Uma semana depois.
TUDO ESTAVA, MAIS ou menos, voltando ao normal.
O irmão de Lorenzo, Sirius, estava se recuperando e já ganhara alta, assim como Sanus, com o dedo costurado.
Com um pouco de ciúme, observei Scott abraçar Cristina. Eles eram irmãos, lembrei. Lorenzo me cutucou com o cotovelo e fez uma expressão de Não acredito que está fazendo isso, me trazendo de volta a realidade. Esse sentimento era ridículo.
Balancei a cabeça e me concentrei em respirar fundo. Só o que faltava era me tornar um bronco ciumento, até do irmão dela.
— Vou sentir sua falta — ela disse.
— Como se nunca mais eu fosse voltar — Scott sorriu. — Vou dar uma volta no Texas e esperar a poeira baixar. Daqui a pouco estou de volta, meu anjo — beijou o topo de sua cabeça. — Você nem notará minha falta.
— Eu sofri em silêncio quando Sadrack disse que você estava morto — retrucou. — Então, mande notícias todos os dias, ou vou atrás de você.
Ele riu, concordando, e começou a se despedir de nós, abraçando Kananda, Sirius, Lorenzo e por último, eu. Pietro e Sanus estavam fazendo o mesmo. Scott me puxou para um abraço apertado e sussurrou em meu ouvido.
— Cuide dela, Dharck.
— Não farei outra coisa, Scott.
Ele se separou do abraço, mantendo as mãos em mim.
— É bom, porque posso cortar suas bolas e fazer você engoli-las em segundos — apertou meus ombros com uma expressão feliz. — Nunca se esqueça.
Ergui as sobrancelhas em reconhecimento. Ele assentiu e deixou que os olhos castanhos vagassem por nós.
— Obrigado por não prender a mim e a Sanus. Sei que não está fazendo isso inteiramente por Cristina.
A verdade é que estava completamente bem. Pensei que me sentiria culpado por deixar dois assassinos à solta, mas por incrível que pareça, eu conseguia entender que eles não fariam mal a ninguém. A pessoas boas, ao menos.
Irônico.
Uma dupla de assassinos apaixonados e "bonzinhos".
— Tudo bem. Devo uma última ao meu irmão, mesmo — respondi.
Ele deu batidinhas em meus ombros, depois entrou no carro preto. Assisti Lorenzo limpar algumas lágrimas do rosto — a contragosto — e abraçar Pietro ao mesmo tempo, resignado.
— Se você desaparecer das nossas vidas, vai ter o mesmo destino que o seu irmão. Juro.
Pietro sorriu, mantendo os olhos fechados.
— Que coisa horrível de se falar, Lorenzo! — Kananda esganiçou e fui obrigado a rir de sua expressão. Ela se virou para Sirius e a ouvi dizer. — Eu não fazia a mínima ideia que o pombo-correio era o irmão mais velho de Lorenzo. Por mais que você fosse parecido com ele, não fazia nenhum sentido.
Dei um passo atrás, para mais perto de Kananda.
— Pombo-correio? — Me entrosei.
Sirius aquiesceu, fazendo uma careta quando a cicatriz da bala esticou.
— A mando de Sadrack, fui avisar Kananda de que o tempo dela com Lorenzo estava acabando. — Levantou os ombros e cruzou os braços na frente do peito. — Eu sempre soube quem ele era, e Enzo nunca teve a oportunidade de saber que eu estava vivo.
A voz de Sirius ainda estava um pouco rouca, mas ele estava falando. Acho que, realmente, os irmãos Willer tinham sete vidas. Menos, Gabriel. O irmão mais novo, morto uma semana antes de eu chegar em Jacksonville.
Antes que pudesse responder, Sanus deu alguns tapinhas nas costas de Sirius.
— Eu sabia que você era parecido com alguém e nunca me dei conta. Lorenzo é a sua cópia fiel. Chato. Insuportável. Egoísta.
— Sanus — Kananda podou, rolando os olhos. — Os dois são parecidos sim, na aparência. Mas não precisa ficar espalhando as qualidades de Enzo aos quatro ventos.
Ele riu, apontando um dedo na direção de Kananda como se dissesse É isso aí!
— Sanus — Pietro gritou de dentro do carro, no banco do motorista. — Vamos logo de uma vez!
Sirius fez uma careta e desgrudou do aperto do assassino. Sanus correu até entrar no carro.
— Até mais, pessoal! — Sanus cantarolou e fechou a porta do carro.
Apertei Cristina contra o corpo, enquanto assistia à partida deles. De certa forma, fiquei feliz pelos três estarem tirando umas férias. Talvez, daqui a pouco, fosse a minha com Cristina.
Brasil seria uma boa.
Depois que o veículo desapareceu, me virei para Sirius. Minha atenção estava totalmente focada no jovem desconhecido.
— O que você vai fazer agora?
Ele olhou para Lorenzo, e de volta para mim.
— Eu e Cris fizemos uma parceria. Como ela é a filha mais velha, é dona da metade do clube e eu irei supervisionar o andamento dele — desviou os olhos. — Mas no lugar do Ruthless Killers, estou pensando em criar The Dangerous, um clube somente de lutas, mas que terá torneios e circuitos. Ainda estou me decidindo sobre o resto.
Uma boa escolha. Sorri sem mostrar os dentes e dei um beijo em Cristina.
É.
As coisas estavam finalmente se acertando.
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Death | Vol. II
RomanceDepois que seu irmão supostamente morreu, Lorenzo só pensa em vingança. Ele não se importa mais com o Perverse Killers, muito menos com Kananda. Ele a culpa pelo que aconteceu com Gabriel e quer esquecer que um dia sentiu algo por Fire. E tudo o que...