CAPÍTULO 71-DONATO DESCOBRE A VERDADE!

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A conclusão não tardou a chegar: Donato lembrou-se que transara ferozmente com o caminhoneiro!

_Desgraçado...desgraçado!_disse revoltado ao sentir-se manipulado.

Donato tentou vestir-se rapidamente, mas quanto mais tentava, mais se atrapalhava.

Quando finalmente conseguiu sair da barraca, sentiu imediatamente o frio que invadiu o seu corpo. Tentou ignorar, pois tinha algo urgente a fazer: vingar-se de Andreas!

_Aquele desgraçado...aquele maldito me paga..._gemeu indignado.

Olhou em volta, afobado, até encontrar um galho de árvore grosso. Sabia que Andreas não poderia ser vencido de mãos nuas.

_Seu desgraçado, ordinário! _a voz do mecânico pareceu retumbar no meio da mata gelada._O que fez comigo, hein?! Me drogou e violentou, seu imundo? Sua bicha!

Andreas olhou Donato aproximar-se alterado daquele jeito, trazendo aquele galho como arma, mas não se moveu, continuando a alimentar o fogo mansamente.

Don colocou-se em posição de ataque:

_Vamos, veado! Não vai defender-se? Prefere me atacar desmaiado, sem forças para me defender? Aqui tem um macho que vai te encher de paulada...ah se vai!

Sem virar-se para Don, Andreas falou mansamente:

_Não fiz nada do que você não quisesse. Pode verificar neste seu corpo branco: não há um sinal de violência, um único hematoma.

_Seu desgraçado..._a voz de Donato parecia presa na garganta.

_Não usei de violência...não forcei nada! Não gosto de pegar ninguém à força, confesso...pena não ser este tal de Tiago que você chamou o tempo todo, mecânico.

Ouvir o nome do filho adotivo ali, no meio daquela conversa inusitada, fez com que Donato desse um passo decidido à frente.

_Se der mais um passo terá que usar este porrete em mim, mecânico, ou então eu o usarei em você de uma forma que você nunca mais vai esquecer, eu lhe garanto.

Donato estacou, ofegante e trêmulo de frio e de revolta.

_Se isso lhe acalmar...tenho satisfação em te informar que curei totalmente a sua impotência, Donato. Não acha melhor me agradecer?

_Como ousa dizer isso, seu...seu...seu gay!_gaguejou Donato confuso e assustado.

Donato sentiu-se um idiota ao começar a chorar ali, em pé, sem coragem de atacar o seu possível agressor. O frio o fez tremer de forma violenta, pois ele encontrava-se ali descalço e com uma camisa de mangas curtas.

Os pés pareciam dois blocos de gelo e a hipotermia parecia iniciar-se sem pedir licença.

Andreas andou lentamente em sua direção. Donato sentiu o caminhoneiro retirar gentilmente  o galho de sua mão.

_Você não vai matar ninguém, Donato._disse lançando a madeira de lado.

Andreas colocou uma colcha grossa e quente sobre os ombros do mecânico e o conduziu para mais perto da fogueira, ajudando-o a sentar-se no banco improvisado onde ele estivera sentado na véspera.

O caminhoneiro estendeu-lhe um copo de leite quente, enquanto o fogo lhe devolvia a circulação normal do sangue.

Donato bebeu um pouco daquela bebida que lhe aqueceu o corpo.

Conseguiu falar ruidosamente minutos depois:

_Não...você está enganado...eu sou homem...homem macho...

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora