CAPÍTULO 22-TIAGO DECIDE FICAR NA CASA DE ÁLEX

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Tiago não teve forças para destravar os dentes que pareciam estar grudados, apesar de ainda baterem uns nos outros. Era como se tivesse esquecido como abrir a boca e articular as palavras.

O médico não disse nada ao levá-lo direto para o seu apartamento, o carregando nos braços e assustando o rapaz por perceber a  força e agilidade do fisioterapeuta.

Tiago conseguiu falar quando o médico o colocou no chão, abriu o chuveiro e voltou-se para despi-lo.

_Não...eu...posso..._assustou-se por ainda não conseguir articular as palavras.

_Fique quieto, pois o médico aqui sou eu._Álex falou simplesmente, admitindo que assumira o seu tom de voz inquestionável, assustando o rapaz.

Tudo bem, pensou. Depois iria desfazer aquela imagem negativa diante de seu futuro mestre. O importante agora era aquecer o rapaz gelado que continuava a tremer.

O banheiro foi ficando quente e confortável.

Tiago estava de cabeça baixa, sentindo-se exposto, vulnerável e, ao mesmo tempo, miserável naquela situação em que, completamente nu na frente do médico, tentava equilibrar-se no pé bom, enquanto segurava o ombro que parecia ter saído do lugar, deslocado-se.

_Eu vou examinar o seu ombro e, ao que parece, ele está deslocado. Acho melhor colocá-lo logo no lugar. Posso?

Tiago assentiu ainda sem levantar os olhos.

_Ah!_soltou um pequeno grito, quando as mãos ágeis do médico fizeram o serviço.

Fechou os olhos com força,  mordendo o lábio inferior a fim de omitir um gemido de dor.

_Mantenha os olhos fechados, se preferir, e deixe que eu darei um banho rápido em você, para que você se aqueça.

Mais tarde, o médico não se reconheceria por ter conseguido se manter equilibrado ao estar naquela situação tão íntima com o seu prometido.

Vez por outra, Tiago cambaleava, mas mãos fortes o sustentavam evitando que ele caísse no chão.

O banho foi rápido e o rapaz pode sentir, realmente, o corpo voltar a se aquecer.

Álex Toledo secou o seu prometido com uma toalha azul marinho felpuda e, em seguida, o ajudou a vestir um roupão branco e macio.

Tiago aceitou a ajuda dele, pois sentia que não tinha forças para protestar e, finalmente, estava sentado debaixo de lençóis e um edredom verde água, com as costas apoiadas na cabeceira da cama do quarto de hóspedes.

O silêncio era total no apartamento enorme.

Álex saiu e voltou, minutos depois. Havia tirado as roupas de médico e estava vestido com um confortável conjunto de moletom escuro. Trazia uma xícara fumegante. Sentou-se na cama ao lado do rapaz.

Ofereceu a Tiago. Ele bebeu sem protestar. O líquido quente e levemente adocicado parecia uma mistura de maçã, canela e mel. O rapaz achou delicioso.

Finalmente, Tiago quebrou o silêncio:

_Obrigado, doutor Álex. O senhor tem sido muito solidário comigo. Nem sei como agradecer.

Álex pegou a xícara que ele lhe devolveu e olhou para o rosto do rapaz sério.

Tiago baixou os olhos, intimidado por aquele rosto tão bonito o observando tão de perto.

_Quem lhe contou que foi o Don quem me atacou? Só Andreia e Norma que sabiam e elas juraram que nunca contariam a ninguém.

Álex não deixou de admirar mais essa qualidade de Tiago: como ele pudera respeitar aquele acordo de acobertar o crime de Donato?

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora