Micael chegou em seu apartamento, estava cansado, largou a chave do carro em qualquer canto e se jogou no sofá, cuidar de Sophia não foi fácil, ainda mais pra quem dormiu em uma poltrona todo desconfortável.
Grunhiu quando a campainha tocou. Não queria ver ninguém, queria apenas descansar seu corpo.
— Olá. — Lua entrou no apartamento. — Que cara é essa?
— Cansaço, já ouviu falar?
— Que mau humor. — Sentou-se no sofá. — E como Sophia está?
— Bem em partes, o médico disse que ela teve um deslocamento na placenta.
— Deslocamento na placenta? — Lua abriu a boca. — Meu Deus, então, repouso absoluto?
— Sim, e pode falar pra aquela sua chefe mais ou menos que Sophia não irá colocar os pés lá.
— Micael, é o trabalho da Sophia. — Achou injusto. — Como ela vai sobreviver?
— Com o meu dinheiro, ela é a mãe do meu filho. — Disse simples.
— Mas ela precisa trabalhar, e quando o bebê nascer?
— Eu arranjo outro emprego pra ela.
— Micael!
— Sophia não irá mais lá, ponto final. Ou você quer que eu pegue o telefone e falo com a sua chefe?
— Você está incansável, cadê o Micael de antes?
— Bem aqui.
— Estou vendo um palhaço aqui, só isso que eu estou vendo.
— Ah, isso que você está vendo? — Cruzou os braços. — Você acha que é quem, Lua?
— Amiga da Sophia, faz anos que ela trabalha na agência, nunca que eu vou deixar você fazer uma merda dessas.
— Salvar a sua amiga é uma merda pra você?
— É sim, não é você que ficará sem emprego depois que o filho nascer. Sophia ama o trabalho dela, gosta de estar bem com as pessoas, e você como sempre vai estragar isso.
— Quem estragou as coisas não fui eu!
Os dois ficaram em silêncio.
— Quer saber? Foi uma péssima ideia ter vindo aqui.
— Por que não aproveita e vai visitar a sua amiga?
— Você não manda em mim, e nem o que eu devo fazer.
— Tchau, Lua. — Micael andou até a porta abrindo, Lua rosnou e saiu.
Não queria ficar mais em casa, precisava se agitar, precisava fazer alguma coisa. Pegou a chave do carro indo até o restaurante de seu pai, estacionou o veículo na frente e saiu voado.
Seu escritório ficava em cima, junto com o dos outros, Micael tinha conseguido uma sala reservada somente a ele. Sentou-se atrás da mesa de madeira vendo as diversas planilhas de planejamento que estava acabando de fazer, com o problema de Sophia acabou esquecendo dos seus. Ia pegando a caneta para terminar quando escutou pequenas batidas na porta.
— Quem é?
— Micael, ela queria falar com você. — A ajudante de Micael deu meio sorriso, mostrando Luana atrás de si.
— Obrigado, Natália. — Sorriu em agradecimento vendo a menina sair.
Luana entrou na sala, pegou uma cadeira e se sentou na frente de Micael.
— Precisamos conversar.
— Eu queria calcular quantas vezes você disse isso pra mim, só hoje.
— É sério.
— Estou sendo sério, acontece que você não me entende.
— Ah, eu não te entendo?
— Sim, você tá toda enciumada porque a Sophia está lá, precisando da minha ajuda.
— Por que ela precisa da sua ajuda?
— Ela está com um deslocamento na placenta, Luana. E você nunca vai entender isso.
— Eu quero o meu namorado um pouco pra mim, se fosse ao contrário você também ficaria com ciúmes.
— Isso é sério, ela é a mãe do meu filho.
— E eu sou a sua namorada.
— Ok, Luana. — Bufou. — Não quero mais brigar, eu to cheio de problemas e aí vem você...
— Ah, então eu sou um problema?
— Luana! — Estava sem paciência. — Vamos almoçar depois e ficarmos juntos, tudo bem?
O que isso queria dizer?
— Então, estamos...
— De boa? Por mim. — Rendeu as mãos. — Eu gosto de você, e quero ficar com você. Seguir a minha vida. — Lembrou o que Sophia tinha dito.
Luana não disse nada, apenas levantou-se do seu lugar e sentou no colo do namorado, beijando o mesmo. Estava tudo bem, era isso que os sorrisos alertavam.
Tudo bem.
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Virada (CANCELADA)
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as duvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher...