A esperança de continuar escondendo o que sentia pelo pai adotivo foi por água abaixo quando um fato inesperado aconteceu na vida de Tiago.
Ele tinha, então, 25 anos e parecia que o destino não queria mais que ele escondesse os seus sentimentos de Donato.
Até aquela noite, Tiago tinha conseguido dissimular os seus olhares, gestos...até ele mesmo acreditou que poderia viver eternamente assim, amando pelos dois.
Don não se interessara mais por garota alguma, depois de Amanda. Se distraía com Tiago e o pessoal da oficina e assim eles haviam combinado jogarem cartas na oficina naquela noite.
Tiago, como sempre, apenas mantinha os pratos de petiscos cheios, assim como os copos. Donato, como prometera, era o único que não tomara bebida alcoólica e Tiago fizera suco para ele.
Andreia e Norma foram embora mais cedo, mas os rapazes ainda insistiam em jogar uma rodada atrás da outra.
Tiago estava cansado, pois aquele era o dia em que ele faxinava a casa e limpava o canil. Porém, mesmo exausto, ele se recusava a ir deitar e deixar as coisas para Don arrumar.
Apesar de cansado, admitia que era tão bom ficar só ali, ouvindo as risadas satisfeitas de Donato, vendo como ele estava tranquilo, relaxado ao lado dos amigos.
_Acho que tá na hora da gente ir embora, cambada, porque o nosso garçom daqui a pouco cai no chão._anunciou Ulisses rindo vendo Tiago quase cair da cadeira cochilando.
Todos riram e concordaram que deveriam ir embora.
Donato e Tiago começaram a recolher copos, pratos e garrafas, pois iriam soltar os cães e, caso eles vissem toda aquela bagunça, poderiam se machucar quebrando alguma garrafa.
_Tiago, poderia soltar os cachorros, por favor?_pediu Donato.
_Primeiro vou levar estas últimas garrafas lá para o depósito e, na volta, solto eles, Don. Pode ir deitar porque sei que você deve estar mais cansado do que eu. Fecho tudo e vou em seguida.
Donato beijou os cabelos do filho adotivo e se despediu dele, entrando.
De repente, Tiago parou ouvindo o barulho de copos caindo e se quebrando na cozinha.
Voltou sobre os próprios passos e parou na porta da cozinha em pânico: um rapaz branco, magro e mal vestido apontava uma arma para o mecânico.
O coração de Tiago disparou e ele não pensou duas vezes, ao pular instantaneamente na frente de Donato para defendê-lo com o seu próprio corpo.
Felizmente, apesar de o ladrão ter tentado disparar a arma, o tiro não saiu.
Don, aproveitando aquilo, jogou Tiago em cima de um sofá, retirando-o de sua frente e avançou sobre o rapaz que saiu correndo pela porta gritando um palavrão de contrariedade.
_Filho da mãe, desgraçado! Volte aqui e lhe arrebento os miolos._gritou Donato vendo o rapaz pular agilmente pelo muro do fundo e sumir na escuridão.
Lembrando-se de Tiago, o mecânico entrou novamente na cozinha.
_Mas que diabos foi aquilo, Tiago?_repreendeu o filho adotivo._Ficou louco, é?
Agora Don pegou o rapaz pelos ombros, percebendo o quanto ele tremia assustado.
_O cara armado e você pula que nem um raio na frente dele? Quantas vezes eu já te falei pra não encarar alguém armado, garoto?
_Eu fiquei com medo dele atirar em você, Don._gaguejou Tiago.
Donato não aliviou e o xingou com mais autoridade ainda:
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O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gay
عاطفيةTiago Hernane vivia um conflito: deveria lutar pelo amor de Donato, o seu pai adotivo que salvara a sua vida, mas que o desprezava por ele ser homossexual, ou deveria dar uma chance para Álex, um homem enigmático, cercado de mistérios e capaz de in...