Virada - Capítulo 22

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— Ok, não vamos esquentar a cabeça com isso. — Micael abraçou Luana.

E Micael não estava esquentando mesmo. Ficou um pouco com Luana que deixou seu apartamento, logo estava sozinho novamente, sua cabeça não se aquietava um segundo, foi até o balcão pegando a chave de seu carro e saindo rumo a fora.

Iria ao apartamento de Sophia tirar satisfações, afinal, agora era um homem comprometido.

Quando subiu, afundou o dedo na campainha, encarou a porta de madeira esperando que ela atendesse.

— Você? — Sophia abriu a porta, estava com um minúsculo shortinho, usava uma blusa quase transparente e Micael evitou o olhar para não encarar seus seios, ele o podia os ver perfeitamente, engoliu seco.

— Posso entrar?

— Não deveria!

— Eu quero saber que história é essa. — Cruzou os braços. — Eu posso entrar?

Sophia bufou, deu passagem a Micael que entrou no apartamento da ex, aquilo o deu calafrios e lembranças.

— Pode me contar?

— Simples, nós transamos e agora eu estou grávida. — Sorriu satisfeita.

— E papai Noel existe? — Micael riu.

— Onde quer chegar?

— Você acha mesmo que vai conseguir acabar com o meu namoro? Está muito enganada, eu não vou voltar pra você.

— Acabar com seu namoro? Por que está dizendo isso?

— Lua contou a Luana que você está grávida, sabe como ela ficou? Horrorizada, isso é tudo culpa sua!

— Culpa minha? — Perguntou incrédula. — A culpa foi sua, desde que não usou a maldita camisinha!

— Eu não vou acreditar em você. Pode procurar o papaizinho do seu filho, ou ele vai nascer sem pai.

— O pai dele está aqui, na minha frente. — Levantou o rosto, afrontosa.

— Nem fodendo que é meu!

— Por que acha isso?

— Você e seu namoradinho viviam transando, agora o filho é meu? Que engraçado!

— Acontece que eu transei os últimos meses com você, não vi mais Nicolas, ele sumiu. Obviamente e pela lei da natureza o esperma é seu, ou seja... O bebê também! — Simplificou, Micael odiava quando fazia isso.

— Eu gozei fora.

— Você é patético. — Riu debochada. — Parabéns, você consegue me surpreender, ainda.

— Eu não vou acreditar em você, nunca nessa vida. Então... — Pausou. — Quero que se arrume e me acompanhe até o hospital.

— O QUE?

— Por que o espanto? O filho não é realmente meu? Iremos saber agora. — Cruzou os braços. — Você tem o tempo do mundo pra se arrumar, já que lá é vinte e quatro horas, e eu também espero.

Sophia não estava acreditando, bufou tanto quando deu as costas a ele e foi ao seu quarto, procurou uma calça e uma blusa descende colocando agora o sutiã. Foi a procura de sua bolsa e antes calçou suas sapatilhas, estava pronta. E Micael a esperava sentado no sofá.

— Que rápida! Já está pronta?

— Vá pro inferno. — Revirou os olhos. Os dois saíram. — Isso que você está fazendo é ridículo, não acredita na minha palavra.

— Você me traiu, acha mesmo que eu vou acreditar na sua palavra?

— Deveria, ficamos tanto tempo juntos!

— E a oportunidade de me chifrar passou várias vezes.

Sophia ficou em silêncio.

— Foi o que eu pensei. — Micael silabou antes de saírem do elevador, andou até a portaria e Sophia conseguiu ver ser carro.

— Deveria estar na cama.

— Um bebê, não é mesmo? — Debochou.

— Seu bebê está com sono.

— O bebê do Nicolas está com sono.

— Seu bebê!

— O bebê do Nicolas! — O caminho inteiro foi assim.

Discutindo para saber de quem era o bebê.

— Quantas vezes eu preciso te dizer? — Sophia gesticulou. — Ou você quer que eu te explique?

— Ah, você vai me explicar agora? — Riu com deboche, como sempre estava fazendo. — Tudo bem, me explique.

— Seu pênis entrou em contato com a minha vagina durante esses meses todos, sem proteção, você gozou dentro de mim. Satisfeito?

— Sou a favor da história da sementinha, e na minha versão que é verdadeira é muito melhor!

— Sua versão?

— O Nicolas plantou uma sementinha na Sophia e a cegonha trouxe o bebê, o trouxa do Micael está indo ao médico agora com a Sophia, porque o Nicolas é burro demais pra saber o que é isso, e vai fugir da paternidade.

— É muito difícil conseguir falar com você, de verdade. — Sophia se cansou, Micael estacionou na frente do hospital.

Andaram até o prédio, Micael trocou breves palavras com a recepcionista que tinha torcido o nariz, o laboratório já tinha fechado, mas ela deu um jeito quando Micael tirou duzentos reais da carteira entregando a ela em sigilo. Sophia esperava sentada na cadeira, com cara de tédio, estava cansada de brigar.

Micael a chamou e foram até o laboratório que havia dentro do hospital, o homem recolheu a saliva de ambos colocando o cotonete especializado dentro de um frasco, encheu de relatórios e o levou com ele, mas antes, disse a Micael que ficaria pronto amanhã de manhã. Sophia revirou os olhos, agora sim poderia ir pra casa.

Mas parou perto da porta, não estava bem.

— Está tudo bem com você? — Micael encarou a mesma, parecia fraca. — Está pálida!

— Sem deboche, por favor. Eu vou ficar bem.

— Vou chamar alguma enfermeira.

— Não precisa, eu estou bem. — Se esforçou a andar mas tudo girou. Nada bom. — Eu não estou bem, foi engano.

— Eu sei, eu estou vendo! — Micael estava muito preocupado. — Eu vou...

— Quero que me leve em casa, por favor. — Pediu, com sua única força que tinha no momento. — Eu vou ficar bem, mas antes, me leve em casa.

Micael assentiu com sua preocupação, pegou Sophia no colo e levou até o carro, ainda estava fraca e pálida quando cerrou os olhos devagar, ele a sondou enquanto dirigia até o apartamento da mesma.

Sua preocupação estava tomando conta.

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