Tiago agarrou o volante do carro quando viu Donato aproximar-se. Álex manteve-se firme em seu lugar.
_Olá, Tiago._cumprimentou Donato finalmente.
_Como vai, Donato?_disse Tiago tentando manter a voz firme.
Álex percebeu o quanto ele estava nervoso.
_Estou bem e você?
_Tudo bem._mentiu Tiago.
Donato enfiou as mãos nos bolsos da calça, tentando evitar que vissem que ele estava trêmulo de ansiedade.
Instintivamente, o mecânico olhou para Andreas e percebeu que o negro fez um gesto discreto com a cabeça, como se o liberasse para que o mecânico fosse àquele encontro.
_Por favor, tem um minuto para conversarmos?_perguntou Donato com humildade.
Tiago olhou para Álex que também assentiu, mesmo contra a sua vontade.
O fisioterapeuta saiu do carro, sentindo-se sufocado por aquela tensão. Seria capaz de matar Donato com suas próprias mãos, reconheceu.
_Tá..._disse Tiago num fio de voz acompanhando o pai adotivo.
Donato desviou-se do caminhão de Andreas a fim de irem para um local reservado.
Foi tudo muito rápido, nem haviam notado quando um dos homens do outro carro desceu e veio na direção deles.
O homem mal encarado e de aparência duvidosa agarrou o pescoço de Donato que passava perto dele de cabeça baixa, parecendo distraído ao agressor.
Uma arma logo apareceu apontada para a cabeça de Don, que, pego de surpresa não teve reação alguma.
Don ficou paralisado diante daquela ameaça implícita naquele gesto de violência.
Tendo percebido o gesto brusco logo atrás de si, Tiago virou-se assustado para encarar a cena com que sonhara e agora materializada logo atrás dele.
Os dois homens que estavam no carro desceram armados, enquanto outro carro chegava com mais dois homens já de arma em punho.
Andreas e Álex estavam imóveis ao lado do frentista, quando o assalto foi anunciado.
Todos, exceto Don, foram obrigados a irem para um canto do posto de gasolina, enquanto três integrantes do grupo já invadiam a loja de conveniências a fim de esvaziarem o caixa.
Tiago encontrou o olhar de Álex ao lado de Andreas. Não foi preciso comunicação verbal entre eles, pois os olhares já diziam tudo: o tiro...o cheiro de pólvora...o sangue!
Os ladrões agiram rápido e logo estavam de volta.
O primeiro carro saiu levando o dinheiro, enquanto o outro, já ligava o motor.
A arma agora estava nas costas de Donato, que mantinha as mãos acima da cabeça.
_Nem pensem em seguir a gente ou chamarem a polícia ou a gente estoura os miolos deste aqui. Se ficarem comportadinhos, a gente solta ele ali na frente, combinado? Ninguém precisa sair machucado, é só colaborarem.
Tiago sentiu as vistas escurecerem, a voz faltar e o coração acelerar, ao pensar que o que vira em seu sonho poderia acontecer com Donato.
Álex, provavelmente temendo que seu prometido fizesse algo, percebeu uma oportunidade de ajudar Donato quando o assaltante atrapalhou-se por um momento, afastando momentaneamente a arma das costas de Don.
O fisioterapeuta agiu com habilidade ao derrubar o marginal, criando a chance de Donato libertar-se rapidamente e fugir.
O ladrão apontou a arma para as costas de Donato que afastava-se correndo, mas um outro corpo bloqueou a visão do bandido.
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O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceTiago Hernane vivia um conflito: deveria lutar pelo amor de Donato, o seu pai adotivo que salvara a sua vida, mas que o desprezava por ele ser homossexual, ou deveria dar uma chance para Álex, um homem enigmático, cercado de mistérios e capaz de in...