Capítulo 48

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Não consigo formar uma frase coerente, estou completamente chocada e assustada. Olho para vovó e ela está tão atordoada quanto eu. Ficamos em silêncio não sei ao certo por quanto tempo. Acho que estou vendo uma aparição do meu pai. Por fim consigo perguntar:

- Pai? - Arregalo os olhos ainda mais.

O homem me olha com confusão aparente e diz:

- Deve estar enganada moça. - Ele fala.

Olho para vovó que está pálida e de olhos arregalados tanto quanto eu.

- Joseph meu filho? - Vovó diz se levantando.

Ela corre até ele e o envolve em uma abraço apertado.

Não consigo dizer mais nada, fico apenas encarando os dois.

- Como sabe meu nome? - O homem pergunta com curiosidade.

- Você é meu filho. - Vovó fala.

Vovó e eu podemos estar erradas, mas o homem se parece demais com meu pai.

Tinha apenas dez anos quando meu pai morreu, mas nunca esqueci sua feição.

- Amor calma. - Enrico pede a vovó. - Talvez ele não seja seu filho.

- Ele é meu filho. - Vovó diz entre as lágrimas. - Nunca me esqueceria do seu rosto.

- Pode ser alguém que se parece muito. - Mark fala.

Fico encarando o homem, e me vejo nele. Os mesmos cabelos loiros e olhos claros.

- Não é o papai vó. - Digo com a voz embargada.

Estamos apenas nos iludindo atoa. Já faz anos que ele morreu, seria impossível o homem ser meu pai. Apenas deve ser alguém muito parecido.

- Joseph Darcy. - Vovó fala. - Esse é o seu nome?

- Mas... mas... - O homem arregala os olhos. - Como sabe?

- Você é meu filho. - Vovó sorri em meio as lágrimas.

- Carmem...

- Você tem uma mancha de nascença  no formato de um coração nas costas? - Vovó corta Enrico e pergunta ao homem. - Uma cicatriz no braço direito?

Papai sempre me falou dessa marca de nascença, que passava de pai para filho, mas eu não saí premiada, pois não tenho essa marca.

A cicatriz no braço ele ganhou quando era adolescente. Ele caiu de bicicleta e cortou o braço e uma das sobrancelhas.

O homem está de blusa da manga longa, então não tem como ver a marca. Mas na sua sobrancelha direita tem uma falha, como se tivesse sido cortada.

- Sim. - Joseph diz com a voz falha.

Levo as mãos ao rosto e suspiro alto. Não é possível que esse homem seja meu pai. Ou seria?

- Meu Deus. - Mark fala.

- Isso é loucura. - Joseph diz. - Não tenho família.

- Você tem sim. - Vovó o abraça fortemente.

Joseph me encara enquanto abraça minha vó. Pelo jeito ele também percebeu a semelhança entre nós dois.

- Você está bem amor? - Mark pergunta preocupado.

- Estou. - Digo apenas.

Sinto todo meu corpo trêmulo, e meu coração agitado.

Se esse homem realmente for meu pai, o que aconteceu? Como ele surge do nada em minha frente depois de anos?

Um Cafajeste Irresistível (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora