Depois que seu irmão supostamente morreu, Lorenzo só pensa em vingança. Ele não se importa mais com o Perverse Killers, muito menos com Kananda. Ele a culpa pelo que aconteceu com Gabriel e quer esquecer que um dia sentiu algo por Fire.
E tudo o que...
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TODOS OS DIAS eu ligava a televisão na esperança de ver se alguma reportagem sobre aquele fatídico dia estava passando. Nada. Era possível que ninguém tenha ficado sabendo? Será que alguém pagara para não revelarem sobre a chacina?
Não sei.
Talvez Pietro tivesse mexido os seus pauzinhos e pagado muitos "alguéns" para fingir que nada tivesse acontecido. Como não escutaram os gritos e tiros? Como não chamaram a polícia? E Dharck? Ele parecia um delegado sério e responsável.
Mas poderia ser subornado para fingir que nada aconteceu? Quem sabe. Todos pareciam ter um preço.
Me forcei a voltar ao presente. Mais uma vez... E outra... E mais uma...
Até conseguir atingir todas as garrafas com precisão de uma especialista. Não sabia que tinha tanto talento para segurar um revólver e atirar, mas... os cacos de vidro comprovavam o quanto minhas balas eram precisas.
Quem imaginaria? De uma vândala, direto para uma exímia atiradora.
Girei o corpo com um sorriso largo para Kieran, mas ele estava muito ocupado olhando o chão com uma expressão carregada. Cruzei os braços, mordendo o lábio inferior e tendo o cuidado de manter o cano direcionado para outro lugar que não fosse meu corpo.
Ainda restavam algumas balas. Somente o que faltava agora era eu atirar em meu próprio pé.
— Kieran?
Ele levantou a cabeça e me fitou, momentaneamente confuso.
— Já quebrei todas — disse o óbvio, apontando para trás de mim e fazendo-o olhar para a cacofonia de cacos coloridos no chão. — Você está distante, aconteceu alguma coisa?
Nos últimos dias ele vinha sendo um dos meus melhores amigos, mesmo que não nos conhecêssemos tanto. Afinal de contas, eu não tinha muitos amigos mesmo. Kieran me ouvia e não julgava minhas atitudes. Ele era sincero e debochado — características que adorava em qualquer um.
Meus outros dois amigos haviam morrido naquela noite, e não pude me despedir deles. Embora tivessem me manipulado, cada um de sua maneira (e isso era abominável!), eles eram os únicos que sabiam em que mundo me meti, e como não conseguia sair dele.
