CAPÍTULO 7-TIAGO DESCOBRE QUE APAIXONOU-SE POR DONATO

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Donato acordou com o sol batendo em seu rosto.

A cabeça estava estourando de dor!

Olhou para o relógio  e assustou-se: duas da tarde?!

Sentou-se. Repassou tudo o que acontecera na noite anterior: Amanda terminara o namoro de anos com ele. A justificativa não convenceu o mecânico: o amor da garota havia acabado. 

Don suspeitou que ela o estivesse traindo, apesar dela negar. Gritou com a garota que amava e com quem fazia planos de se casar no próximo ano. A garota detestava escândalos e, quando viu que ele estava perdendo o controle e não se conformaria com o final do relacionamento, saiu do restaurante ignorando os gritos para que ela voltasse.

Donato começou a beber e perdeu o controle, reconheceu. Quando saíra do restaurante? Meia-noite...uma hora? Não se lembrava. 

Lembrou-se que bebera demais, pegara o carro, mas não se lembrava como chegara em casa e muito menos como poderia estar na cama e de pijama.

Levantou-se e foi ao banheiro. O cheiro forte de desinfetante lhe deu ânsia de vômito  e ele saiu rapidamente.

Saiu devagar pela porta da cozinha.

_Salve! Ele está vivo!_gritou Josué.

_Infelizmente...Deveria ter nos poupado o trabalho de matá-lo. _resmungou Andreia de mal humor.

_Gentil como um lady, como sempre._rebateu o mecânico._Por que não me acordaram mais cedo? Estamos cheios de serviço pra entregar ainda hoje!

_Queríamos evitar a sua cara feia, Don._resmungou Miguel.

_E também o seu mal humor._completou Ulisses.

_Não me venham com sermões que não estou com saco pra ouvir. Já sou bem grandinho pra assumir os meus erros. Meu Deus!_segurou a cabeça e encostou na parede fechando os olhos._Minha cabeça parece que irá explodir.

_Espere até receber a conta do lanterneiro, parceiro. Parece que você não errou um meio-fio até aqui._alertou Josué.

Donato aproximou-se do carro e verificou que ele estava certo: o estrago fora feio.

_Mas que droga! Mais esta despesa! Vou pedir pra Tiago levar o carro no lanterneiro agora mesmo. Tiago! Onde está Tiago, gente? Tiago!_gritou olhando em volta.

Andreia jogou a chave de fenda que segurava no chão,  nervosa.

_Dá pra parar de gritar e deixar o garoto dormir? Não acha que já causou estragos demais ontem?

_Ah, o Tiago se preocupa demais...Se eu vomitei, ele poderia ter deixado que eu mesmo limparia a minha merda..._sentou-se no monte de pneus velhos que ficava num canto da oficina e que eles faziam de assento.

_O que pensa que está fazendo, Don? O garoto quase não conseguia dormir lembrando-se das bebedeiras do pai. E ele parece que teve aqueles pesadelos de novo depois desses anos todos. Ele só dormiu porque Norma deu um calmante pra ele. Tem ideia do estrago que fez? Você bateu nele, Don! Ficou louco?

Donato deu um pulo, ignorando a dor que sentia:

_Eu o quê? Peraí...peraí...não me lembro de ter batido no Tiago, gente.

Donato voltou sobre os próprios passos e foi ao quarto do rapaz, onde o encontrou dormindo em posição fetal. O rosto estava inchado e o olho estava roxo.

O mecânico correu para o banheiro e fez vômito pensando naquilo: batera em Tiago.

Sentiu-se um monstro ao perceber que realmente machucara o rosto do garoto por quem tinha um carinho de pai.

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora