TRINTA E CINCO| *AFFLICTION*

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NUNCA PENSEI QUE fosse tão comovente ir ao próprio enterro. Mas também nunca pensei que pudesse me emocionar por ver Kananda me defendendo daquela maneira, corajosa, mas sofrendo. Do jeito com que enfrentou, logo, o padre. Com audácia, como se dissesse "Eu tenho razão, e não me importo com o que você seja, vai me escutar".

Ela soou como uma das integrantes do Perverse Killers.

Gostei de sua atitude. E não somente isso, mas sua afirmação no hospital sobre me amar.

Idiota. Ashur disse. Molenga.

Não respondi. Muitas coisas mudaram entre nós, eu e Kan. Isso é fato.

Nós nunca estivemos juntos de verdade, mas senti algo por ela desde o dia que derrubou um copo de suco de laranja em minha camiseta. Mesmo com a "morte" de Gabriel, o sentimento que pensei ser ódio, nada mais era que remorso.

Remorso por ter "perdido" suas memórias meu irmão e por ele a ter defendido, não eu. Porque tinha que ter sido eu a subir naquele ringue e combater Aaron. Porque tinha sido eu a levá-los ali. Com certeza, não teria levado um tiro pelo menos, não lutando.

Então a culpa era toda e somente minha.

Ouvir suas palavras doeram e trancaram mais ainda meus pulmões.

Depois que Kananda terminou de falar, veio em minha direção. Os olhos vermelhos me fitaram por milésimos de segundos. Mas ela não me reconheceu. Abaixei mais a cabeça. Maldito Sadrack. Somente por sua obsessão a minha morte, precisei forjá-la.

Mas isso tudo não estaria acontecendo se não tivesse matado seu precioso filhinho. Entretanto, desse ato, não me arrependia nenhum pouco.

Depois que Pietro a levou para casa, me encostei no canteiro de rosas murchas ao lado da capela.

— E aí? — Dharck sentou ao meu lado.

Death | Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora