TREZE | *ACQUAINTANCE*

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ESTACIONEI A HILUX onde colocava-a de costume e observei, por um momento, as pessoas passando pelo meu carro. Algumas sorrindo, outras concentradas no caminho que deveriam fazer para não serem atacadas pelos pombos raivosos da universidade.

Cada um com seus problemas.

E você com os seus, imagino. — Ashur ajudou.

Fechei os olhos, engolindo em seco.

— Você é tão compreensivo — respondi em voz alta. — Mais alguma ajuda esplêndida da sua parte?

Quando resolver matar todos que cruzam o seu caminho... eu estarei lá.

Bufei e não respondi. Depois de duas semanas, era a primeira vez que pisava aqui depois da "morte" de Gabriel. A pontada de dor fez com que lágrimas surgissem aos meus olhos, ainda dentro da caminhonete. Sequei-as com violência.

Gabriel somente está sem memórias, lembrei. Ele não está morto. Ele sobreviveu.

Mesmo assim, era difícil olhá-lo quando ia visitá-lo e ele respondia com um simples: "Oi, e aí?". Nada de: "Como vai, irmão?" Ou "Como anda o clube?" Nada de abraços. Nada de sorrisos. Nada daquela camaradagem que tínhamos desde crianças.

Na verdade, Gabriel estava mais interessado em estar longe de mim. Era isso que mais machucava.

Ergui os olhos. Então eu a vi. Meu coração deu um pulo involuntário, o traidor.

Kan estava acompanhada pelo odioso-delegado-bonitão Dharck Petkov. Então não deu em nada minha pista? Os dois se tornaram amigos? Kananda não parecia feliz, tinha olheiras escuras debaixo dos olhos esverdeados e falava... sorrindo e dando de ombros.

Eu sabia que era o jeito que ela se comunicava quando não estava muito à vontade. O delegado também sorria um pouco e parecia acanhado. O que os dois estão fazendo? Por que ela não está presa? Por que ela não está longe de mim, como planejei?

Como poderia esquecê-la se estava vendo-a com outro homem? Como poderia tirá-la dos meus pensamentos, quando cada ato me fazia lembrar de seus beijos? Ou da nossa noite?

Ou dos seus olhos, tão perfeitos como somente ela conseguia ser, mirando os meus?

Soquei o volante com raiva. Esqueça-a. Kananda é culpada de tudo o que aconteceu no Perverse. Por ela, Gabriel levou um tiro e quase morreu.

Mas... então eles estavam juntos mesmo? Era isso? Ela realmente não perdia tempo.

Desci da Hilux preta fosca e peguei minha mochila do banco de trás. E, droga, Kananda parou no meio do caminho quando me viu e dispensou o delegado, como se ele não passasse de um cachorrinho para ela. Dharck foi em direção a Yamaha Fazer 25 Soulful Cyan prata com detalhes em azul. Uau. Nossa, hein.

Death | Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora