CAPÍTULO 62-O RITUAL NÃO DÁ CERTO

366 69 7
                                    


Álex percebeu que Tiago gostara de ver o mar, porém, sabia que ele teria ficado mais entusiasmado, se não fosse a ameaça que o rondava.

Passaram o dia na praia e, à tarde, sentaram-se juntos sobre uma pedra para observar o por do sol.

_Isso realmente é relaxante, meu amigo._sussurrou Tiago de olhos fechados sentindo os últimos raios de sol sobre o seu rosto.

"Quando ele me chamará de meu amor?", Álex não pode deixar de pensar tristemente.

_Realmente parecem todas as vibrações do planeta pulsando com as águas que se arrebentam nas pedras.

_Como está o seu pulso?_o médico quis saber.

_Bem melhor. Felizmente, não está quebrado.

_Não, felizmente. Ficará bom logo com este bracelete que encerra uma mistura poderosíssima de mestra Ogima.

_Faremos o ritual amanhã cedo?_Tiago não pode controlar a ansiedade.

_Sim. Nos primeiros raios de sol.

_Será aqui? Este lugar é lindo!

_Não. Tem que ser um lugar mais reservado, afinal, não poderá ser interrompido e você estará completamente nu.

Tiago lembrou-se da visão que tivera daquele ritual feito em Álex.

_Isso afastará Claus?

_Sim, acredito que sim, pois é um ritual de proteção. Agora, precisamos voltar. Claus ameaçou voltar à noite.

Após o jantar, foram para o quarto.

Álex pediu a Tiago que se deitasse perto dele. Começou a recitar mantras. A noite arrastou-se lentamente. Parecia que Claus não viria aquela noite.

O mestre não percebeu quando parou de recitar os mantras e, embalado pelo ressonar de seu discípulo, também dormiu.

Acordou com um grunhido de Claus:

_Minouse, veja só no que você se transformou. Nem consegue fazer uma vigília para proteger  o seu aprendiz. Seu inútil!

Sem aviso prévio, o demônio deu um grito:

_Acorda, veado!

Tiago deu um salto nos braços de Álex, acordando:

_Álex, ele está aqui!

O demônio não perdeu tempo, pois alimentava-se do medo e do desespero das pessoas.

_Solte-o, Minouse...deixe ele sentir o toque do Claus..._disse com a voz arrastada e melosa.

Álex reforçou o cinturão que fazia com seus braços e pernas, protegendo o seu discípulo.

_Não me solte, mestre._implorou o rapaz apavorado.

Claus riu satisfeito ao ver o pavor dos dois.

_Não soltarei._prometeu o mestre._ Ele quer é te assustar, Tiago.

_Assustar?_riu o demônio._ Deixarei os seus nervos em frangalhos, bichinha.

Álex ficou indignado:

_Não o chame assim, seu imundo!

_Mas é isso o que ele é...uma bichinha idiota caindo na lábia de um mestre fraco.

Claus soprou na direção de Tiago.

_Argh! Que cheiro horrível, Álex! Ele está podre!

_Vá embora, Claus! Esta noite você não encosta nele!_o fisioterapeuta disse firme.

O SINAL DE CAIM-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora