Virada - Capítulo 4

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- Eu te amo tanto, minha linda. - Micael a beijou enquanto estavam nus, apenas o lençol os cobriam agora.

- Eu também amo você. - Disse sorridente. Saiu dos braços do moreno.

- Onde você vai? - Franziu o cenho vendo a namorada desfilar totalmente a vontade em sua frente. Entrou no banheiro.

- Vou tomar um banho. Você quer vir? - Escutou a voz dela de dentro do cômodo, se sentiu tentado demais.

- Eu vou esperar você, se eu entrar aí não vamos sair hoje. - Riu consigo, se virou nos lençóis cheirando o travesseiro de Sophia.

Como amava aquela mulher, queria tanto ter casado com ela, construído uma família, mas parecia que Sophia fugia do assunto. Micael sempre esperaria, era isso que sua mente recapitulava toda vez que lhe perguntava.

O moreno se virou varias vezes achando uma boa posição para ficar, viu o celular da namorada vibrando em cima do criado mudo.

O identificador proporcionou a ele o nome escrito Carol.

- Alô? - Ninguém atendeu. - Alô? - Se pôs a chamar de novo. - Olá? - E nada. Ninguém respondeu.

A ligação caiu deixando Micael confuso, quem ligaria aquela hora da noite para Sophia? E não sabia que a mesma tinha uma amiga chamada Carol.

- Amor? - Saiu dos lençóis indo até o banheiro. Sophia tinha deixado a porta aberta. O vapor do banho quente já tinha embaçado o vidro.

- Oi amor, o que houve? - Desembaçou um pouco o box vendo Micael em pé e nu.

- Seu celular tocou e, ninguém disse nada. Foi uma tal de Carol. - Sophia arregalou os olhos e se gelou toda. A água quente não esquentaria ela por nada. - Não sabia que tinha uma amiga chamada Carol.

- Ela é nova na agência. - Passou por cima. - Uma tremenda biscate, engraçada por sinal.

- Por que tem uma biscate como amiga? Sophia, eu não estou gostando.

- É modo de dizer, meu amor. - Tirou o sabão do corpo e fechou a torneira, pegou a toalha do lado.

- Modo de dizer, sei muito bem essas suas amizades.

- O que sabe, então? - Sophia se enrolou na toalha, torceu os cabelos em outra.

- Se eu disser vamos ficar em uma infinita lista.

- Vem cá, você não vai tomar banho não? - Encarou o namorado que tinha os braços cruzados, escorou as costas no gabinete.

- Está me chamando de que?

- De nada, oras. - Riu. - Só estou te perguntando, é que acabamos de transar e... - Gesticulou com as mãos.

- E?

- E estávamos suados... - Gesticulou mais uma vez.

- Ok, eu entendi o que você quis dizer. - Micael passou por ela entrando no box, abriu a torneira deixando a água quente lhe aliviar. Sophia sorriu, saiu do banheiro e correu até o celular.

Procurou por Carol nos Contatos.

- Que porra você está fazendo?

- Até que enfim!

- Porra, o Micael está aqui! Eu disse pra você.

- Eu escutei a voz dele. Muito sexy por sinal.

- Você faz isso de propósito, não é possível.

- Eu só estava com saudade. Meu amor.

- Seu amor é uma ova. Você quebrou a nossa regra.

- Só foi uma ligação, e agora ele sabe quem é a amiguinha da Sophia.

- Vá se foder, Nicolas. Eu não tenho tempo pra você!

- Depois implora pra ter o meu pau na boca. Que safada, não é mesmo?

- Tchau, eu te ligo depois.

Sophia desligou a ligação, jogou o celular na cama e voltou a dar atenção em seu pequeno closet.

Camisetas, saias, jeans, não queria nada disso no momento. Apenas queria seu velho e bom pijama.

Abriu a gaveta de calcinhas buscando uma na cor rosa claro, de renda e com boa costura. Vestiu a blusa do pijama sem sutiã, libertando seu corpo. Não queria usar a parte de baixo, Micael iria morrer.

Foi até a cozinha antes que ele saísse do banho, abriu as gavetas e viu que precisava urgente de compras mensais. Revirou os olhos e riu consigo mesma, a única coisa que havia sobrado era o pacote de granola.

E Micael vivia dizendo que Sophia um dia precisaria de um pacote de granola. Só não sabia quando e por que.

- Hum, que cheiroso. - Sophia sorriu quando o namorado apareceu, escorou no balcão, na parte da frente.

- Isso foi um elogio ou uma indireta por que tomei banho?

- Foi um elogio, muito cheiroso por sinal. - Colocou a granola em um pote pequeno.

- Granola? - Micael franziu o cenho.

- A única coisa que sobrou no meu armário. Eu preciso fazer compras. - Foi ao armário novamente, ficou na ponta dos pés procurando algo comestível ali dentro, que não fosse granola.

E Micael foi privilegiado ao ver a bunda da namorada naquele pedacinho de pano.

- Soph?

- Sim? - Ainda estava virada procurando por algo.

- Você quer que eu durma aqui hoje? - Andou até ela abraçando por trás.

- Amanhã eu trabalho. - Virou-se a ele, fez uma careta.

- Eu posso te levar ao trabalho.

- Lua vai me dar uma carona. - Mentiu.

- Ah, tudo bem. - Sorriu mesmo assim. - Mas saiba que, eu quero muito dormir aqui.

- Micael, a gente já trepou. Você já ficou a tarde inteira aqui comigo e a noite também.

- Porra, Sophia. Tá dizendo o que? - Ficou bravo.

- Nada, é que... - Pensou rápido, tinha sido rude com ele. - Se você dormir aqui nós vamos transar a noite toda, e amanhã eu estou cheia de...

- Você que sabe. - Deixou ela na cozinha, Sophia tentou o seguir mas não teve jeito. Tinha pegado as suas coisas e saído porta a fora.

Mais uma vez, tinha feito merda. Já fazia durante três anos.

Três anos.

Virada (CANCELADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora