemos facilmente, no posto da proteção de menores, exceto Peter. Nessas horas enquanto dormi no posto, sonhei com aquela praia onde vou quando quero espairecer.

Quando acordei o pai falava com os dois homens e Peter carregava os miúdos para o carro. Sentei-me no meu lugar à janela, fechei os olhos e adormeci. Dormi como um anjo!

Em busca da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora