Capítulo 43

27.5K 2.9K 172
                                    

- Não está feliz em me ver meu amor? - Teresa pergunta fingida.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto com ríspidez.

- Que maus modos Emi. - Ela diz invadindo o apartamento. - Não foi essa a educação que lhe dei.

- Que eu me lembre você nunca fez nada por mim. - Digo.

Teresa fica olhando tudo em volta com um sorriso largo nos lábios.

- É assim que trata sua querida mãe? - Ela se joga em uma das poltronas.

Eu deveria ter adivinhado que alguma merda iria acontecer. Minha vida estava perfeita demais.

- O que está fazendo aqui? - Pergunto novamente. - Como sabe onde moro?

- Até parece que não me conhece meu bem. - Ela estala a língua. - Sempre consigo o que quero.

Conheço bem demais, e sei que não vale o que come.

- O que você quer Teresa? - Pergunto irritada.

- Nada de mamãe? - Ela finge inocência. - Que modos são esses Emi? É assim que trata sua querida mãe?

- Você não é minha mãe. - Falo. - E pode parar com esse teatrinho ridículo, não acredito em você.

Ela joga a cabeça para trás e gargalha alto.

- Então Carmem já contou que não sou sua mãe? - Ela pergunta.

Não digo nada, mas ela já deve ter percebido que sei de toda verdade, Teresa é bem esperta.

- Você ainda não me disse o que quer. - Mudo de assunto.

- Você sabe o que quero. - Ela se levanta e caminha até mim.

- Eu não sei. - Minto.

- Você é uma garota esperta Emi. - Ela me dá um tapinha no ombro. - Tenho certeza que sabe o que quero.

Teresa começa a olhar os quadros na parede, e assobia como sempre fazia quando queria algo.

- Se está esperando que eu vá te dar dinheiro, pode esquecer. - Digo sombriamente. - Eu não tenho dinheiro.

- Mas é óbvio que tem meu amor. - Ela se volta para mim novamente. - Seu marido é rico, o marido da sua vó é rico, os maridos das suas amigas são ricos. - Ela sorri de canto. - E por último e não menos importante... Sua mamãe é rica.

Como Teresa sabe sobre meus amigos? Como ela sabe sobre vovó? Minha mãe?

- Como sabe sobre minha mãe? - Pergunto incrédula.

- Estou te observando há muito tempo. - Ela dá de ombros. - Depois de conviver tanto tempo comigo, achei que você seria mais esperta Emi. - Ela se senta novamente. - Tenho meus meios de descobrir o que quero.

- Não vou te dar nada. - Falo brava. - Então pode cair fora dá minha casa.

Teresa gargalha, e sua risada sombria faz meu corpo tremer, mas não vou lhe dar o gostinho de me ver sendo fraca, como sempre fui em relação a ela.

- Mas é claro que vai me dar. - Ela cruza os braços. - Já parou para pensar que alguns jornalistas se matariam para saber um pouco sobre o passado da esposa do milionário Mark Patterson? - Ela pergunta. - O que acha que iria acontecer quando a imprensa descobrisse o que você fez?

- Você não tem nenhuma prova. - Digo com a voz embargada.

- Não tenho? - Teresa retruca.

- Tudo o que eu fiz foi por sua culpa. - Digo. - Você fez de mim uma delinqüente.

Teresa se levanta, caminha até mim e passa a mão por meu rosto.

- Pobre garota. - Ela faz um biquinho ridículo. - Achou mesmo que eu te amaria se fizesse o que eu mandava?

Eu era jovem e imatura, realmente achei que Teresa me amaria se eu lhe obedecesse em tudo.

- Você...

- Eu te odiava. - Ela fala com tanta raiva. - Você tinha o amor do único homem que amei, enquanto ele se casou comigo apenas para proteger a linda filhinha.

- Você nunca foi capaz de amar ninguém a não ser você mesma. - Tiro sua mão do meu rosto.

- Está enganada. - Ela nega com a cabeça. - Amei seu pai no mesmo instante que o vi. Ele demonstrou interesse por mim, então achei que meu amor era retribuído. - Seus olhos brilham pelas lagrimas. - Então um belo dia escuto ele falando para Carmem que se casou comigo apenas para dar uma mãe a filha, que sempre iria amar Rachel.

Nunca vi Teresa tão abalada, e nesse momento sei que ela não está mentindo.

- Então você...

- Eu te amava. - Ela me corta. - Mas você sempre fazia seu pai se lembrar da Rachel, e nunca me olhar como a mulher que o amava. - Ela enxuga as lágrimas com brusquidão.

- Eu era apenas uma criança. - Abraço meu próprio corpo.

- Você tinha todo amor que eu queria para mim! - Ela grita. - Você roubou tudo de mim Emília!

Teresa não amava meu pai. Tenho quase certeza que ela o via apenas como um desafio a ser conquistado.

- Você é louca? - Pergunto. - Você roubou tudo de mim, e apesar de toda merda que você fazia, eu ainda te amava. - Digo. - Você acha que sofreu porque não tinha o amor do meu pai, então decidiu se vingar de uma criança que não tinha nenhuma culpa! - Passo a mão por meu rosto. - Acha que foi fácil para mim saber que minha mãe me odiava? Você imagina o quanto isso mexe com a mente de uma criança?

- Você sentia o mesmo que eu. - Ela sorri com desdém. - Eu não tinha o amor do seu pai, você não tinha o meu.

- Você só pode ser doente. - Sorrio incrédula.

Nenhuma pessoa em sã consciência se vingaria de uma criança, por não ser amada por seu marido.

- Agora nada disso importa. - Ela dá de ombros.

- Importa para mim. - Retruco. - Você me odiava, mas eu te amava, e fazia tudo o que pedia porque queria que minha mãe me notasse. Mas nada disso aconteceu, porque você nunca foi minha mãe de verdade. - Suspiro frustrada. - Foi uma mulher amargurada e sem coração. Capaz de machucar uma criança por causa dos seus caprichos.

- Meus caprichos adiantaram de alguma coisa não? - Ela cruza os braços. - Está casada com um homem rico, então aprendeu direitinho comigo.

- Eu amo o Mark. - Falo. - E pode ter certeza que nunca serei como você.

Teresa apenas me ensinou o pior de tudo, mas prometi a mim mesma que nunca seria como ela.

Não tenho orgulho do meu passado, mas tenho orgulho da mulher que me tornei. Apesar de tudo, não me deixei ser influenciada por ela, depois que tive idade o suficiente para entender que Teresa jamais me amaria.

- Não precisa mentir para mim Emi. - Ela sorri com malícia.

- Não vou perder meu tempo tentando te convencer a nada. - Falo com irritação. - Acho melhor você ir embora.

- Entrarei em contato com você em breve. - Teresa fala. - Então quando eu ligar, acho melhor você ter o dinheiro que eu quero em mãos, ou seu precioso marido saberá que sua linda esposa não é tão inocente quanto aparenta ser.

Dito isso Teresa vai embora, com um sorriso cínico nos lábios.

Desabo sobre uma poltrona, e deixo as lágrimas rolarem por meu rosto.

Não sei o que vou fazer agora, mas de uma coisa tenho certeza. Não vou deixar meu passado interferir na vida das pessoas que amo.

🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻

Bom dia meninas.

Tudo bem com vocês?

A vaca reapareceu 😒💪
O que Emília fará a respeito?

Até amanhã com o próximo capítulo. ❤

Um Cafajeste Irresistível (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora