Virada - Capítulo 36

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Sophia abriu os olhos lentamente vendo o local, franziu o cenho e se chocou ao ver Micael dormindo tranquilamente na poltrona desconfortável, sorriu de canto e o observou, era tão lindo, era tão apaixonada por ele, como podia.

Viu o mesmo se mexer na poltrona, abriu os olhos encarando Sophia.

— Você acordou. — Se espreguiçou indo até ela. — Está um pouco melhor?

— Indo.

— Também estou indo.

— Vejo que tá, já foi se encontrar com a Luana.

— Quem disse isso?

— A Lua.

— Eu fui saber o que realmente aconteceu, e não temos mais nada. — Deu de ombros. — Ela ainda me xingou de corno. — Sophia segurou o riso. — Tá rindo por que?

— Não estou rindo, é que essa parte da briga deve ter sido engraçada.

— Só se for pra você.

— Então... Não estão mais juntos? — Sua curiosidade quase a matou.

Micael respirou fundo.

— Não. — Ela sorriu. — Antes que fale algo, eu quero conversar com você.

— Pode dizer.

— Vamos parar com esse chove não molha. — Coçou a cabeça. — Eu amo você, você me ama, não vejo por que em não estarmos juntos agora. Precisamos nos unir.

Sophia queria desmaiar com o que Micael tinha dito, apenas sorriu e viu o moreno se aproximar dela, beijou calmo a loira que morria de saudade, eram apenas dois agora, uns aos outros.

— Eu estava morrendo de saudade. — Continuou a beija-lo. — Tanta saudade.

— Eu também, meu amor. — Sorriram. — Eu não consigo ficar longe de você.

— Eu também não. — Sorriu. — E agora? O que vai ser de nós?

— Vamos ficar juntos.

— Não era disso que eu tava falando. — Micael tinha entendido agora.

— Você quer conversar sobre isso?

Sophia demorou a responder.

— Acho que ainda não estou pronta. — Respirou fundo.

Viram a porta do quarto se abrir, o médico alto havia voltado, tinha sua prancheta nas mãos e um sorriso estampado.

— Tenho boas notícias, você será liberada! — Escreveu algo no papel e destacou, colou na cama de Sophia.

— Graças a Deus, eu não aguento mais ficar aqui. — Viu o médico tirar a agulha de seu braço. — Não preciso fazer mais nenhum exame?

— Não, está liberada. — Assentiu e Micael agradeceu.

Os dois se olharam.

— Eu trouxe uma muda de roupas limpas pra você, acho que Lua deixou ali no canto. — Apontou.

— Obrigada. — Micael ajudou Sophia a descer da cama, andou em passos largos até lá, vestiu a roupa nova e saíram do quarto.

Já era tarde quando deram baixa no hospital, Sophia se queixou de fome e Micael fez sua vontade, pararam em um restaurante almoçando, conversaram e ficaram trocando carícias, estava com saudade. Tinham que voltar pra casa agora.

O apartamento de Sophia não era o lugar mais adequado a voltar, mas tinha que ser. O moreno deu algumas visitas e teve tempo pra limpar a sujeira que havia no chão da sala, antes de acontecido do bebê. Sophia entrou no apartamento com um aperto no coração, sabia até o canto onde tudo tinha acontecido, foi até o quarto sentando-se na cama, respirou fundo e tirou os sapatos.

— Cansada?

— Um pouco, o hospital deixa a gente meio... Abatido. — Arrumou o travesseiro. — Vem cá. — Chamou Micael que deitou em seu lado da cama, o antigo lado em que ficava, e agora ficaria novamente.

— Eu nem sei o que dizer.

— Aconteceu tão rápido, foi muito cruel. Você acha que eu fui tola de não segurar?

— Claro que não, isso foi um acontecido. Se aquela vaca não tivesse vindo aqui...

– É. — O silêncio dominou.

— Eu sinto muito, estou triste assim como você. — Cerrou os olhos.

— O que vamos fazer?

— Em questão de que?

— O bebê... — Queria tocar no assunto, mas ao mesmo tempo não queria.

— Mais pra frente, podemos tentar de novo, se você quiser. — Os olhos de Sophia brilharam.

— Você faria isso por nós?

— Faria, sem pensar duas vezes. — Pegou as mãos da mesma. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — E os beijos continuaram.

A paz havia reinado junto com a tristeza, os dois juntos conseguiriam ser fortes.

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