CINQUENTA E UM | *ICE*

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— COMO ELES ESTÃO?

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— COMO ELES ESTÃO?

Encarei Pietro com preocupação e avidez. Cristina (mesmo não me conhecendo muito) colocou as mãos em meus ombros com uma expressão tranquila, tentando me acalmar — não deu certo, de qualquer maneira.

A verdade é que quando Scott ia me convidar para ir ao hospital, depois de levarem o corpo de Sadrack para uma cova bem funda, eu já estava dormindo na grama. Tinha deitado somente para descansar os olhos e acordei cinco horas depois.

Quase voei com o carro de Scott para cá, porque minha caminhonete resolveu não ligar. Não bati em alguns carros por sorte do destino. Tinha grama nos meus cabelos, provavelmente.

Mas, pelo menos, não me sentia tão esgotado como antes.

— Continuam em estado estável — respondeu. — O médico acabou de vir aqui e disse que Kananda pode receber visitas. Sirius ainda está se recuperando, mas em coma.

Passei a mão pelo rosto. Ele precisa acordar. Ele precisa viver comigo e com Gabriel.

— E ela? O bebê? — Tive medo de perguntar.

Já estava me acostumando a ideia de ser pai e perdê-lo seria doloroso demais. E pior, por minha culpa. Por ter esquecido de usar camisinha naquela noite, e primeiramente, por me apaixonar por Kananda.

— O tiro pegou no abdômen — Pietro fez uma pausa... pausa essa que quase me matou por dentro. — Mas Paulo disse que está tudo bem com os dois. Pegou de raspão, e conseguiram salvar a criança.

Soltei a respiração presa e respirei mais aliviado, no mesmo instante que Cristina abraçou Dharck e começou a chorar de felicidade. Estava quase me juntando a ela.

— Como está Scott? — Pietro se aproximou de mim e murmurou.

Ele não poderia ter vindo, porque ainda continuava morto. Por isso, Scott emprestou a carro para mim. Sanus viera ao meu lado, o dedo flutuando no saco de gelo derretido.

— Ele está bem. Sanus também, possivelmente com o dedo de volta no lugar. — Sorri. — Acho que ele vai ter uma proposta irrecusável para você.

Ele sorriu de volta, a feição se tornando jovial. Pietro ia responder quando Paulo veio em minha direção. Aprumei os ombros ao notar sua expressão pétrea.

— Você quer ver Kananda, certo, Lorenzo? Só pode entrar uma pessoa.

Puxei o capuz ainda mais para frente do rosto. Para a maioria das pessoas, ainda estava morto. E nisso, pensaria melhor depois.

— Sim, gostaria muito de vê-la.

Segui Paulo por alguns corredores até estar de frente para uma porta branca, gravada com o número 307. Era a segunda vez em menos de uma semana que vinha visitá-la no hospital — esperava que essa rotina terminasse.

Death | Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora