CAPÍTULO 20-DONATO TORNA-SE IMPOTENTE!

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Vanessa Loureiro era uma das ex-namoradas de Donato.

Os dois eram muito jovens quando namoraram, mas a moça não havia se esquecido do mecânico sexy, atraente, gentil. A morena exuberante reconhecia que não fizera um bom negócio ao perder o mecânico para outra mulher, Suzana, uma negra que arrebatara Donato com o seu corpo perfeito e atraente.

Vanessa se arrependera, na época, de não ter lutado mais pelo rapaz, mas julgava-se com menos atributos que a sua atual concorrente e, além do mais, soubera que a garota era páreo duro.

Por muitos anos os dois mal se comunicaram, enviando, de vez em quando, um cumprimento de Natal ou mesmo de Ano Novo. Porém, uma coisa a  moça não podia se esquecer: do quanto Donato era solidário com um amigo e, por isso, naquela noite em que o seu carro dera defeito na volta pra casa, ela não teve dúvidas ao ligar para Don.

Como previra, o mecânico logo se prontificou a ir encontrar-se com ela para tentar fazer o carro voltar a funcionar, a fim de que ela pudesse chegar em segurança em casa.

Depois de examinar o veículo, porém, Donato percebeu que não dava para fazer nada ali, naquela hora, e aconselhou a moça a deixar o carro ser rebocado até a sua oficina.

No ir e vir à oficina para acompanhar o conserto do carro, os dois, de comum acordo, decidiram encontrar-se num fim de noite.

Vanessa percebera que Donato estava mais lindo do que nunca, aumentara o seu charme, a sua virilidade e não poderia, de jeito nenhum, deixar de provar que tipo de homem ele se tornara na cama, afinal, ele já era um furacão em sua juventude. 

Soubera por amigos em comum, que ele havia terminado com Amanda e que ela já estava com outro. Aquilo cheirava à traição por parte da professora e, com certeza o mecânico estaria carente depois de vários meses sozinho.

Ela terminara um namoro de dois anos com um homem que nunca se decidira e, como o relacionamento já parecia de irmãos, de comum acordo resolveram tirar a palavra "comprometido" do status no Facebook e adotar a posição de solteiros. No caso dela, a expressão DESESPERADAMENTE solteira seria melhor. Aos 34  anos e amargando uns quilinhos indesejáveis a mais, não tinha como garantir que encontraria um outro homem facilmente, especialmente um como Donato.

Donato sentia-se muito deprimido depois que Tiago fora embora, apesar de negar aquilo para os familiares e amigos.

Sua família não sabia o motivo pelo qual Tiago o deixara, mas, depois de tantas más respostas quando o filho lhes negava notícias do rapaz que ele acabara de criar, concluíram que o rapaz fora um mal agradecido. 

_Melhor assim._dissera a irmã a título de consolar o irmão._Pior se ele ficasse em casa vivendo as suas custas, isso se não arranjasse mulher e filhos e os trouxesse para você sustentar. Deus sabe o que faz, Don. Esqueça o Tiago e toque a sua vida.

E era isso o que ele deveria fazer, pensou: esquecer Tiago e tocar a sua vida.

No intuito de se distrair e esquecer-se da traição de Amanda e de Tiago, aceitou o convite de Vanessa para que saíssem uma noite.

Uma noite puxa a outra e logo haviam decidido dar mais uma chance para o amor. Porém, numa noite em que estavam jantando num restaurante, Donato perdeu o controle ao exagerar na bebida.

Talvez, intuindo que uma postura contrária fosse justamente o que Tiago iria querer, agiu sem remorsos:  prometera a ele nunca mais beber, após esmurrá-lo naquele dia em que terminara com Amanda. 

"Não me sinto na obrigação de honrar a promessa que fiz àquele mal agradecido", pensou."Fiz uma promessa a um homem que amava feito um filho e não a uma bichinha que me traiu daquele jeito. " Já que Tiago não fazia mais parte de sua vida e já que ele não era quem Donato acreditava ser, não se sentiu quebrando sua promessa.

Sem saber em que estava se metendo e tendo bebido um pouco, também, Vanessa aceitou o convite do seu acompanhante para irem para um motel, encerrar a noite com chave de ouro, imaginou.

O motel era um velho conhecido dos dois e Vanessa até agradeceu pelo namorado ter bebido um pouco e não ter percebido que ela usava uma cinta e mesmo que ela se despira e se deitara logo. Ocultou estrias e celulites com lençóis e  teve o consentimento dele para que abaixassem a luz do quarto.

Oculta pela penumbra e tendo os seus quilinhos a mais disfarçados, Vanessa não poupou beijos, carinho, amor àquele que poderia voltar a fazer parte de sua vida  e culminar numa relação sólida, estável.

Donato a pegou com mãos fortes, o que a deixou mais excitada ainda, sentindo que ele a queria e que, se ela fantasiasse um pouco, poderia fingir que ele sempre a estivera esperando.

Para Donato, aquela era a chance de provar para si mesmo, duas coisas: a primeira que esquecera-se de vez da mulher que o havia traído. A segunda, claro, garantir intimamente que já superara a falta de Tiago, a partida de Tiago, o abandono de Tiago, a traição de Tiago...

As expressões foram desfilando pela mente do mecânico sem dar trégua, enquanto Vanessa  chegava à loucura beijando todo o seu corpo e invadindo a sua privacidade de maneira maravilhosa até que...pela primeira vez em sua  vida, Donato sentiu o  mundo desabar em sua cabeça e, pior, bem na frente de uma garota.

Vanessa alegou que fora a bebida...que ele poderia estar cansado...que ele podia estar ansioso...

Donato não se lembrou, no outro dia, que desculpa deu para Vanessa para não cumprir o seu papel de homem, de macho, como os rapazes da oficina gostavam de falar.

Deixou a garota em casa e voltou para casa totalmente arrasado. Decidiu que nunca mais se encontrariam.

Chegando em casa, abriu a geladeira e visualizou as latas de cerveja que já estavam enfileiradas esperando para serem consumidas. 

Donato não contava quantas latas ele virava, pois só queria esquecer, esquecer...esquecer de tudo!

Esquecer que brochara na cama com uma bela mulher...esquecer que aquilo nunca havia acontecido com ele...esquecer que Amanda o trocara, provavelmente, porque já estava notando que ele ficaria impotente e não poderia lhe dar filhos...esquecer que Tiago, aquele mal agradecido, o castigara falando que era um veado apaixonado por ele.

_Aquele desgraçado..._sussurrou num dado momento, entredentes.

A última lata de cerveja que ele virou tombou no chão, entornando grande parte do líquido, pois ele já estava inconsciente.

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora