— E então? O que me diz? — Micael segurou sua xícara de café, Lua cerrou os olhos.
— Você precisa se decidir, e não eu. — Deu de ombros. — Você gosta de quem?
— Lua!
— Micael!
— A Sophia fez uma puta palhaçada com você, entendo. E a Luana... Ela é legal, parece gostar bastante de você.
— Essa parada de enteado não tá legal.
— Você quer que ela seja a madrastra do seu filho?
Micael ficou em silêncio.
— Tá vendo só?
— Lua, a questão não é essa.
— Você tá todo confuso, eu realmente não posso te ajudar. — Limpou as mãos no guardanapo. — Vamos voltar ao hospital? Sophia deve estar tendo um ataque.
— Vamos. — Micael respirou fundo antes de levantar da mesa, Lua já estava no caixa pagando seu café mas ele o impediu, fez o cavalheirismo de pagar a conta toda.
E lá estavam no hospital mais uma vez, subiram ao quarto de Sophia e a viram tentando folhear uma revista de vestidos importados, Lua segurou o riso.
— Os amigos coloridos foram aonde? — A loira encarou os dois com deboche.
— Transamos horrores. — Lua sentou na ponta da cama vendo a amiga ter o olhar em chamas, iria matar ela.
— Eu te odeio. — A amiga riu. — Não tem graça.
— Tem sim, sua cara é ótima.
— Você tá se sentindo melhor? — Micael colocou as mãos no bolso da calça.
— Um pouco, só essas coisas que irritam. — Apontou a agulha fincada em seu braço. — E, eu quero ir embora logo.
— Quando estiver bem, vai ir. — Lua intrometeu.
— Quem vai passar a noite comigo aqui?
— Você ainda pergunta? — Lua balançou a cabeça parecendo meia óbvia. — Você é uma comédia.
— E você é chata.
— Tá bom, eu vou indo. — Beijou o topo da cabeça de Sophia. — Fique bem logo pra sair daí.
— Vou sim. — Viu a amiga se despedir de Micael e sair porta a fora.
Estavam os dois sozinhos agora, como sempre. Micael puxou a cadeira de visitante parando na frente de Sophia, sentou-se nela e os dois se encararam.
— Estou preocupado com você. — Respirou fundo.
— Não está não. — Cerrou os olhos parecendo cansada. — Está preocupado com seu filho.
— Também.
— Então por que está dizendo que tá preocupado comigo?
— Porque eu me importo com você.
O silêncio tomou conta.
— Eu não vou mais intervir na sua vida. — Deu meio sorriso. — Lembra quando me disse que... Se o seu relacionamento com Luana não desse certo, você não iria voltar pra mim. — Pausou. — Então, eu abri meus olhos e vou concordar com a minha mente.
— E o que a sua mente diz?
— Pra deixar você ser feliz. — Sophia pegou nas mãos de Micael alisando, eles sorriram. — Siga em frente, siga o seu coração.
Ele assentiu sorrindo ainda mais, ficaram um bom tempo com as mãos juntas.
— Eu vou seguir. — Avisou. — Mas e você, está bem mesmo?
Sophia riu.
— Essa sua preocupação tá me matando.
— Tá me matando. — Ela riu mais ainda. — Não vejo a hora de você receber alta.
— Eu também, é muito ruim aqui. — Pegou a revista novamente. — Quer ver comigo?
— Sophia! — A loira riu de sua cara.
— Vamos, é legal. — Abriu na página que tinha parado. — Olha só.
— Vou fingir que tá sendo legal. — Micael bufou olhando os vestidos da revista, era engraçado a Sophia, gostava tanto da companhia dele, conseguia deixar tudo que era tedioso mais divertido.
O moreno deixou as páginas e encarou Sophia, teve uma necessidade tão grande de estar mais perto dela, segurou o rosto delicado e foi chegando mais perto, decretou guerra quando o seu celular vibrou impaciente, se estivesse dois mililitros longe da boca de Sophia era muito.
— Não vai atender? — Ela perguntou se dando conta do que estava acontecendo.
Pegou o celular vendo o nome de Luana no identificador, Sophia também conseguiu ler. O moreno coçou a nuca perdido em suas decisões.
Atender ou recusar?
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Virada (CANCELADA)
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as duvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher...