CAPÍTULO 13-DOUTOR ÁLEX TOLEDO, FISIOTERAPEUTA

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Doutor Álex Toledo, fisioterapeuta, parou o carro em frente a sua clínica particular.

Foi impossível a chegada do médico não atrair a atenção de homens e mulheres que passavam por ali naquele momento: 45 anos, 1,93 e um corpo de dar inveja a todos. Os passos eram de alguém que tinha o completo controle de seus movimentos. Os cabelos eram pretos, sedosos, levemente ondulados e bem cortados. A pele branca e bem cuidada. As sobrancelhas bem feitas, grossas, estavam sérias e a autoridade emanava daquele homem. 

O fisioterapeuta famoso, dono do título de um dos maiores fisioterapeutas do mundo, era facilmente reconhecido, pois não era raro aparecer na TV dando entrevistas ou palestras.  

O médico especializou-se na China e no Japão. A sua clientela era selecionada e ele era procurado por autoridades e pessoas ricas e famosas que vinham ao Brasil apenas para consultarem-se com ele. As mãos santas, como o chamavam, por suas massagens e tratamentos obterem sempre 100% de sucesso, nunca haviam falhado num único procedimento.

Apesar de ter um sorriso encantador, ele o guardava apenas para um público selecionado.

O pai de Álex era o doutor João Pedro, amigo de Donato e médico de Tiago.

As informações sobre sua identidade paravam aí, pois a discrição era a sua maior marca. Ninguém sabia absolutamente nada da vida pessoal do médico!

 Morava num prédio que se destacava pela arquitetura exuberante. No primeiro andar, ele tinha a sua clínica bem montada,  que mais parecia uma academia devido aos aparelhos de última geração. No segundo andar, localizava-se a sua garagem que guardavam três carros e uma moto. No terceiro andar, a sua casa bem decorada com objetos de arte e tapeçaria caríssimos era o máximo em segurança e conforto para o médico.

Dono de uma inteligência e percepção aguçadas, o médico soubera onde se especializar para se tornar um dos melhores do mundo. Não poupou esforços para sair do país, ainda jovem, e permanecer longe do Brasil a fim de aprender com mestres orientais que lhe ensinaram todos os segredos do corpo humano, apontando pontos de energia que ele poderia usar ao seu favor.

O misticismo também estava presente em suas práticas, mas isso ele não revelava para ninguém, pois talvez os seus clientes poderosos ficassem incomodados em saber que ele não tinha escrúpulos ao utilizar suas práticas místicas para praticar o controle da mente, manipulando energias nem sempre aceitáveis pelos que o procuravam.

Naquele dia, o médico decidiu, antes de atender o seu primeiro paciente que só chegaria dali a meia hora, visitar o pai no hospital, que ficava a duas quadras de sua casa.

Álex foi cumprimentado pela atendente, que já o conhecia, e foi informado que o pai se encontrava em seu consultório atendendo um rapaz.

O fisioterapeuta deu dois toques na porta do pai e ouviu a permissão para que ele entrasse:

_Que bom que você chegou, meu filho.

O médico bem mais baixo do que o filho, magro e sustentando uma cabeleira branca rebelde, sorriu ajeitando os óculos ao tocar o ombro do visitante, já o conduzindo até o homem deitado na maca.

Álex sabia que o pai se orgulhava de apresentá-lo aos seus pacientes, mesmo reconhecendo que eles não tinham condições de se tratar com o filho, cujas consultas eram marcadas com meses de antecedência. O valor de cada consulta era exorbitante e bem acima do mercado.

_Álex, este é o Tiago, meu paciente há anos.

O médico disse um  "prazer" inaudível, ao que o paciente o imitou e não se deu ao trabalho de olhar para o rosto do homem que se estendia na maca, pois o pai já lhe apontava o pé do rapaz:

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora