Virada - Capítulo 30

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— E então? O que me diz? — Micael segurou sua xícara de café, Lua cerrou os olhos.

— Você precisa se decidir, e não eu. — Deu de ombros. — Você gosta de quem?

— Lua!

— Micael!

— A Sophia fez uma puta palhaçada com você, entendo. E a Luana... Ela é legal, parece gostar bastante de você.

— Essa parada de enteado não tá legal.

— Você quer que ela seja a madrastra do seu filho?

Micael ficou em silêncio.

— Tá vendo só?

— Lua, a questão não é essa.

— Você tá todo confuso, eu realmente não posso te ajudar. — Limpou as mãos no guardanapo. — Vamos voltar ao hospital? Sophia deve estar tendo um ataque.

— Vamos. — Micael respirou fundo antes de levantar da mesa, Lua já estava no caixa pagando seu café mas ele o impediu, fez o cavalheirismo de pagar a conta toda.

E lá estavam no hospital mais uma vez, subiram ao quarto de Sophia e a viram tentando folhear uma revista de vestidos importados, Lua segurou o riso.

— Os amigos coloridos foram aonde? — A loira encarou os dois com deboche.

— Transamos horrores. — Lua sentou na ponta da cama vendo a amiga ter o olhar em chamas, iria matar ela.

— Eu te odeio. — A amiga riu. — Não tem graça.

— Tem sim, sua cara é ótima.

— Você tá se sentindo melhor? — Micael colocou as mãos no bolso da calça.

— Um pouco, só essas coisas que irritam. — Apontou a agulha fincada em seu braço. — E, eu quero ir embora logo.

— Quando estiver bem, vai ir. — Lua intrometeu.

— Quem vai passar a noite comigo aqui?

— Você ainda pergunta? — Lua balançou a cabeça parecendo meia óbvia. — Você é uma comédia.

— E você é chata.

— Tá bom, eu vou indo. — Beijou o topo da cabeça de Sophia. — Fique bem logo pra sair daí.

— Vou sim. — Viu a amiga se despedir de Micael e sair porta a fora.

Estavam os dois sozinhos agora, como sempre. Micael puxou a cadeira de visitante parando na frente de Sophia, sentou-se nela e os dois se encararam.

— Estou preocupado com você. — Respirou fundo.

— Não está não. — Cerrou os olhos parecendo cansada. — Está preocupado com seu filho.

— Também.

— Então por que está dizendo que tá preocupado comigo?

— Porque eu me importo com você.

O silêncio tomou conta.

— Eu não vou mais intervir na sua vida. — Deu meio sorriso. — Lembra quando me disse que... Se o seu relacionamento com Luana não desse certo, você não iria voltar pra mim. — Pausou. — Então, eu abri meus olhos e vou concordar com a minha mente.

— E o que a sua mente diz?

— Pra deixar você ser feliz. — Sophia pegou nas mãos de Micael alisando, eles sorriram. — Siga em frente, siga o seu coração.

Ele assentiu sorrindo ainda mais, ficaram um bom tempo com as mãos juntas.

— Eu vou seguir. — Avisou. — Mas e você, está bem mesmo?

Sophia riu.

— Essa sua preocupação tá me matando.

— Tá me matando. — Ela riu mais ainda. — Não vejo a hora de você receber alta.

— Eu também, é muito ruim aqui. — Pegou a revista novamente. — Quer ver comigo?

— Sophia! — A loira riu de sua cara.

— Vamos, é legal. — Abriu na página que tinha parado. — Olha só.

— Vou fingir que tá sendo legal. — Micael bufou olhando os vestidos da revista, era engraçado a Sophia, gostava tanto da companhia dele, conseguia deixar tudo que era tedioso mais divertido.

O moreno deixou as páginas e encarou Sophia, teve uma necessidade tão grande de estar mais perto dela, segurou o rosto delicado e foi chegando mais perto, decretou guerra quando o seu celular vibrou impaciente, se estivesse dois mililitros longe da boca de Sophia era muito.

— Não vai atender? — Ela perguntou se dando conta do que estava acontecendo.

Pegou o celular vendo o nome de Luana no identificador, Sophia também conseguiu ler. O moreno coçou a nuca perdido em suas decisões.

Atender ou recusar?

Virada (CANCELADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora