TRINTA E DOIS | *TORTURE*

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Uma semana depois.

EU TINHA TIRADO 4,0 em uma prova de Deontologia, então precisava estar sentada e estudando agora para a recuperação. Mas não consegui. Porque também não parava de pensar em um certo homem tatuado deitado em uma cama.

Quase morto. Sofrendo. E eu não podia fazer nada para ajudá-lo.

Era sábado, e estava deitada na cama, olhando para o teto e refletindo sobre a vida. Decretei que essa angústia que tomava conta de mim era ansiedade e ela passaria quando pudesse vê-lo. Quando pudesse olhar em seu rosto e ter certeza que ele me odiava mesmo.

Que tudo entre nós estava acabado. Que ele me mataria quando tivesse a chance. Que nunca mais sentiria o toque gostoso de seu corpo em cima do meu, como foi em nossa única noite. Que não conseguiria mais tocar as tatuagens em sua pele.

Que não sentiria mais seu perfume.

Eu precisava, simplesmente, olhar em seus olhos para saber que nada tinha mudado. Mas que ele estaria consciente para lançar aquele olhar gélido em minha direção.

Entretanto, não tinham mais me deixado entrar, nem no hospital, muito menos no quarto de Lorenzo.

Todos os dias, ligava aflita para Pietro, perguntando o motivo de não poder ir vê-lo. E ele sempre respondia que Lorenzo tinha adquirido uma séria infecção hospitalar e que nem ele podia mais entrar em seu quarto para ver seu estado.

As notícias pioravam a cada dia. Assim como meu coração se contraía a cada batida, por sequer pensar em perdê-lo. Era bem hipócrita e tolo da minha parte nutrir sentimentos por ele. Depois de tudo. Depois de ser humilhada, de ter uma arma apontada para a testa.

Mas nem tudo era espinhos — ele sabia ser bom, quando queria. E não era só isso. Seu toque me fascinava, os olhos que mudavam de cor também, assim como o sorriso e a maneira como fazia qualquer movimento parecer perfeito.

Inegavelmente... eu estava encantada e apaixonada por Lorenzo.

A nossa noite juntos, o cuidado quando quase fui estuprada, e os sorrisos dirigidos somente a mim. Ou até... seu ciúme. Mas nada comparado a frieza no cemitério, no enterro de Gabriel. Ou quando me disse que não tínhamos mais nada para aproveitar.

Death | Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora