Virada - Capítulo 33

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Micael olhou os papeis sobre a mesa e suspirou por mais uma vez deixa-los ali sem terminar, logo seu pai começaria a perturbar se não voltasse a trabalhar direito. 

Luana e Mica almoçaram ali mesmo no restaurante e depois seguiram para a casa de Micael. Luana tagarelava sobre coisas fúteis e Micael só conseguia pensar no que estava fazendo de sua vida. Se Luana tinha conseguido perdoar sua traição, porque ele não conseguia perdoar Sophia? Por que era tão complicado? Por que isso ficava corroendo tanto sua mente?

- Micael... Micael... - Luana chamou a atenção do namorado distraído. - Micael! - Gritou e por fim ele tomou um susto.

- Oi, querida. - Encarou a mulher.

- Será que você poderia prestar atenção no que estou falando? - Cruzou os braços com cara de má. 

- Eu estou prestando ué. - Deu de ombros. - Pode continuar falando...

- Micael, o que eu falei nos últimos trinta minutos? - Olhou bem fundo nos olhos do moreno. - Anda.

- Ah, Luana, eu sei lá! - Se levantou e foi pegar água. - Não tem como eu repetir tudo o que você disse. 

- Micael, você estava pensando na Sophia? - Se levantou e foi atras do moreno na cozinha. 

- Você está ficando paranoica  com essa historia. - Micael rebateu e depois deu uma golada em sua água. - Esquece a Sophia, pelo nosso bem. 

- Eu esqueci e você? - Novamente o olhar de Luana era tão profundo que Micael desviou o seu e guardou a garrafa na geladeira. 

- Já esqueci, tá bom? Agora vem cá que nós precisamos selar essa nossa reconciliação. - A puxou pelo braço e a mulher foi sem nenhuma resistência. Os dois iniciaram um beijo longo e acabaram indo pro quarto se amar. - Você tem certeza que não quer ficar? - Micael disse quando viu Luana saindo arrumada do banheiro. 

- Não posso, vou ter que trabalhar amanhã. - Deu de ombros. - Mas eu prometo que quando voltar do trabalho eu venho pra cá. - Chegou perto e deu um beijo no namorado que ainda estava sem roupa jogado na cama. 

- Está com qual campanha agora? - Se sentou e observou as curvas de sua namorada, mesmo por cima do pano, eram espetaculares. 

- Ainda nenhuma, fui convidada para um teste. Lado ruim é que é na agencia em que a Sophia trabalha de novo. - Fez cara de nojo - Pelo menos ela não tá la. - Micael nem respondeu, apenas deitou de novo. - Beijinhos, amor. - Deu outro beijo nele que se levantou ainda nu para leva-la até a porta. 

Micael encarou o relógio e viu que já passava das oito da noite. Tinha ficado muito tempo deitado na cama com Luana e nem viu o tempo passar. Pensou em ir ver Sophia, mas acabou achando que era melhor evitar ir lá toda hora. Resolveu mandar uma mensagem. 

- Está bem? - Logo a mensagem recebeu dois vistos azuis e foi respondida em seguida. 

- Estamos e você? - Ele sabia ao que a Sophia estava se referindo. 

- Estou ótimo. - Foi apenas o que respondeu. Sophia não enviou nada, Micael imaginou que tivesse sido por raiva, mas a verdade é que algumas ruas da casa dela, Sophia recebia uma visita inusitada e que não era nem um pouco bem vinda. 

- O que porra você está fazendo no meu apartamento? - Sophia disse irritada a Luana, que a essa altura já tinha entrado e jogado a bolsa no sofá. 

- Quero conversar com você!

- Mas eu não tenho absolutamente nada a tratar com a sua pessoa. Não sei nem como conseguiu meu endereço! - Bufou. - Sai da minha casa, agora!

- Você vai me escutar antes. - Apontou o dedo na cara de Sophia, a mesma praguejou mentalmente por ter que estar de repouso, caso contrario já teria feito aquela mulher engolir o dedo. - Eu quero você longe do Micael. 

- Querida, ele é o pai do meu bebê, não tem como eu ficar longe. Agora estaremos unidos a vida toda. - Sophia riu, debochada. 

- Ah, eu não me importo nem um pouco com essa criança, eu quero que você pare de atrapalhar o meu namoro. - Mantinha seu dedo apontado na direção da Sophia que rolou os olhos tentando não se estressar. - Você e essa criança apareceram pra estragar a minha vida, tudo estava ótimo. Some no mundo com essa coisa. 

- Olha aqui... - Deu um tapa na mão esticada em sua direção e Luana a abaixou. - Você esta na minha casa, você não tem direito de me acusar de nada, de botar esse dedo imundo na minha cara e muito menos de me dizer o que fazer. Se chamar o meu filho de coisa de novo, vou ter que te mostrar quem é uma coisa aqui. Piranha desgraçada, sai da minha casa.

- Eu sou piranha? - Riu com sarcasmo. - Você traiu seu namorado a vida toda, e depois se envolveu com ele mesmo ele tendo relação. Eu sou piranha? Eu acho que a vagabunda aqui é você. 

- Sai da minha casa recalcada, você só está aqui porque sabe que ele me ama. Você tem medo de mim, isso sim. - Foi a vez de Sophia apontar o dedo. - Você sabe que eu consigo ficar com o Micael quando eu quiser. 

- Se ele te amasse, não teria transado comigo ha menos de uma hora. - Cheirou sua roupa. - Ainda está com o cheiro do perfume dele. 

- Já que você tem tanta certeza de que ele não fará nada, acho que vou testar de novo da próxima vez que ele vier aqui. Vai ser muito divertido ter o corpo dele de novo. - Luana estava espumando de ódio quando gritou. 

- Você não é maluca, sua piranha dos infernos! - E avançou pra cima de Sophia que acabou se desequilibrando. Sophia não caiu, mas Luana foi Tão brusca quando encostou Sophia na parede que começou a sentir uma dor insuportável na barriga. 

- Ah, minha barriga. - Foi só o que conseguiu dizer, Luana estava tão perto a sufocando. - Sai daqui demônio. 

- Esse teatrinho é só pra você escapar da surra que eu ia te dar. - Luana se afastou rindo. - Vou embora. 

- Se acontecer alguma coisa com o meu bebê eu vou te achar no inferno e te dar a surra que você merece. - Luana não respondeu, pegou sua bolsa e saiu do apartamento. 

Sophia andou devagar até aonde tinha deixado seu celular, viu sangue em suas roupas e percebeu que deixou rastros no chão, era muito mais sangue que da outra vez. Chegou ao celular e ligou para Micael, que tinha acabado de sair do banho. 

- Preciso da sua ajuda. - Grunhiu de dor ao telefone e Micael arregalou os olhos de preocupação. 

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